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Por que o Senhor nos Disse que Temos que Ser Santos Para Subir com Ele?
Sem Santidade Nínguem Verá a Deus
Por Markus DaSilva
Um dos maiores erros que nós, cristãos, cometemos continuamente é imaginar que existe alguma semelhança na forma como pensamos e agimos com a forma que Deus pensa e age: “Porque os meus pensamentos [Heb. מחשבה (mashvá) s.f. pensamento, plano, ideia, propósito] não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos [Heb. דרך (dêrr) s.m. caminho, direção, estrada] os meus caminhos, diz o Senhor. Assim como os céus [Heb. שמים (shamaimm) s.m. céu, firmamento] são mais altos do que a terra [Heb. ארץ (eretz) s.f. terra (planeta), terra (chão), propriedade], os meus pensamentos são mais altos do que os seus pensamentos” (Isa 55:8-9). Essa verdade se aplica em especial à justiça divina. O nosso senso de justiça compara-se com o de Deus da mesma forma que a pequena claridade de uma vela se compara com o brilho ofuscante do sol do meio-dia. Muitos não levam a sério os avisos do Senhor quanto à obediência à sua Santa Palavra. É por causa deste grave erro que milhares entre nós ficarão horrorizados quando muito em breve ouvirem de Cristo que embora imaginassem fazer parte dos eleitos do Senhor, na realidade Jesus nunca os conheceu. Por que Jesus não os conheceu? Porque eles apenas professaram amor a ele, mas na prática não o amaram, pois ignoraram a sua ordem (endoli) de morrerem para o eu e viverem apenas para o Senhor “Se me amardes [Gr. αγαπάω (agapáo) v. amar], guardareis [Gr. τηρέω (tiréo) v. guardar, vigiar, manter, preservar] os meus mandamentos [Gr. εντολή (endolí) sub. ordem, comando, regra, mandamento]” (João 14:15). Mantiveram as suas vestes contaminadas com os prazeres do mundo (Apo 3:4). Não se santificaram, e sem a santificação ninguém verá a Deus (Heb 12:14).
“Nos tornamos cada vez mais imundos aos olhos de Deus à medida que voluntariamente nos associamos com tudo aquilo que não é santo.”
A Reação dos Serafins Diante do Trono de Deus
O profeta Isaías viu os Serafins, que diante de Deus nunca param de proclamar a sua santidade: “No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as orlas do seu manto enchiam o templo. Ao seu redor havia serafins; cada um tinha seis asas; com duas cobria o rosto, e com duas cobria os pés e com duas voava. E clamavam uns aos outros, dizendo: Santo, santo, santo é o Senhor dos exércitos [Heb. קדושׁ קדושׁ קדושׁ יהוה צבא (Kadôsh, Kadôsh, Kadôsh, Adonai sebaôt)]; a terra toda está cheia da sua glória” (Isa 6:1-3). Sem dedicar muito tempo escrevendo sobre esses magníficos seres angelicais, quero apenas ressaltar o fato de que Isaías menciona que na presença de Deus eles cobrem o rosto e pés, pois mesmo sendo eles seres puros e perfeitos, a grandiosidade da santidade de Deus é tamanha que não se consideram dignos de se exporem ao Senhor, encobrindo então partes do seu corpo (Sal 148:1-5).
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A Impossibilidade de Ficar Na Presença de Deus Sem a Santidade
Em uma outra situação, agora aqui na terra, duas vezes, uma para Moisés e uma para Josué, o Senhor alertou que suas sandálias deveriam ser tiradas ao se aproximarem da sua presença. Deus permitiu uma aproximação temporária a estes dois dos seus servos, mas ao dizer: “tira as sandálias de teus pés; porque o lugar em que tu estás é terra santa” (Exo 3:5; Jos 5:15), deixou bem claro que nada que tenha estado em contato com aquilo que é impuro será permitido no mesmo solo em que Deus se encontra. De fato, uma aproximação de Deus sem a santidade nos causa tanto pavor que quando na visão dos serafins Isaías ouviu as vozes dos seres, ele teve a certeza de que não sobreviveria: “Ai de mim! Pois estou perdido; porque sou homem de lábios impuros, e habito no meio dum povo de impuros lábios!” (Isa 6:5). Vale a pena mencionar que esse mesmo sentimento de indignidade, de pequenez diante da santidade do Senhor foi expressa pelo apóstolo Pedro frente a Jesus: “Vendo isso Simão Pedro, prostrou-se aos pés de Jesus, dizendo: Retira-te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador” [Gr. αμαρτωλός (amartolós) adv. pecador, mundano, rebelde, malvado] (Luc 5:8).
Deus e a Impureza dos Nossos Lábios
O profeta Isaías sentiu que certas palavras que ele usava no seu dia a dia, e o fato de ouvir as conversas das pessoas com quem ele convivia, causaria a sua destruição devido à pureza das vozes vinda do trono. Sua boca não era santa, e foi necessário um dos serafins tocar-lhe os lábios com uma brasa viva do altar para que ele pudesse continuar na presença de Deus: “Eis que isto tocou os teus lábios; e a tua iniquidade foi tirada, e perdoado o teu pecado” (Isa 6:7).
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O Nosso Contato Voluntário Com os Impuros
Queridos, sem santidade, sem que abandonemos as impurezas deste mundo, não seremos permitidos acesso à morada do Senhor. Mais adiante, no capítulo 35, esse mesmo profeta viu o tipo de pessoas que seguiriam rumo ao trono: “E ali haverá uma estrada, um caminho que se chamará o caminho santo; o imundo não passará por ele, mas será para os remidos. Dos que caminham por ele, até mesmo os simples, não se perderão” (Isa 35:8). Na sua visão dos serafins, observe que Isaías se viu consumido não apenas pela impureza da sua própria boca, mas também pelos lábios sujos das pessoas com quem ele convivia. Nos tornamos cada vez mais imundos aos olhos de Deus à medida que voluntariamente nos associamos com tudo aquilo que não é santo. O que falamos, o que ouvimos, o que vemos, o que tocamos… toda a sujeira com que intencionalmente entramos em contato será a causa da nossa destruição.
Jesus e a Brasa Viva do Altar
A brasa viva do altar na visão representa o sangue purificador de Jesus. O profeta agora estava limpo diante do Senhor (1Jo 1:7). Mas note que Deus quis que Isaías se conscientizasse da sua condição de impuro antes de perdoar as suas iniquidades e lhe enviar como mensageiro do Senhor: “Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem irá por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim” (Isa 6:8). Não podemos ser luz para o mundo quando nós mesmos amamos as trevas. O sangue de Jesus só é aplicado naquele que se dispõe a um viver santo; naquele que ama a luz e odeia as trevas: “Eu vim como luz para o mundo, a fim de que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas” (João 12:46). Em outras palavras, o cristão que cede aos desejos da carne e se mantém em contato com as impurezas do mundo para satisfazer ao eu, está recusando a luz que lhe foi enviada e preferindo a escuridão. Esse é o significado das palavras de Jesus a Nicodemos: “E o julgamento é este: A luz [Gr. φώς (fós) s.n. luz, brilho] veio ao mundo, e os homens amaram antes as trevas [Gr. σκότος (skotos) s.n. trevas, escuridão] que a luz, porque as suas obras [Gr. έργον (érgon) s.n. ação, ato, trabalho, ocupação, obra] eram más [Gr. πονηρός (ponirós) adj. mal, maldoso, maligno, imoral]” (João 3:19).
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Amados, terminarei por aqui, mas o Senhor permitindo continuarei esta série descrevendo em mais detalhes a santidade de Deus e porquê é exigido de nós sermos santos assim como Ele o é para que muito em breve possamos compartilhar da mesma morada. Sim, pois esta é a nossa grande esperança e para isso temos nos empenhados: “Eu vou para vos preparar um lugar” (João 14:2). Espero te ver no céu.
Nesta Série de Estudos:
- Parte 1 – Estudo Bíblico: Santo, Santo, Santo! A santidade de Deus.
- Parte 2 – Estudo Bíblico: Uma nação santa, um povo adquirido.
- Parte 3 – Estudo Bíblico: Um caminho que se chamará: “O Caminho de Santidade”.
- Parte 4 – Estudo Bíblico: A santificação e o pecado.
- Parte 5 – Estudo Bíblico: Os puros de coração verão a Deus.
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