A Santificação e a Graça: A Graça e o Pecado

Rapaz olhando para um lago azul com texto sobre o artigo: A Santificação e a Graça

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Por Markus DaSilva, Th.D.

A graça não substitui a santificação. Parece óbvio, mas tenho visto um grande número de cristãos que — convenientemente — confundem esses princípios básicos da vida cristã. Basta eu escrever algo sobre a santificação, basta eu exortar aos irmãos a abandonarem algum pecado, que logo alguém brada: “Somos salvos pela graça!” Como se a função da graça fosse viabilizar o pecado. A graça não é uma autorização para pecar, mas sim o dispositivo divino pelo qual o nosso caminhar em santidade torna-se possível. Como assim? Eu explico. Se não fosse a cruz de Cristo nenhum ser humano poderia fazer qualquer coisa de valor perante o Pai (Isa 64:6). Ainda pior, se não fosse o sacrifício do Calvário já há muito tempo todos teríamos sido entregues aos caprichos de Satanás e não mais existiríamos, pois o príncipe das trevas pouco se importa com aqueles que lhe pertencem (João 10:10). Mas, ao confessar Jesus como o nosso Salvador, somos comprados, remidos, transformados e passamos de criaturas rebeldes a filhos amados do Senhor: “Mas, a todos quantos o receberam, aos que creem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade de homem, mas de Deus” (João 1:12-13). Como filhos do Pai, nossa obediência, nosso caminhar santo, sobe ao Senhor como um aroma agradável. Devemos entender que este caminhar em santidade não é apenas agradável a Deus, mas também é a condição imposta para vê-lo: “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Heb 12:14). Por quê? Porque agora que Cristo habita em nós e fomos aceitos como membros da família de Deus estamos capacitados para sermos pessoas santas. Antes não, mas agora sim! Não temos mais desculpas (1Co 6:11).

“Saiba que assim como Joabe em vão agarrou-se à ponta do altar para fugir da justiça de Salomão, você em vão se agarra à graça para fugir da justiça divina”

A Liberdade de Escolha Obtida Pela Graça

De tudo aquilo que a graça faz conosco, uma das mais fáceis de observar é que ela nos liberta: “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (João 8:36). [οντως ελευθεροι εσεσθε (ontos eleutheroi isesthi) Lit. realmente livre será]. Esta liberdade que conseguimos de Jesus é o que nos habilita a resistir aos ataques do inimigo e viver uma vida santa e em obediência às palavras de Cristo. Primeiramente, isto é efetuado porque a prisão em que nos encontrávamos não nos era visível. Ou seja, se não sabíamos sequer que estávamos presos, como poderíamos então resistir àquele que nos mantinha sob o seu domínio? Jesus então nos liberta ao nos tornar conscientes da nossa condição de prisioneiros. E em segundo lugar porque Cristo além de nos libertar das garras do inimigo, Ele também nos dá do Espírito Santo e passa a caminhar conosco: “…o Espírito da verdade, o qual o mundo não pode receber; porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque ele habita convosco, e estará em vós” (João 14:17)

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Jesus não Morreu para que o Homem Possa Pecar

Queridos, que ofensa horrível comete o homem que peca, não se arrepende, não busca uma mudança, mas sim se apega aos sofrimentos do nosso amado Jesus para justificar os seus atos imundos; pois na prática ele diz: “Posso pecar por causa da cruz!” Que afronta! A esse blasfemo eu pergunto: Foi Jesus açoitado para que você pudesse por abaixo o seu irmão? Foi Ele cuspido para que você pudesse possuir a mulher que não é a sua? Foi Ele perfurado para que você pudesse usufruir dos prazeres do mundo? Certamente que não! Mas não é isso o que você crê quando abandona a santidade e se apega à graça para justificar o que faz? Saiba que assim como Joabe em vão agarrou-se à ponta do altar para fugir da justiça de Salomão (1Re 2:28), você em vão se agarra à graça para fugir da justiça divina… e a justiça do rei não é nada comparada com a de Deus.

Amados, olhem para as nuvens e não terão dúvidas que a tempestade se aproxima (Mat 16:3). Não se iludam pensando que vocês podem continuar vivendo em pecado por um pouco mais de tempo. Não esperem sequer um dia para se arrependerem, clamarem por misericórdia, e se santificarem perante o Senhor, “Digo-lhes que agora é o tempo favorável, agora é o dia da salvação!” (2Co 6:2). Espero te ver no céu.