O Sermão da Montanha (Sermão do Monte): Estudo Nº 59: As Nossas Preocupações: A Nossa Saúde

Imagem de um mar com ondas e montanhas ao fundo. O Sermão da Montanha (Sermão do Monte)

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O Sermão da Montanha (O Sermão do Monte) – As Nossas Preocupações

Mateus 6:25-32 Estudo Bíblico e Comentário Bíblico Nº 59 da série

Por Markus DaSilva, Th.D.

Na sequência do Sermão da Montanha, Jesus inicia agora um novo bloco, com novos alertas e novas palavras de encorajamento de extrema valia para os cristãos dos seus dias e de todos os tempos que viriam até o seu retorno. O tema deste segmento lida com um dos maiores — se não o maior — obstáculos para a felicidade do cristão neste mundo presente, que é a preocupação com o amanhã. Se pararmos para pensar, descobriremos que a maioria dos homens sempre se preocupou com as mesmas coisas, independentemente da época em que vive: queremos que não nos falte a saúde e as coisas básicas da vida. Jesus sumarizou a lista das nossas preocupações ao mencionar apenas o básico dos básicos: o alimento e a roupa para o corpo: “Por isso [Gr. διά τούτο (dia túto) conj. portanto, por isso] vos digo: Não vos preocupeis quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer, ou pelo que haveis de beber; nem, quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que o vestuário?” (Mat 6:25).

“Se de fato temos a intenção de não servir ao dinheiro (mamom) e sim a Deus, devemos assumir uma atitude que condiz com este propósito e eliminar, pela fé, todo o tipo de preocupação.”

A Diferença Entre os Servos de Mamom e os Servos de Deus

Observemos que Jesus inicia o seu alerta com uma conjunção coordenativa conclusiva: “por isso” [Gr. διά τούτο (dia túto)], o que significa que o seu alerta a respeito das preocupações está ligado ao que ele acabou de nos ensinar sobre a impossibilidade dos seus seguidores servir tanto a Deus como ao dinheiro: “Ninguém pode servir a dois Senhores [Gr. κύριος (kírios) s.m. Senhor, proprietário, patrão, mestre, dono]; porque ou há de odiar [Gr. μισέω (miséo) v. odiar, ser odiado, detestar] a um e amar [Gr. αγαπάω (agapáo) v. amar] o outro, ou há de apegar-se [Gr. αντέχω (anderro) v. se apegar] a um e desprezar [Gr. καταφρονέω (kátafroneo) v. desprezar, fazer pouco-caso, ignorar] o outro. Não podeis servir a Deus e a mamom [Gr. μαμωνάς (mamonás) s.m. dinheiro, riquezas]” (Mat 6:24). Ou seja, Jesus está nos dizendo que se de fato temos a intenção de não servir ao dinheiro (mamom) e sim a Deus, devemos assumir uma atitude que condiz com este propósito e eliminar, pela fé, todo o tipo de preocupação, ciente que temos um Pai no céu que sabe das nossas necessidades e que cuidará de todas elas, se tão somente colocarmos nele a nossa confiança e dependência. Foi isso o que o rei Davi quis dizer quando nos escreveu: “Te alegres no Senhor, e ele te concederá o que deseja o teu coração. Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e ele tudo fará” (Sal 37:4-5).

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A Saúde e as Necessidades Básicas, as Duas Grandes Preocupações dos Cristãos

Este bloco do Sermão da Montanha consiste de quatro estudos e neles exploraremos os dois tipos de preocupações que mais frequentemente nos rouba a paz que gostaríamos de ter enquanto esperamos o retorno de Jesus para nos levar com Ele para o céu. O primeiro que cobriremos neste estudo é a nossa saúde e o segundo, que lidaremos no próximo texto da série, será a preocupação com a comida, roupa, moradia e coisas semelhantes. Mais adiante também lidaremos com outras fontes de ansiedades, como por exemplo, os nossos relacionamentos e a salvação dos nossos queridos.

Recebendo Ajuda de Deus

Antes de começarmos a lidar com a saúde do cristão, no entanto, é de suma importância mantermos em mente que o que Jesus afirmou nestes versos sobre não ser necessário nos preocupar com a vida, se trata do esperado resultado de tomarmos uma decisão de servir a Deus e não a mamom [Gr. μαμωνάς (mamonás) s.m. dinheiro, riquezas]. Este é o ponto chave do ensino de Cristo, pois ele foi claro que não podemos servir a ambos estes “senhores” e achar que mesmo assim receberemos de Deus aquilo que procuramos, pois o Senhor não aceita este tipo de servidão dividida. Lembrando que Jesus explicou que quando amamos o dinheiro odiamos a Deus, e vice-versa, sendo assim, seria um absurdo imaginarmos que alguém que odiamos (Deus) nos dará tudo aquilo que precisamos na vida. Indo mais além nesta analogia da servidão à dois senhores, se a nossa confiança, o nosso descanso, a nossa segurança foram depositadas em mamom, então é a “ele” que devemos pedir socorro e não a Deus: “Por isso o Senhor disse: este povo se aproxima de mim, e com a sua boca e com os seus lábios me honra, mas tem o seu coração afastado para longe de mim” (Isa 29:13. Ver também: Mat 15:8, Tiago 1:8).

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O Cristão e a Preocupação Com a Saúde

Todos nós, em diferentes graus, nos preocupamos com a saúde. Gostaríamos de nunca sentir dor, cansaço, desânimo, insônia e outros problemas ligados ao nosso corpo e mente, mas infelizmente a realidade é que devido ao pecado, mesmo os mais saudáveis dos homens têm que lidar com incômodos físicos e emocionais durante a sua passagem aqui na terra. Para algumas pessoas, como sabemos muito bem, conviver com uma saúde precária é algo que faz parte do seu dia a dia por anos, enquanto para outras, os problemas de saúde são raros, mas frequentes ou raros, o fato é que ninguém está imune de se preocupar com a saúde, algo que tende a aumentar à medida que os anos vão passando e o nosso corpo vai perdendo o vigor que possuía anos atrás.

Deus Nos Garante Que Cuidará da Nossa Saúde

A Escritura Sagrada está repleta de promessas de que Deus cuidará pessoalmente da saúde daqueles que colocam nele a sua confiança. O senhor nos prometeu que o seu povo, aquele que lhe obedece e espera que dele venha tudo de bom, não teria que enfrentar a sós as doenças que assolam toda a humanidade, conforme foi revelado ao profeta Jeremias: “Eis que lhe trarei saúde e cura, e os sararei, e lhes manifestarei abundância de paz e segurança” (Jer 33:6). O rei Davi, também, foi inspirado pelo Espírito Santo quanto à proteção de Deus na área da saúde: “Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nenhum dos seus benefícios. É ele quem perdoa todas as tuas iniquidades [Heb. עָוֹן‎ (avônn) s.m. iniquidade] e quem sara [Heb. רפא (rafá) v. curar] todas as tuas enfermidades” (Sal 103:2-3). Ao lermos estas e outras passagens na Bíblia sobre o cuidado de Deus com a nossa saúde, podemos notar a frequente menção de cura, e não de uma perfeita saúde onde nenhuma cura é necessária. Esta verdade apenas confirma que de fato o sofrimento decorrente de doenças, e consequentemente as preocupações que seguem, é algo que sempre acompanhou o ser humano.

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Os Nossos Pecados e as Nossas Enfermidades

Cristo à parte, nenhum ser humano adulto pode dizer que nunca pecou, da mesma forma nenhum ser humano adulto pode dizer que nunca se enferma. Existe uma clara conexão entre os nossos pecados e as nossas doenças: “Disse eu da minha parte: Senhor, compadece-te de mim, sara-me, pois pequei contra ti” (Sal 41:4). O próprio Jesus fez esta conexão ao exortar o homem a quem ele curou de uma doença que o aprisionou por 38 anos: “Olha, já estás curado; não peques mais, para que não te suceda coisa pior” (João 5:14). Ou seja, ainda que a Bíblia não nos dê detalhes sobre a vida deste homem, a exortação de Jesus deixa claro que a sua enfermidade estava ligada à sua vida de pecado. O alerta de Jesus é ainda mais sério quando consideramos que se o homem continuasse no pecado o mal que lhe atormentava não seria o mesmo, mas sim pior [Gr. μη χείρον σοί τι γένηται (in rríron si ti génite) Lit. não coisa pior a ti ocorra]. Este terrível alerta se assemelha a um outro aviso de Jesus: “Ora, havendo o espírito [Gr. πνευμα (pnévma) s.n. espírito, vento, sopro] imundo saído do homem [Gr. άνθρωπος (ánthropos) s.m. homem, ser humano], anda por lugares áridos, buscando repouso, e não o encontra. Então diz: Voltarei para minha casa [Gr. οίκος (íkos) s.m. casa, lar, família], donde saí. E, chegando, acha-a desocupada, varrida e adornada. Então vai e leva consigo outros sete espíritos piores do que ele e, entrando, habitam ali; e o último estado desse homem vem a ser pior do que o primeiro” (Mat 12:43-45). Assim como foi com este desconhecido da Bíblia, se insistimos em seguir levando uma vida com pecados acariciados, é de se esperar que seremos pessoas fracas e doentes não apenas no espírito, mas também no físico. [Acesse série de estudos sobre os mandamentos de Jesus]

Deus Utiliza de Várias Maneiras Para Curar os Seus Servos Fiéis

Quando vivemos em obediência às palavras do Senhor, continuamente servindo somente a Ele e não ao dinheiro (ou a qualquer outra coisa), devemos confiar e esperar que em retorno seremos curados de qualquer enfermidade que venha sobre nós. Devemos entender, no entanto, que Deus não está limitado a apenas uma maneira de cumprir a sua promessa de cura. Gostaríamos que todas as curas fossem feitas de uma forma sobrenatural, sem o uso de médicos, hospitais, remédios… etc., e de fato Deus nos cura miraculosamente com frequência, ainda que na maioria destas curas nós nem nos dávamos conta que estávamos enfermos.

O Processo Divino Para Manter Viva a Raça Humana: Um Testemunho

Como parte da sua criação deste mundo, Deus, no entanto, estipulou que haveria um processo atuando continuamente para que as enfermidades não levassem a raça humana à extinção. Agora mesmo, por exemplo, acabei de tomar dois comprimidos para uma pequena dor de cabeça que sinto. Se passaram uns 15 minutos e começo a sentir a dor desaparecendo. Como já mencionei em um outro texto, alguns anos atrás sofri de duas enfermidades sérias, um aneurisma e um TVP. Quem conhece sabe que estas duas enfermidades com frequência resultam em morte. Diferentemente da dor de cabeça, naqueles casos, tylenol, obviamente, não resolveria e foi necessário hospitais e cirurgias, mas em ambos os eventos, a dor de cabeça e o aneurisma, me beneficiei do mesmo processo divino, preestabelecido para a continuidade da vida neste mundo. Remédios, médicos, terapias, hospitais… tudo isso vem de Deus e faz parte deste processo divino o qual me refiro. Quando oramos, Deus normalmente nos responde utilizando meios que se enquadram dentro deste processo. Quando Deus atendeu a oração de Ezequias e estendeu a sua vida por 15 anos, Isaías (o profeta de Deus) receitou ao rei Ezequias um remédio que envolvia o uso de figos (Isa 38:21). No novo testamento, temos o nosso irmão Paulo receitando a Timóteo adicionar vinho na sua água para um problema de estômago (1Tim 5:23). Utilizei a palavra “normalmente” acima porque Deus pode (e frequentemente o faz) interferir na ordem natural das coisas para o bem dos seus escolhidos. Quando isso ocorre, dizemos que a resposta à oração foi sobrenatural, ou miraculosa. A propósito, praticamente todas as curas de Jesus foram fora do processo natural, processo esse, devo lembrar, criado por ele mesmo (João 1:1-3).

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Quando a Cura Não Ocorre

Antes de concluir mais este estudo da longa série sobre o Sermão da Montanha, não podemos deixar de lado a realidade de que muitas vezes a cura que o cristão pede a Deus não ocorre, ou ocorre apenas parcialmente. Há algumas poucas semanas aqui nos EUA, um conhecido apologista cristão faleceu de um câncer que os médicos descobriram acidentalmente durante uma cirurgia para resolver um problema de coluna. A princípio, todos esperavam que Deus mostrou o câncer aos médicos para que assim ele fosse curado, mas esse não foi o caso. Deus lhe mostrou o câncer mais como um alerta de que os seus dias estavam contados: “Assim diz o Senhor: Põe em ordem a tua casa, porque morrerás, e não viverás” (Isa 38:1). E segundo o que sabemos, este famoso cristão de fato deixou a sua casa em ordem, ainda que a sua família, amigos e colegas de ministério obviamente desejaram e procuraram junto ao Senhor não a sua partida deste mundo, mas sim a sua cura. Infelizmente temos que simplesmente aceitar a realidade de que muitas vezes a resposta de Deus ao nosso pedido de cura não é aquilo que gostaríamos (2Cor 12:9); mas se de fato confiamos no Mestre que servimos, sabemos que mesmo quando a resposta for negativa, ainda assim nada menos do que o melhor nos foi feito, e, portanto, seguiremos sendo fiéis, conforme nos disse o nosso irmão Jó: “Ainda que ele me mate, eu nele confiarei” (Jó 13:15).

O Tratamento Personalizado de Deus

É lógico que a maneira que Deus lida com a saúde dos seus filhos fiéis é um tema extremamente complexo para ser abordado por completo em apenas alguns parágrafos. Existem muitos fatores físicos e espirituais que determinarão de que forma Deus atuará a seu favor. Fatores que diferem entre os cristãos, incluindo o histórico da pessoa: os seus hábitos presentes e passados, os seus anos de rebeldia para com o Criador e acima de tudo o seu grau de intimidade com Deus no presente: “Perto está o Senhor de todos os que o invocam, de todos os que o invocam em sinceridade” (Sal 145:18. Ver também: Sal 73:28; Zac 1:3; Tiago 4:8). Quanto mais íntimo de Deus for o cristão, mais clara será a comunicação entre os dois e mais específicas serão as suas instruções quanto à sua situação. Para quem não sabe, a única maneira de se adquirir intimidade com o Senhor é através da obediência às suas palavras: “Aquele que tem os meus mandamentos [Gr. εντολή (endolí) s.f. ordem, comando, regra, mandamento] e os guarda [Gr. τηρέω (tiréo) v. guardar, vigiar, manter, preservar], esse é o que me ama [Gr. αγαπάω (agapáo) v. amar]; e aquele que me ama será amado de meu Pai [Gr. πατήρ (patír) s.m. Pai], e eu o amarei, e me manifestarei [Gr. εμφανίζω (enfanízo) v. revelar, aparecer, mostrar] a ele” (João 14:21). Espero te ver no céu.
 

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