O Sermão da Montanha: Estudo Nº 3: As Bem-aventuranças: Recompensas Pelo Sofrimento

Uma foto de montanhas com rolos de feno no chão. O Sermão da Montanha. Estudo Nº 3: As Bem-aventuranças: Recompensas Pelo Sofrimento

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O Sermão da Montanha

Estudo Teológico Nº 3

Por Markus DaSilva, Th.D.

A primeira parte do Sermão da Montanha consiste de nove bem-aventuranças que Jesus explicou aos seus alunos, ou discípulos [Gr. μαθητής (mathitís) s.m. aprendiz, discípulo, aluno, seguidor]. Alguns estudiosos contam oito, pois consideram Mateus 5:10-12 como apenas uma bem-aventurança. O termo “bem-aventurados” [Gr. μακαριος (makários) adj. bem-aventurado, abençoado, bênçãos, feliz] não é um termo que se usa no nosso dia a dia e é apenas conhecido no contexto bíblico, mas basicamente significa: “feliz é aquele que…”. Para cada bem-aventurança, vemos uma dinâmica de causa e efeito, ou seja, a felicidade obtida pelo discípulo de Jesus no presente (duas bem-aventuranças: Mat 5:3,10) ou no futuro (sete bem-aventuranças: Mat 5:4,5,6,7,8,9,11-12). Esta felicidade ocorrerá como uma recompensa por aquilo que ele não possuiu ou pelo sofrimento que ele experimenta neste mundo por causa de Cristo. Por exemplo, para que o homem tenha o Reino de Deus dentro de si já no presente e o herde fisicamente no futuro, ele terá que aceitar a pobreza, ou humildade, de espírito (Mat 5:3); para que ele seja consolado, ele terá que experimentar o choro (Mt 5:4); para herdar a terra, terá que aceitar a mansidão (Mat 5:5)… e assim por diante.

“Desde o começo do ministério de Jesus, ficou claro que muitos não entendiam o alto nível de compromisso que é requerido de todo aquele que quer seguir a Cristo.”

Uma Mensagem Desagradável Para os Amantes Deste Mundo

As bem-aventuranças não se trata de boas novas para aqueles que amam a vida presente, muito pelo contrário, elas são instruções muito desagradáveis, pois apenas o indivíduo que se dispõe a não usufruir daquilo que o mundo oferece por amor a Cristo receberá as boas coisas que aguardam os cristãos no Reino de Deus. Aquele que se diz um seguidor de Jesus, mas recusa as perdas associadas com o discipulado está de fato enganando a si mesmo, pois todas as bênçãos futuras são recompensas por aquilo que voluntariamente sacrificamos, perdemos e sofremos no presente. Foi isso o que Jesus quis dizer com as palavras: “Porque o Filho do homem [Gr. υιός του ανθρώπου (iós tu anthrópu) tit.div. Filho do Homem] há de vir na glória [Gr. δόξα (dóksa) s.f. glória, esplendor, brilho] de seu Pai, com os seus anjos; e então retribuirá [Gr. αποδίδωμι (apodídome) v. retribuir, recompensar, pagar] a cada um segundo as suas obras [Gr. πράξιν (prázin) s.f.  práticas, obras, feitos]” (Mat 16:27). O nosso irmão Paulo também nos escreveu sobre esta mesma verdade: “Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós cada vez mais abundantemente um eterno peso de glória; não atentando nós nas coisas que se veem, mas sim nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, enquanto as que se não veem são eternas” (2Cor 4:17-18).

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O Preço do Discipulado

Esta não é uma verdade muito popular no meio cristão, mas o fato é que existe um preço a ser pago por todo aquele que deseja seguir a Jesus. A ideia comumente pregada dos púlpitos de que a salvação não nos custa nada pode soar linda e poética aos ouvidos do povo, mas não possui o menor respaldo nas palavras de Jesus. Em toda a Bíblia podemos ver que homens e mulheres precisaram tomar decisões difíceis e dolorosas para assim confirmarem que de fato faziam parte do povo de Deus. O capítulo onze de Hebreus foi dedicado a seres humanos comuns, mas que se tornaram grandes homens e mulheres de fé porque responderam positivamente à voz do Espírito Santo e se dispuseram a serem guiados por Deus durante os rápidos anos que passaram nesta vida. Todos pagaram um alto preço pela decisão tomada: “Foram apedrejados e tentados; foram serrados ao meio; morreram ao fio da espada; andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, necessitados, aflitos e maltratados (dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos e montes, e pelas covas e cavernas da terra” (Heb 11:37-38).

O Sofrimento Associado ao Evangelho

Para aqueles que deduzirem erroneamente que apenas no Velho Testamento as pessoas sofreram pelo privilégio de servir a Deus, lembremos que a começar por João Batista, que foi decapitado (Mat 14:9-11), e Estêvão, que foi apedrejado (Atos 7:54-60), muitos outros seguidores de Jesus pagaram com a própria vida pela esperança da vida eterna. De fato, com exceção do apóstolo João, segundo os historiadores, todos os apóstolos de Jesus foram torturados e assassinados por causa do Nome que é acima de todos os nomes (Fil 2:9). Escrevendo a Timóteo, o apóstolo Paulo fez questão de alertá-lo quanto ao sofrimento associado ao nosso caminhar com Cristo: “E na verdade todos os que querem viver consagrados a Cristo Jesus sofrerão perseguições” 2Tim 3:12

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Muitos Querem Seguir a Jesus Sem Saber o Quanto lhe Custará

Desde o começo do ministério de Jesus, ficou claro que muitos não entendiam o alto nível de compromisso que é requerido de todo aquele que quer seguir a Cristo e então tomavam uma decisão prematura, sem entender o que realmente estava em jogo. E não era por falta de alerta, pois o Senhor era bem específico quanto ao custo do discipulado, nos avisando que não devemos segui-lo a menos que estejamos dispostos a pagar o preço: “Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro e faz as contas dos gastos, para ver se tem o suficiente para acabar?” (Luc 14:28). A ideia de um completo abandono do mundo para seguir a Jesus era, e continua sendo, um obstáculo demasiadamente alto a ser superado por um grande número de pessoas, fora e dentro das igrejas. Foi por isso que Jesus avisou: “Ninguém que lança mão do arado e olha para trás é apto para o Reino de Deus [Gr. βασίλειο του Θεού (vasílio tu Theu) exp.idio. Reino de Deus]” (Luc 9:62).

Muitos Cristãos Nunca Abandonaram o Velho Homem

O aviso de Jesus quanto à incapacidade de fazer parte do Reino de Deus da pessoa que “olha para trás” é de suma importância para todos nós nestes últimos dias. O evangelho que está sendo pregado atualmente não exige qualquer sacrifício, sofrimento ou abandono por parte do cristão. O cristão moderno não se preocupa em olhar para trás, desejando voltar à vida antiga simplesmente porque ele nunca a deixou. Ele não morreu para o eu e, portanto, segue amando o mundo presente e saciando os desejos da carne como sempre o fez. Não é à toa que ele não entende e tampouco se interessa pela verdade pregada por Jesus de que existe um custo de discipulado.

A Ilusão da Vida Eterna Sem um Custo

Não me entenda mal. Todo o cristão deseja herdar o Reino de Deus quando deixar este mundo. Todo ele olha para o futuro com o coração cheio de alegria e imagina a linda mansão que o aguarda no paraíso preparado para os filhos de Deus (João 14:2-3). Todo ele quer ter acesso à árvore da vida e viver ao lado de Jesus em uma perfeita felicidade por toda a eternidade (Apo 22:14). Ele deseja tudo isto e muito mais quando os seus dias aqui na terra terminarem (1Cor 2:9). O que ele não deseja é que essas coisas tenham custo. O seu pavor de sacrificar aquilo que ama neste mundo é tanto que ele prefere ignorar as palavras de Jesus e dar ouvidos aos falsos mestres que assim como ele amam a vida presente e ensinam que o Reino de Deus é dado sem qualquer custo para o ser humano: “Em seguida dizia a todos: ‘Se alguém quer [Gr. θέλω (thélo) v. desejar, querer] me seguir, negue-se a si mesmo [Gr. αρνησάσθω εαυτόν (arnisástho eafton) Lit. ele tem que negar a si mesmo], tome cada dia a sua cruz [Gr. σταυρός (stavrós) s.m. cruz], e siga-me’” (Luc 9:23).

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As Bem-Aventuranças é uma Lista de Futuras Bênçãos e Seus Custos Atuais

Sim queridos, existe um preço a ser pago, e as bem-aventuranças que Jesus nos deu no Sermão da Montanha é exatamente uma enumeração de custo para algumas das muitas bênçãos que aguarda todo aquele que verdadeiramente fazem parte do seu rebanho. É interessante observar, todavia, que o nosso amado Pastor também passou por todo o tipo de sofrimento neste mundo por nossa causa (1Pe 3:18), ainda que, diferentemente de nós, Ele não precisava passar por nenhum deles para herdar o Reino de Deus pois o Reino de Deus sempre lhe pertenceu (João 18:36). De fato, ele saiu de lá e se tornou como um de nós, para que nós, através do seu sacrifício indescritivelmente superior, pudéssemos seguir o seu exemplo e nos tornar semelhante a Ele: “Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifesto o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque o veremos assim como ele é” (1Jo 3:2).

Sem o Sacrifício de Jesus Estaríamos Para Sempre em Trevas

Irmãos, do começo ao fim, todo o plano de salvação envolve sacrifício, lágrimas e morte. Gostando ou não, temos que aceitar que este é o preço a ser pago pela nossa rebeldia ao santo e perfeito Criador (João 16:33; Eze 18:20; Rom 6:23). A crucificação do Messias foi o maior de todos os sacrifícios, pois se não houvesse ocorrido nem sequer estaríamos cientes da nossa condição de eternos perdidos. Seguiríamos para sempre sob o domínio do pecado, cegos e nos aprofundando cada vez mais nas densas trevas, que é o distanciamento sem fim do nosso Deus e Pai. No final, esta, devo lembrar, será a situação daqueles que rejeitaram a Jesus como Salvador. [Acessar estudo sobre A Morte Eterna]

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O Sacrifício Pessoal de Cada um dos Seguidores de Jesus

Queridos, embora Jesus, através do seu maravilhoso sacrifício, tornou-se o único caminho ao Pai, a Palavra é clara que todo aquele que quiser trilhar este caminho precisará, assim como Cristo, passar pelo seu próprio sacrifício. Cada um de nós trilhará a nossa via dolorosa: “O cálice que eu bebo, haveis de bebê-lo, e no batismo em que eu sou batizado, haveis de ser batizados” (Mar 10:39). Imploro que vocês não se deixem levar pelo evangelho água com açúcar que os falsos mestres querem de qualquer maneira que vocês creiam. O evangelho do caminho espaçoso e da porta larga (Mat 7:13-14); onde o homem caminha tranquilo; se divertindo, dando gargalhadas e amando aquilo que sempre amou; pode ser agradável aos ouvidos e aos olhos, mas no final, todo aquele que seguir neste caminho ouvirá com pavor e incredulidade aquelas terríveis palavras do nosso Mestre: “Apartai- vos de mim, malditos, para o fogo eterno [Gr. πυρ το αιωνιον (pir to eônion) fogo eterno], preparado para o Diabo e seus anjos” (Mat 25:41). Existe um custo para seguir a Cristo, e não é barato. Espero te ver no céu.
 
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