Não Ameis o Mundo: Estudo Nº 2: A Cobiça da Carne

Foto de uma mesa de bar com comida e bebida Estudo Bíblico - (Parte 2) Não Ameis o Mundo - A Cobiça da Carne - Markus DaSilva

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Estudo bíblico completo sobre o amor ao mundo: Não ameis o mundo: Estudo Nº 2: A cobiça da carne.

Por Markus DaSilva

A carne é fraca. Essas foram as palavras que o próprio Jesus usou quando viu que os três apóstolos que estavam com ele no Jardim do Getsêmani, Pedro e os irmãos João e Tiago, não conseguiam ficar acordados em um momento que ele tanto desejava o apoio dos seus amigos (Mat 26:41). Ouvir do próprio Criador (João 1:3-4) que a nossa carne é fraca, num certo sentido é um consolo, pois todas as vezes que caímos podemos lembrar das suas palavras e saber que essa é uma fraqueza presente em todos os humanos; não estamos sós. Por outro lado, saber que a carne é fraca nos põe em um constante alerta para que não nos coloquemos em situações de perigo em que sabemos que a carne não terá forças para resistir, da mesma forma que mantemos distância de um carro em chamas sabendo que além do fogo ainda existe a possibilidade de uma explosão.

“Além daquilo que nos é necessário nessa vida passageira, todo o restante deverá ser considerado com cautela e alguns dos nossos desejos não devem sequer serem considerados.”

As Leis Mantêm os Seres Humanos Sob Controle

Todo o ser humano deseja satisfazer os desejos da carne (Gal 5:17). Na realidade, a constante busca da maioria dos homens é exatamente adquirir meios para poder saciar ao máximo os seus desejos carnais (Rom 8:5). Para algumas pessoas a única coisa que os limita alimentar estes desejos ainda mais do que já o fazem são as leis da sociedade (2Tes 2:12). Se não fosse considerado crime o matar, o roubar, o estuprar ou qualquer outro tipo de violência contra o próximo, essas pessoas não teriam o menor problema em utilizar destes métodos para se satisfazerem. A própria Bíblia está repleta de casos em que seres humanos agiram de forma desenfreadas à procura de prazeres (Gen 19:4-5; Ju 19:22; 2Sam 2:14-15). A propósito, este é um instinto animal também presente no homem. O animal selvagem se dispõe a fazer coisas inimagináveis para saciar o seu apetite irracional.

Pecamos no Ato de Consentir Com os Desejos da Carne

Falando que o cristão não pode se envolver com as coisas que há no mundo, o apóstolo João nos avisou que a cobiça, ou a concupiscência da carne não vem do Pai, mas sim do mundo (1Jo 2:16). Não vem de Deus os desejos desenfreados e pecaminosos da carne. O cristão frequentemente assume erroneamente que está pecando quando faz aquilo que Deus não aprova, quando de fato no ato de  consentir com o desejo daquilo que Deus não deseja para os seus filhos ele já está pecando. Foi isso o que Jesus quis dizer quando nos disse se referindo a um homem que se interessou por uma mulher casada [Gr. γυνή (guiné) s.f. mulher, esposa]: “Eu, porém, vos digo que todo aquele que olhar para uma mulher (guiné) para desejá-la, já em seu coração cometeu adultério com ela” (Mat 5:28). Possivelmente este indivíduo nunca teria essa mulher fisicamente como sua, mas, mesmo assim, ele já pecou ao não procurar se ver livre do pensamento.

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Não Pecamos ao Ser Tentados, Mas ao Ceder à Tentação

Algo de suma importância é entendermos que a culpabilidade do mal não ocorre na consciência de uma impureza, mas sim na sua consumação. Ou seja, não seremos julgados porque fomos tentados a satisfazer os desejos da carne, mas sim porque cedemos à tentação, seja em atos físicos ou em pensamentos. No exemplo acima sobre o adultério Jesus foi bem claro que o homem olhou para uma mulher com a intenção de satisfazer a sua carne [Gr. επιθυμέω (epithimeó) v. desejar, cobiçar, anelar]. Se o desejo de olhar para a mulher houvesse surgido, mas se ele tivesse resistido e olhado para uma outra direção, ou ter se retirado do local, então ele seria inocente desse pecado. O que ocorre com o indivíduo que resiste ao desejo é que o Espírito Santo o torna consciente do erro que está para ocorrer e ele reage positivamente à voz de Deus. Coisas assim ocorrem comigo regularmente e imagino que também com vocês: “Quando o Espírito vier ele vos guiará” (João 16:13).

Paulo e Mateus Utilizaram da Mesma Palavra no Grego Para “Desejo”

Escrevendo a Timóteo, o apóstolo Paulo alertou ao jovem discípulo que se mantivesse distância da cobiça da carne, só que neste caso relacionado aos bens materiais: “Mas os que querem tornar-se ricos caem em tentação e em laço, e em muitas concupiscências [Gr. επιθυμέω (epithimeó) v. desejar, cobiçar, anelar] loucas e nocivas, as quais submergem os homens na ruína e na perdição” (1Tim 6:9). Observemos que Paulo usou a mesma palavra (epithimeó) se referindo ao desejo de riquezas que Jesus usou se referindo ao desejo sexual. Isso nos mostra que o pecado da cobiça da carne atinge todas as áreas na vida do cristão.

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Resistindo ao Diabo Logo no Início da Tentação

Quando o cristão se vê desejando, ou cobiçando algo que tem como objetivo satisfazer o apetite da carne, então ele deve saber de imediato que já está entrando em território inimigo e ali mesmo, ao ter consciência do que está ocorrendo, deverá prontamente resistir ao pensamento e se voltar para Deus. Esta é uma situação que nós cristãos vivemos todos os dias e cabe a nós treinarmos a nossa mente para que instintivamente reconheça e resista a tais pensamentos: “Sujeitai-vos [Gr. υποτάσσω (ipotásso) v. sugeitar-se, obedecer, render-se], pois, a Deus [Gr. θεός (Theós) s.m. Deus]; mas resisti ao Diabo [Gr. διάβολος (diávolos) adj. Diabo; s.m. acusador, inimigo], e ele fugirá de vós” (Tiago 4:7).

Não Podemos Confiar no Nosso Coração

Irmãos, eu sei que alguns gostariam de saber mais sobre quais são as coisas que a carne cobiça, para que assim possam estar preparados. Quanto a esta dúvida, deixe-me alertá-los acima de tudo que a nossa inclinação natural é desejar aquilo que não deveríamos: “Desvia os meus olhos de contemplarem a vaidade, e vivifica-me no teu caminho” (Sal 119: 37). Quando qualquer interesse passa pela nossa mente devemos imediatamente lembrar que a carne é fraca. Isso significa que consideramos tudo com extrema cautela, não confiando no nosso próprio coração: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e sofre de uma doença incurável; quem o entende?” (Jer 17:9).

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Trocando a Vida Eterna Pela Terra Passageira

O nosso Pai sabe das nossas necessidades e nos ensina que devemos confiar que Ele proverá tudo aquilo que realmente precisamos (Mat 6:8). Além daquilo que nos é necessário nesta vida passageira, todo o restante deverá ser considerado com cautela e alguns dos nossos desejos não devem sequer serem considerados. Estes desejos pecaminosos da carne englobam todas as áreas da vida, incluindo laser, sexo, finanças, etc. Um dos maiores erros do cristão é mudar o seu foco da vida eterna para estes poucos anos que passamos aqui nesta terra contaminada com todos os tipos de males. Aguentem firmes queridos, estamos quase lá. Espero te ver no céu.
 

Nesta Série de Estudos:

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Homem presidiário do pecado sexual segurando uma grade

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