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O Sermão da Montanha
Estudo Teológico Nº 2
Por Markus DaSilva
Por séculos, o Sermão da Montanha tem sido analisado, dissecado e comentado por pessoas de todas as classes sociais e culturais. Estudiosos cristãos e de outras religiões concordam que os ensinos de Jesus contidos no Sermão da Montanha propõem uma forma de viver completamente diferente daquela que a humanidade tem vivido. Todos admitem que, se tudo aquilo que Jesus nos instruiu no Sermão da Montanha fosse obedecido, viveríamos em um mundo bem melhor do que o atual. A grande maioria, no entanto, entende erroneamente que o Sermão da Montanha se trata de um conceito ideológico. Ou seja, eles creem que os ensinos de Jesus são metas que os seres humanos devem procurar atingir, mas que é impossível nesta vida alguém realmente viver em obediência às suas palavras. Eles basicamente perguntam: Quem realmente consegue obedecer aos mandamentos de Jesus no Sermão da Montanha?
“Deus sabe muito bem de que material fomos feitos. Ele entende que somos pó e jamais nos daria sequer uma instrução a qual Ele sabe que não podemos obedecer.”
O Sermão da Montanha São Ensinos Para Quem já é um Cidadão do Reino de Deus
Essa visão, se aplicada ao descrente, no entanto, está correta. De fato, os ensinos de Jesus, para aqueles que não passaram pelo renascimento, são ensinos difíceis, se não impossíveis, de serem seguidos. Conforme já explicado no estudo anterior, todavia, o Sermão da Montanha não foi dirigido ao público em geral, mas apenas àqueles que já deram o passo inicial para a salvação, que é a aceitação de Jesus como Salvador, e que agora apenas procuram saber como viver aqui neste mundo passageiro até que sejam recebidos pelo Pai no reino eterno que nos foi prometido (João 14:2-3). Foi exatamente por isso que Jesus deu os seus mandamentos apenas para os seus discípulos e não para as multidões que o seguiam: “Jesus, pois, vendo as multidões, subiu ao monte; e, tendo se assentado, aproximaram-se os seus discípulos [Gr. μαθητής (mathitís) s.m. aprendiz, discípulo, aluno, seguidor], e ele se pôs a ensiná-los” (Mat 5:1-2). Quando Jesus se dirigia a todos os ouvintes, Ele sempre usava parábolas, mas aos seus fiéis seguidores Ele ensinava de uma forma clara e direta, como no Sermão da Montanha. O próprio Jesus explicou o porquê: “Porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é dado” (Mat 13:11).
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Os Ensinos do Sermão da Montanha São Extremamente Radicais
No seu diálogo com o fariseu Nicodemos, Jesus lhe explicou que para entrar no Reino de Deus é necessário que o homem nasça de novo (João 3:3). Nascer de novo é o processo de renovação mais radical possível a uma criatura. Nicodemos argumentou que um novo nascimento, ainda que interessante, é simplesmente impossível: “Como pode um homem nascer, sendo velho?” (João 3:4-6). A ideia de um novo nascimento interessa a todos, mas é algo que parece impossível de ocorrer “na vida real”. Todos gostariam de começar do zero, fazendo apenas aquilo que sabem que os beneficiarão, e, obviamente, evitando tudo aquilo que lhes causarão sofrimentos na vida. O novo nascimento, no entanto, é algo possível, real e indispensável. Jesus esclareceu a dúvida do fariseu: “O que é nascido da carne é carne [Gr. σάρξ (sárks) s.f. carne; fig. ser humano, natureza humana], e o que é nascido do Espírito é espírito [Gr. πνεύμα (pnévma) s.n. Espírito (de Deus), espírito (do homem), vento, sopro]. Não te admires de eu te haver dito: Necessário vos é nascer de novo. O Espírito sopra onde quer, e ouves a sua voz; mas não sabes donde vem, e em qual direção irá; assim é todo aquele que é nascido do Espírito” (João 3:6-8). Os ensinos de Jesus no Sermão da Montanha são radicais porque eles refletem o comportamento das pessoas que nasceram de novo; aqueles que já são cidadãos do Reino de Deus.
A Luz que nos Foi Dada no Sermão da Montanha
O indivíduo que nasceu de novo vive pela fé, confiando que Deus o está levando exatamente para o destino que foi prometido a todo o filho obediente: o reino eterno. Ele pode não saber com antecipação todas as trilhas, montes e vales por onde o Espírito Santo o conduzirá, mas sabe com toda a garantia que no final chegará ao melhor dos dois destinos possíveis a todo o homem. No caminho que leva ao Reino de Deus, os ensinos de Jesus no Sermão da Montanha nos servem de luz, iluminando todo o percurso. Sem esta luz, não é possível nos mantermos na estrada correta e inevitavelmente nos perderíamos, seguindo em uma direção errada imaginando estar na direção certa.
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Como os Líderes Atuais Ensinam o Sermão da Montanha
Em grande parte, a liderança cristã prefere não pregar sobre o Sermão da Montanha por causa dos vários pontos polêmicos no seu conteúdo. Coisas como o adultério, divórcio, novo casamento e o dinheiro. Quando decidem ensinar algo contido no sermão, se limitam aos trechos que são mais fáceis de aceitar, e se por acaso forem forçados a explicar uma passagem mais difícil, apresentam argumentos vazios e sem base nas palavras de Jesus para que de alguma forma os seus ouvintes não se ofendam com os ensinos radicais de Cristo. Eles se envergonham do evangelho (Rom 1:16). Os líderes que evitam ensinar sobre aquilo que Jesus nos instruiu no Sermão do Monte estão privando os seus ouvintes de se prepararem para o Reino de Deus que muito em breve será concretizado. Este é um erro gravíssimo: “Qualquer, pois, que relaxar [Gr. λύω (lío) v. relaxar, enfraquecer, pegar leve, desconsiderar, afrouxar] em um destes mandamentos [Gr. εντολή (endolí) s.f. ordem, comando, regra, mandamento], por menor que seja, e assim ensinar [Gr. διδάσκω (didásko) v. ensinar, instruir, explicar] aos homens, será chamado o menor [Gr. ελάχιστος (elárristos) adj. menor em importância] no reino dos céus [Gr. βασίλειο των ουρανών (vasílio ton uranón) exp.idio. Reino dos Céus]” (Mat 5:19).
Todos Nós Estamos Capacitados Para Obedecer aos Mandamentos de Jesus
Todas as almas que passaram pelo renascimento espiritual são capacitadas pelo Espírito Santo a obedecer aos mandamentos de Jesus. Em nenhum lugar Cristo nos disse que as suas instruções eram apenas alvos a serem almejados, mas sem a possibilidade de serem alcançados. Este argumento não procede de Deus e sim de Satanás. O inimigo é um especialista no uso de palavras de aparência sensatas, mas cujo resultado, se forem aceitas, é o distanciamento das verdades de Deus e que no final levam o homem ao destino que foi reservado aos demônios: “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno [Gr. πυρ το αιωνιον (pir to eônion) Lit. fogo o eterno], preparado para o Diabo [Gr. διάβολος (diávolos) adj. Diabo; s.m. acusador, inimigo] e seus anjos [Gr. άγγελοσ (ánguelos) s.m. anjos, mensageiros]” (Mat 25:41).
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Deus Conhece os Nossos Limites
Deus sabe muito bem de que material fomos feitos. Ele entende que somos pó e jamais nos daria sequer uma instrução a qual Ele sabe que não podemos obedecer. Quando o homem desobedece à Deus, ele tem somente a si mesmo para culpar: “Porque este é o amor [Gr. αγάπη (agape) s.f. amor] de Deus, que guardemos [Gr. τηρέω (tiréo) v. guardar, vigiar, manter, preservar] os seus mandamentos [Gr. εντολή (endolí) s.f. ordem, comando, regra, mandamento]; e os seus mandamentos não são pesados [Gr. βαρύς (varús) adj. pesado, difícil, laborioso]” (1Jo 5:3). O homem que argumenta que Deus lhe pediu algo sabendo que ele não tem condição de cumprir está de fato acusando o Senhor de ser um Deus injusto, pois se até mesmo os nossos pais, sendo falhos, apenas pedem aos seus filhos aquilo que está ao alcance das suas forças e habilidades, quanto mais o Senhor, cuja sabedoria, amor e misericórdia não tem limites: “Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve” (Mat 11:30).
O Homem é Responsável Pelos Seus Próprios Atos
Queridos, já ouvi vários líderes acusarem o Senhor de ser um Deus que brinca com os seus filhos, dando a eles mandamentos além da sua capacidade de obedecê-los. Eles, é claro, nunca falam assim, de uma forma que todos entenderiam. Satanás é astuto demais para se expressar assim tão abertamente. O que estes falsos mestres argumentam então é que o Senhor dá mandamentos impossíveis de serem cumpridos para que os homens se voltem para Deus em busca de força e assim confiem apenas no Criador e não em si mesmos. Estas palavras, obviamente, soam lindas e corretas, mas não possuem o menor respaldo no evangelho de Cristo. Ainda que lindo, a verdade é que este argumento remove do homem a responsabilidade pelos seus atos e coloca em Deus a culpa do pecado. O homem que vive desta forma, entende que peca porque não tem outra opção senão pecar. Seja porque os mandamentos de Deus são impossíveis de serem cumpridos ou porque Deus não lhe dá a força necessária para resisti-los. Por um motivo ou por outro, no final a culpa é de Deus e não do homem.
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O Espírito Santo Que Habita em Nós é a Nossa força
Irmãos, todas as instruções de Jesus no Sermão da Montanha podem e devem ser obedecidas pelos filhos de Deus. Somos filhos de Deus porque nascemos de novo e este novo nascimento não ocorreu na carne, como foi o nosso primeiro nascimento, mas sim no Espírito: “O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito” (João 3:6). Se somos nascidos do Espírito então não possuímos em nós apenas a fraca carne do primeiro homem, mas também o Espírito vencedor de Jesus. Rejeitamos então as inclinações pecaminosas da carne e abraçamos o poder santificador do Espírito: “porque Deus é o que opera em vós tanto o querer [Gr. θέλω (thélo) v. desejar, querer, ter prazer] como o ser eficaz [Gr. ενεργέω (energéo) v. funcionar, ser eficaz, atuar]” (Fil 2:13). É baseado neste poder que ouvimos cada palavra de Jesus com alegria, dispostos a obedecer à cada uma das suas instruções, sabendo que é quando obedecemos que crescemos em intimidade com o Senhor. Estamos decididos a não desistir de forma alguma nesta caminhada rumo ao nosso destino final. Em Cristo somos mais que vencedores (Rom 8:37). Espero te ver no céu.
Acesse o esboço completo do Sermão da Montanha
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