O Sermão da Montanha: Estudo Nº 33: O Divórcio: Novo Casamento

Cadeia de montanhas com um rio ao centro da fotografia, ilustração do texto sobre o sermao da montanha e o novo casamento

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O Sermão da Montanha – Divórcio e Novo Casamento

Mateus 5:32 Estudo Teológico Nº 33

Por Markus DaSilva, Th.D.

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om este estudo, encerramos um dos mais difíceis blocos do Sermão da Montanha que é o que lida com o problema do adultério, divórcio e novo casamento. A razão da dificuldade, para ser bem honesto, não é porque as passagens sobre o tema nas Escrituras Sagradas são vagas ou complicadas, mas sim porque uma boa parte dos nossos irmãos e irmãs em Cristo, por um motivo ou por outro, já entraram nesta situação, aparentemente sem se compenetrar das consequências seríssimas do que fizeram. Esta é uma realidade que se faz presente em todas as nossas igrejas, independentemente de denominação ou país. Os nossos queridos irmãos e irmãs estão se separando uns dos outros e adquirindo novos cônjuges como se tudo isso fosse algo insignificante para Deus. Encorajados pelo número cada vez mais alto de divorciados na igreja e pela falta de instrução e disciplina baseadas na Palavra, milhares e milhares de almas estão se distanciando cada vez mais da porta estreita e certa que dá acesso ao Reino dos Céus (Mat 7:13-14) e preferindo a porta larga e ilusória que leva à perdição oferecida pelo inimigo. Basicamente existe uma atitude epidêmica no meio cristão de negação e complacência em relação ao divórcio e novo casamento. Adicione a tudo isso a influência que os pais divorciados exercem sobre os seus filhos e temos aí uma fórmula perfeita para um completo caos dentro da igreja envolvendo um elemento-chave para a sua existência que é a família. Não somos ignorantes quanto ao fato de que a deterioração da estrutura familiar tem sido um dos principais focos de Satanás à medida que os últimos dias do seu reinado neste planeta se aproximam (Apo 20:10).

“Um grande obstáculo na restauração do relacionamento do cristão com Deus é a tentativa frívola de querer justificar o pecado.”

A Igreja Não Tem Demonstrado uma Reação Bíblica Para com o Divórcio e o Novo Casamento

Como igreja, um dos nossos grandes pecados tem sido o de profanar a santidade do casamento. O nosso adversário tem conseguido com tremendo sucesso banalizar a instituição do casamento ao ponto de que os jovens das nossas igrejas estão se casando com o mútuo entendimento de que caso a experiência não corresponda à expectativa, existe o divórcio e o novo casamento como um conveniente e aceitável plano “B”. Pensam assim porque cada vez mais não se vê muita diferença na forma que são vistos e tratados os irmãos que se mantém fiéis ao primeiro cônjuge e aqueles que já se encontram em um novo relacionamento. Os jovens cristãos não são tolos e percebem que caso optarem pelo divórcio como uma solução para os problemas que surgem em todos os casamentos, o pior que pode acontecer é terem a inconveniência de temporariamente frequentar uma outra congregação no bairro vizinho. Isto é o pior que pode acontecer, porque em muitos casos nem é necessário trocar de igreja. A aprovação e a aceitação do relacionamento adúltero no meio cristão deixaram de ser baseadas na lei de Deus e passaram a ser simplesmente uma questão de tempo. Casam, adulteram, divorciam, casam de novo, dá um tempo e tudo se normaliza. Entendem erroneamente que a aceitação do homem é o mesmo que a aceitação de Deus: “Estas coisas tens feito, e eu me calei; pensavas que na verdade eu era como tu; mas eu te castigarei, e colocarei diante de ti as minhas acusações” (Sal 50:21).

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O Homem Analisa o Divórcio no Nível Físico, Mas Deus o Faz no Nível Espiritual

No estudo passado, abordamos em detalhes a verdade de que Deus não trata o casamento, o adultério, o divórcio e o novo casamento no nível físico e visível assim como os seres humanos geralmente tratam, mas sim no nível espiritual. Para Deus tudo aquilo que os seguidores de Cristo fazem ou deixam de fazer com o casamento é analisado em se tratando do relacionamento entre as almas que habitam em cada um dos nossos corpos: “Pois, todas as almas são minhas; como o é a alma do pai, assim também a alma do filho é minha; a alma que pecar, essa morrerá. A Frase no hebraico se lê literalmente: [Heb. לי הנה כנפשׁ האב וכנפשׁ הבן (Lit. como a alma do pai e como a alma do filho é para mim)]; E no grego (LXX): [Gr. η ψυχή του πατρός ούτως και η ψυχή του υιού έμαι εισιν (Lit. a alma do pai e assim também a alma do filho minhas são)]” (Eze 18:4).  Aos olhos da igreja, pode parecer que Deus aceitou a situação dos milhares de homens que se divorciaram das suas mulheres e se casaram de novo, mas esta noção de que tudo está bem não passa de pensamentos ilusórios, sem qualquer respaldo na realidade espiritual: “Não foi o Senhor que os fez um só? Em corpo e em espírito fez vocês? E por que um só? Porque ele buscava por filhos consagrados. Sendo assim, tenham cuidado e não seja infiel à mulher da sua mocidade. ‘Eu odeio [Heb. ‏שׂנא (sanê) v. odiar, desprezar] o divórcio’, diz o Senhor, o Deus de Israel” (Mal 2:15-16).

Nenhum Ministério Pode Negligenciar a Tarefa de Alertar as Almas Quanto às Consequências Eternas do Adultério e Divórcio

Irmãos, a tarefa que Deus nos deu através deste ministério não é a de enganar aos nossos leitores com mensagens de paz, paz, onde não há paz, tal qual se ouve em tantas igrejas mundanas todos os fins de semana (Jer 6:14). Não fazemos isso porque para nós o mais importante é que todo o Filho de Deus que o Senhor nos enviar, ainda que ele se irrite conosco por um tempo, entenda claramente o que o nosso amoroso Pai espera dele para que assim ele tenha a oportunidade de tomar as decisões na vida de uma forma consciente e agradável ao Senhor, e que no final, quando tudo isso aqui passar — e certamente passará — ele receba a sua herança eterna: “Então dirá o Rei [Gr. βασιλεύς (vásilefs) s.m. rei] aos que estiverem à sua direita: vinde, benditos de meu Pai [Gr. ευλογημένοι του πατρός μου (evlogimeni tu Pátros mu) Lit. abençoados pelo Pai meu]. Possuí por herança [Gr. κληρονομήσατε (klironomísate) Lit. você herdou]  o reino [Gr. βασιλείαν (vacilian) reinado] que vos está preparado desde a fundação do mundo [Gr. από καταβολής κόσμου (apo katavolís kosmu) desde fundação do mundo]” (Mat 25:34).

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Todo o Pecador, Incluindo Quem se Envolveu em Adultério, Divórcio e Novo Casamento, Pode Restaurar o Seu Relacionamento com Deus

O único e verdadeiro Deus é um Deus de amor, de misericórdia, de perdão e de Restauração (Deut 4:31; Sal 25:6-7; 2Jo 1:3). Por mais complicado que possa parecer, não existe nenhuma situação em que um dos seus filhos se encontre na qual ele não possa se arrepender, não possa corrigir os seus caminhos, e não possa receber o completo perdão de Deus, ser restaurado à posição de herdeiro e seguir adiante no seu caminhar rumo ao Reino dos Céus (Luc 15:17-24). Aliás, é importante salientar este ponto porque parte do ataque de Satanás nesta área de divórcio e novo casamento é exatamente levar a sua vítima a uma situação de completo desespero, imaginando que agora que a separação e talvez um novo relacionamento já ocorreu, ele não tem como voltar a estar completamente em paz com Deus (Isa 59:1; 1Jo 1:9). E o diabo, o pai da mentira, segue pressionando e sugerindo todos os tipos de argumentos aparentemente plausíveis, justificativas e soluções humanas que leva a pessoa a se distanciar cada vez mais do Senhor (João 8:44).

Se o Pecador não Assumir a Culpabilidade e a Responsabilidade Pelo Erro não Tem como ser Perdoado Por Deus

A chave de uma reconciliação com Deus é o completo abandono de si mesmo. O cristão que errou para com Deus precisa reconhecer o seu erro sem nenhuma reserva. Ou seja, ele deverá assumir em completa humildade que ele é totalmente responsável pela situação em que se encontra. Quando rei Davi foi confrontado pelo profeta Natã pelo adultério descarado com Bate-Seba, mulher do gentio Urias, Davi mais uma vez demonstrou o porquê ele era considerado um homem segundo o coração de Deus (1Sam 13:14; Atos 13:22). Davi poderia muito bem argumentar que foi vítima da situação; poderia argumentar, por exemplo, que durante o ocorrido ele estava passando por uma fase de extremo tédio e depressão (2Sam 11:1); poderia argumentar que foi irresistivelmente seduzido por uma mulher que convenientemente resolveu se expor nua na laje da sua casa, exatamente quando o rei também se encontrava nas proximidades (2Sam 11:2). Tudo isso seria de fato verdade, mas ele sabia muito bem que o Senhor não se interessa por justificativas para o pecado, mas sim por um coração contrito (Sal 51:17). Ao ser desmascarado, o rei nada argumentou e simplesmente reconheceu que estava errado e que se sentia arrasado pelo que fez com o seu Deus: “Compadece-te de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias. Lava-me completamente da minha iniquidade, e purifica-me do meu pecado. Pois eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim. Contra ti, contra ti somente, pequei, e fiz o que é mau diante dos teus olhos; de sorte que és justificado em falares, e inculpável em julgares” (Sal 51:1-4). Davi sabia que o seu pecado causou grande quantidade de sofrimento a várias pessoas e que o seu mal era irreparável. Sabia que além de ter cometido adultério, ele causou imensa dor à família de Urias o qual ele ordenou que fosse colocado na frente de uma batalha especificamente para ser morto. Mas, mesmo estando a par de tudo o que fez para essa família, ainda assim, entendia que quem realmente foi ofendido pelos seus atos foi o Senhor: “Contra ti, contra ti somente, pequei” (Sal 51:4 ver também 1Cor 8:12).

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Todo o Pecado Possui as Suas Consequências

Queridos, quero terminar este difícil tema do adultério, divórcio e novo casamento no Sermão da Montanha exortando aos irmãos que aprendam com o exemplo de Davi. Um grande obstáculo na restauração do relacionamento do cristão com Deus é a tentativa frívola de querer justificar o pecado. Deus sempre escuta o pecador que de fato se arrepende do que fez e que esteja disposto a aceitar todas as consequências do seu erro. No caso de Davi, ele perdeu o filho que surgiu do seu relacionamento adúltero e sofreu a humilhação de ele mesmo ser vítima de adultério, assim como ele o fez com Urias, só que abertamente e cometido por alguém da sua própria família: “Assim diz o Senhor: Eis que levantarei da tua própria casa o mal sobre ti, e tomarei tuas mulheres perante os teus olhos, e as darei a teu próximo, o qual se deitará com tuas mulheres à luz do dia. Tu o fizeste em oculto; mas eu farei isto perante todo o Israel e em plena luz” (2Sam 12:11-12. Ver cumprimento em 2Sam 16:22).

Ninguém, Por Maior que Sejam os Seus Pecados, Está Além do Alcance de Deus

Eu sei que muitos irmãos e irmãs se encontram envolvidos em relacionamentos adúlteros. Para aqueles que se sentem bem onde estão, nada pode ser feito além de orarmos para que o Senhor, na sua misericórdia, abra os seus olhos para que vejam a realidade da situação, se arrependam e saiam do mundo fantasioso em que vivem antes que seja tarde demais (Atos 26:18). Este estudo tem como foco, porém, aqueles que não se sentem bem na situação em que se encontram e que, reconhecendo o seu erro para com Deus, procuram restaurar o relacionamento com o Senhor e voltar à condição de filhos obedientes que antes estavam (Isa 45:22).

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É Impossível Ser Restaurado por Deus do Pecado do Adultério de uma Forma que Todos Fiquem Felizes

Conforme já demonstramos no exemplo do rei Davi, o processo de restauração é sempre doloroso, tanto para a própria alma que quer voltar para Deus como também para todas as outras que de uma forma ou de outra foram envolvidas na situação. Não existe como um adúltero voltar para Deus de uma forma que todos os envolvidos se sentem felizes no processo. Mas, o que deve se ter em mente é que cada alma é responsável individualmente para com Deus e que cada alma no final terá tido a oportunidade de resolver a sua situação com o Criador (Eze 18:4). Algumas pessoas se voltam para Cristo e são salvas, enquanto outras rejeitam o perdão e a salvação que apenas Jesus pode oferecer.

O Cristão Sofre Menos Nesta Terra Passageira Quando o seu Foco é o Reino Eterno

Poderia terminar com o parágrafo acima, mas sinto que devo mencionar apenas mais um ponto sobre este tema tão importante para estes últimos dias em que vivemos. O cristão com muita frequência é levado por Satanás a ter como foco a sua felicidade no mundo atual. Certamente que não existe nada de errado em querer ser feliz neste mundo, de fato em vários lugares nas Escrituras Sagradas lemos que Deus promete que os seus filhos fiéis seriam felizes aqui mesmo nesta terra (Sal 16:11; Sal 30:5; Sal 34:8). Mas, ainda que sejamos grandemente felizes neste mundo, devido ao pecado que nos cerca ninguém é completamente feliz no presente momento (João 16:33). Sem mencionar que independentemente do quão feliz é a pessoa, muito ou pouco, a realidade é que tudo isso muito em breve passará e todos nós voltaremos a ser pó (Ecle 12:7). O que quero dizer é que quando passamos a ter como foco o Reino de Deus, as coisas deste mundo, incluindo o casamento, passam a ser vistas com mais realismo e já não colocamos tanto valor nelas. Isto nos leva a sofrer bem menos quando as coisas não ocorrem como gostaríamos e a desejar bem mais a vida perfeita que aguarda todo aquele que abandonou tudo na vida por amor a Cristo: “E todo o que tiver deixado casas [Gr. οικία (ikía) s.f. casa, família, propriedade], ou irmãos [Gr. αδελφός (adelfós) s.m. irmão no físico ou espiritual; fig. companheiro, colega], ou irmãs, ou pai [Gr. πατήρ (patír) s.m. pai (biológico)] , ou mãe [Gr. μητήρ (mitír) s.f. mãe], ou mulher [Gr. γυνή (guiné) s.f. mulher, esposa], ou filhos [Gr. τέκνον (teknon) s.n. filho, criança], ou terras [Gr. αγρός (agrós) s.m. propriedade, fazenda], por amor do meu nome, receberá cem vezes tanto, e herdará a vida eterna [Gr. ζωήν αιώνιον (zoin eônion) exp.idio. vida eterna]” (Mat 19:29). Espero te ver no céu.
 

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