A Lei de Deus: Estudo Nº 12: A Lei, a Igreja e a Salvação

Uma igreja em uma zona rural fotografada à distância.

Ícone de Baixar Áudio Baixar Áudio | Ícone de Baixar PDF Baixar PDF
Assista este estudo no YouTube Logotipo para assistir vídeo no YouTube

Estudo Bíblico: Estudo Nº 12: A Lei, a Igreja e a Salvação

Por Markus DaSilva, Th.D.

A

lgum tempo atrás uma pobre alma fez um comentário sarcástico em uma das nossas postagens sobre a necessidade da salvação para todos os seres humanos: “Salvar do que, meu amigo?” Ignoramos o comentário, mas a realidade é que a maioria das pessoas não possui uma noção adequada da seríssima situação em que se encontra e, infelizmente, nesta maioria está grande parte dos nossos irmãos e irmãs na fé.

O problema de não estar à par da nossa real condição frente ao Criador é que naturalmente o indivíduo não vê a necessidade de mudanças radicais e é inclinado a seguir a multidão, crendo que se todos na igreja, inclusive os líderes, estão vivendo de uma certa maneira é porque esta é a maneira que Deus espera que viva a pessoa que está salva e que subirá com Jesus. A igreja para ele é o modelo a ser seguido para agradar a Deus e obter a salvação em Cristo. Ou seja, a razão que o indivíduo sincero vai à igreja é porque ele concluiu corretamente que precisa de Deus na sua vida. Mas além disso, ele também concluiu que o melhor lugar para obter informação sobre Deus nesta vida; o melhor lugar para entender como as coisas espirituais funcionam; como a partir de agora ele deverá viver para ser abençoado nesta vida e no final ir morar com Jesus, é na igreja. Mas a igreja, a entidade em que ele colocou a sua confiança para instruí-lo sobre tudo isso, não está fazendo o trabalho que deveria fazer, o trabalho de ensinar somente aquilo que Jesus ensinou: “Ide, pois, e fazei discípulos… ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei.” (Mateus 28:19-20). Palavras claras vindas dos próprios lábios de Jesus e não da boca, ou caneta, de nenhum ser humano: Devemos ensinar somente aquilo que Jesus ordenou que fizéssemos para sermos salvos (2 João 1:9-11). Jesus nos ensinou obediência total ao Pai e ao Filho (João 15:10).

Jesus não foi enviado para permitir pecados, e sim para perdoá-los, mas só é perdoado quem se arrepende, e só se arrepende quem reconhece que existe uma Lei, e que se deleita nesta Lei.

A igreja, porém, está ensinando um evangelho diferente do evangelho pregado por Jesus e pelos profetas que o antecederam. No decorrer dos séculos, a igreja desenvolveu um plano de salvação próprio; um plano que não se alinha com a essência — com a totalidade — das Escrituras Sagradas, que é a obediência à magnífica Lei de Deus e a fé no seu amado Messias. Todos os filhos de Deus antes da chegada do Messias amavam e guardavam a incrível Lei de Deus e também  amavam e aguardavam a vinda do príncipe da Paz, do Salvador da humanidade, o nosso querido Jesus (Lucas 24:25-27). Durante o período em que Jesus andou conosco, também, todos os seus familiares, discípulos e apóstolos guardavam a perfeita Lei de Deus e o próprio Jesus fez questão de demonstrar no seu viver e nos seus ensinos a sua fidelidade à maravilhosa Lei do seu Pai: “Se obedecerdes [Gr. τηρέω (tiréo) v. guardar, vigiar, manter, preservar] aos meus mandamentos [Gr. εντολή (endolí) s.f. ordem, comando, regra, mandamento], permanecereis [Gr. μένω (meno) v. permanecer, ficar, continuar] no meu amor [Gr. αγάπη (agape) s.f. amor]; do mesmo modo que eu obedeço aos mandamentos de meu Pai, e permaneço no seu amor” (João 15:10; Marcos 1:44; João 8:46; 1 Pedro 2:22).

Milhões de estudos teológicos enviados totalmente sem custo. Se inscreva neste link: Página de Inscrição.

O Divórcio Entre a Igreja e a Lei

A igreja se divorciou da perfeita Lei de Deus. Na realidade, nem poderíamos chamar o que ocorreu de divórcio, pois esta foi uma separação unilateral. A eterna Lei de Deus nunca se moveu ou moverá do coração de Deus (Salmos 111:7-8). Foi a igreja que se desassociou da Lei. Foi a igreja que decidiu por si só que estaria melhor se não se visse na obrigação de obedecer qualquer mandamento de Deus. Assim como ela fez no Éden (Gênesis 3:3-5), a serpente conseguiu inserir no meio cristão vários argumentos, todos patéticos, ilógicos, e sem o respaldo da totalidade das Escrituras para convencer a igreja de que ela estaria melhor com um distanciamento da Lei de Deus. Sob o manto do pai da mentira (João 8:44), a igreja ensina que os mandamentos do Senhor são impossíveis de serem cumpridos, sugerindo então que Deus tem por hábito pedir coisas que suas criaturas não podem lhe dar; Ele não é muito razoável com suas exigências; Ele não considera a fraqueza dos homens ao anunciar a sua Lei. A igreja pisa, chuta e cospe na santa Lei de Deus e faz todos os tipos de acusações mentirosas sobre ela, ainda que a própria Palavra de Deus testifica ao contrário: “Agora, o que estou lhes ordenando hoje não é muito difícil para vocês nem está além do seu alcance… Não, a palavra está bem perto de você; ela está na sua boca e no seu coração para que você possa obedecer a ela.” (Deuteronômio 30:11-14). João também, nos falou a mesma coisa sobre os mandamentos do Senhor: “Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; ora, os seus mandamentos não são penosos.” (1 João 5:3).

A Salvação Sem a Lei

Não existe a menor possibilidade de um ser humano adulto e mentalmente capaz se salvar ignorando a perfeita Lei de Deus. Obedecer aos santos mandamento de Deus, Pai e Filho, é um dos dois requisitos para a salvação (Lucas 8:21; Lucas 11:28; João 15:10). O outro é crer em Jesus como o Messias, o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo (João 3:16; João 3:36). A Lei nos leva a Cristo. Obedecer à Lei é a única maneira existente de ser enviado pelo Pai até Jesus (João 6:44; João 6:65). No Antigo Testamento não era diferente e a única distinção é que se usava o simbolismo do sistema sacrificial para atingir o mesmo objetivo. Era porque obedeciam à Lei que os fiéis servos de Deus levavam os seus animais para serem sacrificados pelo sacerdote e assim eram purificados dos seus pecados. Se o pecador em Israel não se importava com a Lei, certamente não via qualquer motivo para se dirigir ao templo para ser perdoado. O sacrifício de animais foi estipulado por Deus para aqueles que amavam a sua Lei e por causa dela se sentiam culpados quando pecavam, se arrependiam, e se dirigiam ao templo para ter os seus pecados transferidos para o inocente animal. Agora também, é porque obedecemos à Lei que vamos até Jesus que nos serve como os dois, Sumo Sacerdote e perfeito sacrifício: “Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca.” (Isaías 53:7; João 1:29; 1 Coríntios 5:7; Hebreus 4:15; 1 Pedro 1:19; Apocalipse 12:11). O pecador moderno que não se importa com a Lei, não deveria se sentir culpado de qualquer pecado, pois pecado é a rejeição da Lei (1 João 3:4).

Quer que oremos por você? Visite a Página de Oração.

O cristão que diz que a Lei não tem mais conexão com a salvação, mas ao mesmo tempo procura a Jesus para ser salvo, deveria fazer a mesma pergunta do indivíduo que mencionei acima: “Salvar do que, meu amigo?” E se ele diz que a Lei de Deus é importante, mas que Jesus o isenta da obediência à Lei, ele faz de Deus e do próprio Jesus meras criaturas, como se fossem homens que não temos que levar a sério aquilo que dizem (Números 23:19). Gostando ou não, a verdade é que nem Deus Pai através dos seus profetas que antecederam ao Messias, e nem o próprio Messias, através das suas instruções nos quatro evangelhos, nos ensinaram que o pecador se torna isento de obedecer à eterna Lei de Deus por causa da cruz (Mateus 5:17). Jesus não foi enviado para permitir pecados, e sim para perdoá-los, mas só é perdoado quem se arrepende, e só se arrepende quem reconhece que existe uma Lei, e que se deleita nesta Lei. É porque ele se importa com a Lei e deseja de coração obedecê-la que Deus reconhece a sua sinceridade e aceita o seu arrependimento todas vezes que a transgride e assim peca contra o Senhor. Pedir por perdão quando não amamos a Lei de Deus é uma ofensa seríssima contra o seu Autor; é como se estivesse reclamando da Lei e dizendo que preferiria se não tivesse que obedecê-la: “Oh, como amo tua lei! Medito nela o dia inteiro. Teus mandamentos me tornam mais sábio do que meus inimigos, pois estou sempre atento a eles. Tenho mais discernimento do que todos os meus instrutores, pois medito em teus preceitos… Tuas palavras são mais doces em minha boca do que o mel. Teus mandamentos me dão discernimento. Por isso, odeio todas as ações enganosas.” (Salmos 119:97-104).

Deixe-me esclarecer que se perguntados, todos os líderes, de todas as denominações, concordarão que o cristão deve obedecer à Lei de Deus. Na realidade, se perguntados, falarão maravilhas sobre a Lei de Deus: da importância da Lei na história da humanidade, de como a Lei contribui para o bem da sociedade… e muitos outros elogios à Lei. O mais importante, e a verdadeira função da Lei para o cristão, todavia, não falarão. Eles não falarão que é necessário ao homem obedecer à Lei para o Pai enviá-lo a Jesus e se salvar (João 6:44; João 6:65).

Gostaria de jejuar conosco?
Visite a Página de Jejum.
Próximo jejum: sexta-feira, 3 de maio de 2024

O Grande Plano das Hostes do Mal

Assim que Jesus voltou ao Pai satanás colocou em ação o seu plano de maior sucesso na história do conflito entre o céu e as hostes do mal. Já que não conseguiu convencer Jesus a se unir a ele na tentação do deserto (Mateus 4:1-11), ele ativou o seu plano B que tem como foco, não mais o Filho, mas sim a Santa Lei de Deus. Tudo neste plano foi cuidadosamente elaborado para que sem se dar conta, a igreja paulatinamente ignorasse aquilo que Deus mais pediu nas Escrituras que é a obediência à sua Lei: “Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, e todos os dias guardarás os seus preceitos, os seus estatutos, os seus juízos e os seus mandamentos. Ensinem as minhas Leis aos seus filhos, falando delas quando estiverem sentados em casa e quando caminharem pela estrada, quando se deitarem e quando se levantarem. Escrevam-nas nos batentes das portas de suas casas e nos portões” (Deuteronômio 11:1,19-20).

A Lei de Deus e as Consequências Eternas

Recentemente Deus colocou no meu coração esta verdade: O maior dos motivos de praticamente todos os cristãos não se importarem com a Lei é porque eles não veem a seriedade que é desobedecer à Deus. Eles ainda não entendem o significado de consequências eternas. Suas mentes estão ligadas demais ao mundo físico para conceituar um local onde nada possui um fim. Estão habituados às alegrias e tristezas terrenas, onde cedo ou tarde cada uma delas termina. Ainda que teoricamente aceitem a existência da morte eterna e vida eterna, na prática eles não vivem como pessoas que realmente consideram estes locais reais e relevantes no presente.

Oh, se entendessem. Oh se tivessem um vislumbre do céu e do fogo eterno. Gostaria de ter a fé de Eliseu (2 Reis 6:16-17), e pedir a Deus que mostrasse aos milhões de cristãos que ignoram a sua magnífica Lei alguns segundos da felicidade eterna no céu e sofrimento eterno no inferno. Sim, o céu também, mas neste caso principalmente o inferno, pois não entendem o que realmente significa este local para onde tantos, através dos seus atos, escolheram (2 Coríntios 5:10). Que eles se vissem por uns poucos segundos em uma situação sem a menor possibilidade de término; um local de tormento, em que não existem arrependimento, nem mudança de vida e nem um Salvador. “Eles sairão e observarão os cadáveres daqueles que se rebelaram contra mim, pois os vermes que os comem não morrerão, e o fogo que os consome não se extinguirá. Todos os povos acharão essa visão abominável.” (Isaías 66:24; Marcos 9:44).

Já recebe os nossos estudos teológicos gratuitos? Visite a Página de Inscrição.

Querido irmão ou irmã em Cristo. Hoje mesmo, pare de negligenciar a poderosa Lei de Deus. Não se deixe enganar pela conversa suave da serpente que usa os líderes como intermediários. Não siga a maioria, achando erroneamente que porque são muitos eles estão com a verdade. Lembre-se que foram poucos os que se mantiveram ao lado de Jesus e aceitaram os seus ensinos de sacrifício pessoal e entrega total (João 6:67). Lembre-se que a maioria do seu próprio povo, não se interessou pela verdade (João 1:11). Da mesma forma, hoje, dentro da igreja, a maioria não se interessa pela verdade, mas colocou suas esperanças na mentira. A mentira diabólica de que obedecer à incrível Lei de Deus não é necessário para se salvar (Lucas 12:47). Como sempre digo, no juízo final ninguém poderá usar o argumento de que é inocente e que não é justo ir para o inferno porque apenas seguia os ensinos e exemplos dos seus líderes. Cada um tem a responsabilidade de procurar pela verdade contida na totalidade das Escrituras e por ele mesmo, decidir o seu caminho. Espero te ver no céu.