Sem Santidade Ninguém Verá A Deus: Estudo Nº 4: A Santificação E O Pecado

Mulher sentada contemplando o mar com Estudo Bíblico Estudo Bíblico sobre a santidade - Sem Santidade Ninguém Verá a Deus (Parte 4) - A Santificação e o Pecado.

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Sem Santidade Ninguém Verá a Deus: Estudo Bíblico Nº 4: A Santificação e o Pecado

Por Markus DaSilva, Th.D.

Anos atrás ouvi alguém dizer que podia ficar um dia inteiro sem pecar. Essa noite na cama, enquanto o sono não chegava, lembrei desse homem e creio ser muito difícil para a maioria de nós cristãos conseguir esta façanha. Se ele estava se referindo aos pecados mais conhecidos, como matar, roubar, mentir e adulterar, pode até ser que alguém fique sem pecar por 24 horas, mas o pecado vai muito mais além do que a quebra de um dos dez mandamentos. Pecado é tudo na criatura que não reflete a perfeição do Criador. A seriedade do pecado está no fato de que nada imperfeito pode existir perante Deus, que é a plenitude da perfeição, conforme nos descreveu Isaías ao ter uma breve visão dos serafins diante do trono de Deus: “Ai de mim! Pois estou perdido; porque sou homem de lábios impuros, e habito no meio dum povo de impuros lábios!” (Isa 6:5. Ver também Exo 33:20; Ju 6:22; 13:22). Na realidade, devemos lembrar que no seu devido tempo Deus lidará permanentemente com toda a imperfeição que atualmente existe. Se o Senhor não tivesse tido compaixão de nós, e não tivesse separado um pequeno grupo para Jesus (Luc 12:32), nós nem estaríamos aqui, pois Adão e Eva seriam destruídos imediatamente após o primeiro ato de imperfeição do ser humano, que foi a desobediência. Como descendentes de Adão, antes do nosso encontro com Cristo, éramos então seres imperfeitos e filhos da desobediência (Tito 3:3). Foi por isso que Jesus deixou claro que como seus seguidores teríamos que mudar esse quadro: “Portanto, sede vós perfeitos, como perfeito é vosso Pai que está nos céus” (Mat 5:48).

“Quanto mais o cristão se envolve com os prazeres do mundo, mais fraco ele se torna na sua luta contra o pecado.”

Os Santos de Deus e o Pecado

Nesta série sobre a santidade, temos que esclarecer um ponto que causa confusão entre muitos cristãos. Trata-se do mal-entendido quanto à santidade e o pecado. No nosso ministério, por várias vezes lemos comentários de pessoas visivelmente iradas quando exortamos os irmãos a buscarem a santidade tal qual Deus nos manda fazer (1Pe 1:15-16; Mat 5:48; 2Cor 7:1; Fil 2:15; 1Pe 2:9). Escrevem coisas como: “Todo o mundo peca!” ou: “Quem nunca pecou?” ou ainda: “Santos só no céu!” A ideia que essas pessoas têm, provavelmente devido à falta de estudo da Palavra, ou mesmo simples resistência ao evangelho, é a de que para se qualificar como santo o indivíduo terá que viver uma vida onde nada ofende a Deus; ou seja, uma vida sem pecado. Eles concluem que já que não veem em si mesmos um viver perfeito, então procurar a perfeição é algo inútil e preferem assumir uma posição passiva e aceitar como fato inevitável que o pecado sempre fará parte do seu dia a dia. Este comportamento, porém, é claramente contrário à Palavra: “e revestir do novo homem, criado para ser semelhante a Deus em retidão e santidade” [Gr. αγιασμω (aguiasmó) santificação, santidade] (Efe 4:24). Em outras palavras, somos exortados a assumir uma atitude que condiz com a nossa nova posição de filhos de Deus, e a abandonar a nossa antiga condição de escravos do pecado. Para os filhos de Deus, o pecado nunca deve ser visto como algo normal e aceitável. Assim como o nosso Pai vê o pecado como um inimigo, nós também manteremos esta inimizade até a nossa última batida de coração. Jamais nos entregaremos ao pecado (Rom 12:2; Sal 11:5; Sal 5:5).

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Odiando o Pecado Que Habita em Nós

Os santos do Senhor que continuam aqui na terra não são pessoas que nunca pecam, mas são sim seres humanos que odeiam e lutam contra todo o pecado. Eles se separaram do mundo (santidade significa separação) e sabem que estão salvos pelo sangue de Cristo. Eles estão somente aguardando com alegria o dia quando finalmente ficarão livres deste tormento que é a nossa contínua luta contra a carne, conforme muito bem descrito pelo apóstolo Paulo: “Acho, então, esta lei em mim: que, quando quero fazer o que é correto [o que é bom], o pecado [o que é mau] está comigo” (Rom 7:21).

Os Prazeres do Mundo e o Pecado

Queridos, aqui vem a parte mais importante deste estudo. Prestem atenção. É bem verdade que nenhum ser humano possui um interruptor que o habilite a desligar de vez as fraquezas e os desejos da carne e ficar livre do pecado, mas existe algo que absolutamente todos podem fazer e que é fundamental para quem quer realmente vencer os ataques do inimigo. Não há nenhuma desculpa para não pormos esta verdade em prática e não é possível qualquer avanço espiritual se não nos empenharmos neste algo. Refiro-me à santificação. Escutem bem: quanto mais o cristão se envolve com os prazeres do mundo, mais fraco ele se torna na sua luta contra o pecado. Da mesma forma, à medida que ele se distancia de todos os prazeres que o mundo oferece e procura tão somente aquilo que agrada a Deus, o Senhor o fortalece e aí é o inimigo que não resiste e sai em retirada. O apóstolo Tiago nos instruiu quanto a isso: “Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao Diabo [Gr. διαβολω (diávolo) Diabo, acusador, inimigo], e ele fugirá de vós” (Tiago 4:7-8).

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O Cristão Carnal e a Batalha Espiritual

É uma lástima que tantos cristãos não veem essa verdade e seguem vivendo assim, sempre perdendo terreno para o inimigo. Satanás e seus demônios se deleitam em atacar o cristão apegado ao mundo. O inimigo possui grande quantidade de material arquivado na mente do cristão carnal que ele pode usar à vontade para mantê-lo em uma prisão perpétua. Quando este cristão dá um passo na direção do céu, o diabo rapidamente começa a trabalhar na sua mente através de sugestões que causam desânimo, ansiedade, tédio, depressão, medo… e sentimentos semelhantes que fazem com que ele se dobre com facilidade aos desejos da carne, perdendo assim qualquer vantagem que tenha temporariamente alcançado. O cristão mundano está envolvido em uma batalha sem a menor chance de vencer. A mente do cristão carnal está continuamente ocupada com as coisas que há no mundo. Até mesmo quando ele está na igreja louvando, ou enquanto está estudando a bíblia, ou orando, os seus pensamentos frequentemente se voltam para as festas, os filmes, o campeonato, o videogame, a novela, o seriado, o noticiário, o show… e outras prisões satânicas. Deus abomina todas essas coisas e nada disso pode fazer parte da vida daqueles que verdadeiramente amam ao Senhor e esperam morar com Ele. Foi isto o que apóstolo João quis dizer quando escreveu: “Não ameis o mundo [Gr. κοσμος (kosmos) mundo, universo], nem as coisas que há no mundo. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele” (1Jo 2:15).

Não Devemos Ajudar o Inimigo na Luta Contra a Carne

Irmãos, imploro que vocês me escutem quanto a tudo isso que escrevi para que muito em breve estejamos com Jesus na morada que está sendo preparada para os seus santos (João 14:2). Sim, ainda temos que lutar contra o pecado. Sim, a carne é fraca. Sim, às vezes caímos. Foi por isso que o nosso irmão João também nos disse: “…estas coisas vos escrevo para que não pequeis, mas, se alguém pecar, temos um Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o justo” (1Jo 2:1). Não devemos de forma alguma, todavia, ajudar o inimigo nesta luta contra a carne (Efe 4:27), mas devemos sim, nos purificar de uma vez por todas de tudo aquilo que é imundo, de tudo aquilo que não faz mais parte da vida de quem foi adquirido por um alto preço. Somos separados, somos selados, somos os santos do Senhor. Espero te ver no céu.
 

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