O Sermão da Montanha (Sermão do Monte): Estudo Nº 77: Os Falsos Adoradores: Sinais e Maravilhas Sem Obediência

Paisagem amarelada com casas e pinhos à distância e montanhas ao fundo. O Sermão da Montanha.

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O Sermão da Montanha (O Sermão do Monte) – Sinais e Maravilhas Sem Obediência

Mateus 7:22-23 Estudo Bíblico e Comentário Bíblico Nº 77

Por Markus DaSilva, Th.D.

No último estudo, começamos a escrever sobre um grande número de homens e mulheres que ficarão chocados no juízo final quando descobrirem que apesar de terem sido bons cristãos por anos e anos, não herdarão o Reino dos Céus. Neste estudo daremos mais detalhes sobre o que foi que saiu errado com o cristianismo deste grande grupo de supostos cristãos. Um ponto interessante sobre o relato de Jesus é que estes indivíduos não aceitaram a rejeição pacificamente. Ao notarem que a porta de entrada ao Reino estava fechada para eles, não entenderam o ocorrido, chamaram a Jesus para explicar a ele que segundo a Bíblia, eles tinham demonstrado provas de que eram genuínos cristãos (Mar 16:17; Luc 10:17). Os sinais e maravilhas claramente listados nos seus currículos deveriam convencer a Jesus que tinham direito a acessar a árvore da vida. Talvez o Senhor não estivesse a par de quem eram? Será que algum anjo passou para Cristo a informação errada sobre eles? Será que pensavam que eram descrentes? Ou que eram cristãos frios? Ou que iam à igreja apenas nos feriados santos? Decidiram então que, considerando a situação desesperadora em que se encontravam, o melhor seria refrescar a memória de Jesus sobre tudo o que fizeram em seu nome enquanto estavam na terra: “Muitos me dirão naquele dia: Senhor [Gr. κύριος (kírios) s.m. Senhor, proprietário, patrão, mestre, dono], Senhor, não profetizamos [Gr. προφητεύω (profitévo) v. profetizar] nós em teu nome [Gr. όνομα (ónoma) s.n. nome]? E em teu nome não expulsamos demônios [Gr. δαιμόνιον (demônion) s.n. demônios, ministros do mau]? E em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi claramente [Gr. ομολογέω (amologéo) v. declarar, confessar, reconhecer]: Nunca vos conheci [Gr. γινώσκω (guinósko) v. conhecer, saber; fig. ter relação sexual]; apartai-vos [Gr. αποχωρέω (aporroréo) v. partir, sair, ir embora] de mim, vós que praticais a desobediência à lei [Gr. εργαζόμενοι την ανομίαν (ergazómene tin anomían) Lit. aqueles atuando sem lei]” (Mat 7:22-23. Ver também Mat 13:20-21; 1Jo 2:19).

“A dura realidade é que as exibições artísticas nas nossas igrejas têm como verdadeiro objetivo agradar ao homem e não a Deus.”

Uma Melhor Tradução Para Mateus 7:23

Dois estudos atrás já explicamos que houve uma clara má intenção por parte de algumas (mas não todas) publicadoras de Bíblias na tradução deste verso de Mateus. Este erro é mais sério nas versões em português e espanhol porque existem poucas Bíblias independentes nestas línguas. Em português quase todas as Bíblias são variações da Almeida, e em espanhol, da Reina-Valera, e ambas, por sua vez se baseiam fortemente na Authorized Version ou King James Version. Já no inglês, existem bem mais traduções diretas dos manuscritos e por isso temos muitas Bíblias que traduziram corretamente este verso de Mateus.

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O Porque a Palavra “Iniquidade” Não é a Correta Para Este Verso

A palavra no grego [Gr. ανομίας (anomias)], um substantivo feminino, neste contexto claramente se refere às pessoas que violam, ou quebram, ou desobedecem a lei de Deus. Algumas publicadoras, no entanto, optaram por não fazer referência à lei de Deus e vergonhosamente traduziram a palavra como “iniquidade” ou “mal”, dando a entender o absurdo de que os muitos cristãos a quem Jesus se referiu não entrarão no Reino dos Céus porque eram indivíduos maus, ou iníquos. Este significado de anomias é muito improvável no contexto do Sermão da Montanha, já que todas as outras vezes que Mateus utilizou a raiz “nomos”, foi se referindo à lei de Deus (Mat 5:17; Mat 5:18; Mat 7:12). Porque Jesus, exatamente quando nos alerta sobre o juízo final, fugiria do sentido normal da negação de nomos (a+nomos = anomias), e nos diria que muitos naquele dia não se salvarão por serem iníquos? Não é mais do que óbvio, que, tal qual várias conceituadas Bíblias em inglês traduziram, eles não se salvarão porque fizeram pouco caso da lei do Pai e do seu amado Filho? E também não é óbvio que, se estes indivíduos chamavam a Jesus de Senhor, Senhor, mas acabaram sendo rejeitados por Cristo, as suas demonstrações de obedientes servos não passava de uma fachada? Toda a religiosidade que eles faziam questão de exibir não passava de atos externos e sem conteúdo, feitos somente para impressionar o povo e assim fazer com que as multidões os vissem como verdadeiros representantes de Deus aqui na terra: “vós exteriormente pareceis retos aos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e de falta da lei [Gr. ανομίας (anomias)]” (Mat 23:28). Se de fato a intenção fosse mencionar o pecado da iniquidade ou maldade, Mateus poderia muito bem usar o mesmo adjetivo [Gr. πονηρός (ponirós) adj. mal, maldoso, maligno, imoral] que ele usou 21 vezes no seu evangelho, incluindo uma vez, poucos versos antes: “Se vós, pois, sendo maus [πονηρός (ponirós)], sabeis dar boas dádivas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhe pedirem?” (Mat 7:11).

Uma outra razão que podemos ver que Jesus se refere à desobediência aos mandamentos de Deus nesta passagem é o contexto imediato, pois se vê claramente que estes supostos cristãos se viam como pessoas santas ao mencionarem a Jesus todas as boas obras que fizeram: “em teu nome fizemos isto, em teu nome fizemos aquilo”. Jesus, porém, nos diz que estas pessoas não faziam o desejo do Pai, apesar de continuamente o chamar de Senhor. É mais do que óbvio que fazer o desejo do Pai é o mesmo que obedecê-lo em tudo aquilo que ele nos manda fazer (Luc 11:28); é o mesmo que obedecer às suas palavras; é o mesmo que guardar os seus mandamentos, o que estes supostos cristãos não faziam, mas imaginavam que ainda assim agradavam a Deus porque chamavam a Jesus de Senhor (Luc 8:21). Fazer o desejo do Pai é obedecer aos ensinos de Jesus: “o meu ensino não é meu, mas daquele que me enviou. Se alguém quiser fazer a vontade de Deus, saberá se o meu ensino é dele, ou se eu falo por mim mesmo” (João 7:16-17).

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Como Várias Bíblias Traduziram Este Verso de Mateus

E concluindo esta exegese, eis um resumo de como as várias Bíblias em português, espanhol e inglês traduziram este verso. Praticamente todas as versões em português e espanhol preferiram “vós que praticais a iniquidade” [praticais la iniquidad] (ARC, ARA, TAR, TB2010, BJport, RVA, BJesp e LBLA); algumas como “…praticam o mal” [hacedores de maldad] (NAA, NTLH, NVIport, NVIesp e RVA2015). Apenas as versões NVT e NTV corretamente traduziram como: “…vocês que desobedecem à lei” [ustedes, que violan las leyes de Dios].

Já as versões em inglês muitas foram fiéis ao grego: “…vocês que praticam a desobediência à lei” [you who practice lawlessness] (CSB, CJB, ESV, LEB, NET, NKJV, NLT e AMP). Mas algumas mantiveram a tradução errada da KJV e também usaram “obreiros de iniquidades” [workers of iniquity] ou “pessoas maldosas” [evildoers] (DRB, GNT, ISV, NABRE, NCV, NIV, NRSV, RSV, CEV e NJB). Finalmente, das três línguas as versões mais fiéis ao original foi a NLT (que é a versão em inglês da NVT e NTV): “…vocês que desobedecem à lei” […you who break God’s laws]; e a AMP “…vocês que agem com malícia, ignorando os meus mandamentos” [you who act wickedly, disregarding My commands].

A Adoração Que Deus Não Aceita

Agora que ficou mais do que claro que toda esta passagem sobre os supostos cristãos  tem a ver com a obediência aos mandamentos do Pai e do Filho como um todo, e não a um ou outro pecado em particular, falemos um pouco sobre como as pessoas podem chegar ao ponto de se enganar em algo tão sério como a salvação. Os homens e mulheres mencionados na passagem representam o cúmulo do engano, pois ao tentarem argumentar com o próprio Jesus podemos ver que realmente criam que seriam bem-vindos no Reino dos Céus e que herdariam a vida eterna. Sempre digo que os falsos cristãos serão mais infelizes do que os ímpios naquele dia porque contavam com a salvação. Embora no final, quando todos eles forem lançados no lago de fogo, não fará nenhuma diferença, pelo menos os descrentes já sabiam que caso houvesse um juízo final, receberiam nada além de tristeza e tormento eterno (Mat 25:46; Apo 20:15; Apo 21:8). O apóstolo Paulo disse a mesma coisa, só que no ângulo oposto, quando nos escreveu: “Se é só para esta vida que esperamos em Cristo, somos de todos os homens os mais dignos de pena” (1Cor 15:19).

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Estes cristãos que Jesus mencionou ignoraram os evangelhos e optaram por ensinos de homens. Jesus foi enviado a este mundo por dois motivos essenciais, ambos ligados à nossa salvação: pagar com o seu próprio sangue pelos nossos pecados (João 3:16; 1Pe 1:18-19; 1Pe 2:24 ) e nos ensinar sobre o que devemos fazer para nos beneficiar do seu sacrifício (Luc 9:35; Mar 9:7; João 7:17). Milhões de cristãos de todas as denominações aceitam facilmente o sacrifício de Cristo. Eles dizem que são muito agradecidos pelo que ele fez; insistem que o amam e querem provar este amor através de dízimos e ofertas, louvores, camisetas, cruzes no pescoço, e até tatuagens. Eles estão dispostos a grandes e custosos sacrifícios na demonstração do seu amor a Jesus, eles apenas não estão dispostos a obedecer às suas palavras e viver somente para ele (Luc 14:33). Jesus, no entanto, foi claro e firme que ninguém se salvará sem obediência e sem se entregar por completo à sua autoridade: (Luc 18:28-30). O que os falsos cristãos, fizeram então foi iludir a si mesmos, imaginando que Deus aceitaria os seus atos religiosos e suas adorações como substituto de fazer a sua vontade: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus” (Mat 7:21). Esses atos religiosos que fazem é tudo aquilo que dá a entender para as pessoas que existe a aprovação de Deus nos seus ministérios. Jesus nos deu exemplos de três dessas demonstrações externas comuns na época dos apóstolos: profetizar, expulsar demônios, e milagres. Hoje, ainda temos estas demonstrações sobrenaturais — em maior ou menor frequência dependendo da denominação — mas existem outros meios mais comuns na igreja moderna onde milhões de irmãos e irmãs imaginam agradar a Deus, quando de fato estão apenas enganando a si mesmos. Assim como os falsos cristãos nos dias de Jesus, eles procuram substituir a obediência às palavras de Jesus por atos externos de adoração.

Engano Nº 1: A Caridade Como Prova da Presença de Deus

A grande prova, aliás, a única prova que o cristão é de fato um discípulo de Jesus e possui a presença do Pai na sua vida é o amor ao Senhor demonstrado através da obediência às suas palavras (João 14:23-24). Existem muitos cristãos que imaginam ser possível substituir a obediência a Cristo pela caridade. Notem que de fato a caridade é um dos mandamentos de Jesus (Luc 6:30-36) e todos os seus discípulos devem ser caridosos, mas por mais caridoso que seja, ninguém agradará ao Senhor se não viver somente para ele (Luc 9:23). Esta verdade foi claramente demonstrada pelas palavras de reprovação de Jesus quando algumas pessoas censuraram à Maria de Betânia porque ela derramou um perfume caro nos pés do Senhor: “Respondeu, pois Jesus: Deixai-a; para o dia da minha preparação para a sepultura o guardou; porque os pobres sempre os tendes convosco; mas a mim nem sempre me tendes” (João 12:7-8). Realmente, segundo o entendimento humano, faria muito mais sentido usar o dinheiro investido no luxuoso perfume de nardo para alimentar e vestir 50 ou 60 viúvas e criancinhas que estavam passando fome e frio nas ruas de Jerusalém. Eu lhes garanto que não apenas Judas, mas muitos outros naquela casa pensavam da mesma forma e ficaram chocados com a reação de Jesus em ter aceito tamanho “desperdício” de dinheiro.

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Engano Nº 2: A Arte Como Prova da Presença de Deus

Jesus não se interessa por nenhum tipo de exibição artística que possamos lhe oferecer se não for acompanhada do amor e da obediência às suas palavras. Muitos na igreja possuem a ideia fantasiosa de que o Pai, o Filho e o Espírito Santo, não conseguem resistir aos seus instrumentos, luzes, fumaças, vozes e mãos levantadas, e assim que começam as suas músicas a presença de Deus toma conta do lugar. Gostam até de citar uma tradução errada do hebraico dos Salmos 22:3, cuja tradução correta seria: “Tú, porém, és o santo no trono, és o louvor de Israel” [Heb. ואתה קדושׁ יושׁב תהלות ישׂראל (we’attah qadosh yoshev tehilloth yisra’el) Lit. e tu santo sentado os louvores de Israel]. No português a NVI e NTLH foram mais fiéis ao original, algo como: “Tu, porém, és o Santo, és rei, sentado no teu trono recebes o louvor de Israel”. As demais traduções apenas mantiveram o erro da KJV. Infelizmente já ouvi vários cristãos utilizando este versículo erroneamente, argumentando sem vergonha e sem temor que Deus, o criador do universo, é incapaz de ignorar as suas músicas gospel, e assim que iniciam com a guitarra, o contrabaixo, a bateria, o teclado, e as vozes, o Senhor, o Todo Poderoso, se vê preso, entronizado na música, mesmerizado com a beleza das suas melodias. Obviamente ninguém jamais iria admitir tamanha blasfêmia, e diriam que “não é bem assim”, mas na prática é isto que pensam e ensinam, pois os seus ouvintes amam este tipo de linguagem poética, sem nenhum conteúdo real, mas que dá a entender que estão agradando a Deus simplesmente porque estão cantando. Acreditem, queridos, foi Deus quem criou todas as expressões artísticas, e no céu, lugar da sua habitação, o que não falta são seres celestiais o adorando dia e noite, com vozes santas e melodias que nenhum mortal pode sequer se aproximar da sua beleza e majestade. Deus não habita em nenhuma música gospel, criada por nenhuma celebridade gospel, por mais linda que pareça aos ouvidos impuros dos seres humanos. Deus habita sim, no coração dos seus filhos obedientes. A dura realidade é que as exibições artísticas nas nossas igrejas têm como verdadeiro objetivo agradar ao homem e não a Deus. Prova disso é que quanto mais elaborados forem os louvores das igrejas, mais pessoas frequentam as suas reuniões. Devemos lembrar que não existe sequer uma instrução, um mandamento, e nem sequer menção de Jesus sobre qualquer tipo de exibição artística entre os seus seguidores. Se a arte fosse tão importante para Jesus como atualmente o é para a igreja moderna, certamente que o Senhor teria chamado pelo menos um cantor, ou ator, ou dançarino, ou comediante, ou algum outro artista existente na época para ser um dos seus apóstolos.

Engano Nº 3: Sucesso Financeiro Como Prova da Presença de Deus

Não existe nenhuma conexão entre riqueza, luxo, tamanho de ministério e a aprovação de Deus. Um ministério pode ser grande ou pequeno e de fato ter a sua aprovação, mas o que determina se Deus está por detrás da obra não é o tamanho da igreja nem o da conta bancária, mas sim se os seus líderes e integrantes amam a Jesus, morreram para este mundo, obedecem e ensinam as mesmas palavras que Jesus ensinou quando esteve aqui conosco. Um grande engano que existe na igreja é imaginar que sucesso financeiro indica a presença de Deus entre o seu povo. Isto não é algo novo, basta ver as antigas e suntuosas catedrais espalhadas por toda a Europa que foram financiadas sob o argumento de que Deus estaria sendo honrado com todo o luxo. Com raras exceções, a igreja moderna segue no mesmo erro, imaginando que quanto maior e luxuoso forem seus locais de adoração, e quanto mais elaboradas forem suas reuniões semanais, mais se comprova que Deus abençoou o ministério. Este entendimento certamente não se limita às construções de igrejas e beleza dos cultos, mas também em investimentos na mídia, escolas e muitos outros empreendimentos em que se envolvem. Quanto mais estabelecimentos e funcionários possui uma igreja, mais se acredita que Deus se faz presente e que apoia o que fazem. Ou seja, imaginam que sempre existe uma correlação: sucesso financeiro e bênçãos de Deus. Usando essa mesma lógica, também creem que uma igreja que permanece pequena é uma igreja que Deus não abençoou. Alguns anos atrás assistia a um culto em uma mega igreja hispana em Miami, e ouvi do pregador que os seus “competidores” do passado estavam atualmente se reunindo em pequenas lojas adaptadas para igreja, enquanto ele construiu o seu imenso templo com capacidade para 2000 pessoas. O que este pastor quis dizer foi exatamente isto: Este grande templo confirma que Deus aprova o que eu faço, enquanto as igrejinhas dos meus competidores confirma que Deus não aprova o que fazem”.

Emoções Sem Obediência

Queridos, me desculpem por ser tão duro neste estudo em relação aos enganos que existem nas nossas igrejas nestes últimos dias, sobretudo em relação às artes. Sei muito bem que a arte na igreja, principalmente a música, assumiu uma posição tão elevada nos nossos dias que muitos dos cristãos vergonhosamente decidem qual igreja irão frequentar, não baseado nas verdades espirituais do que ensinam, mas sim na beleza dos seus louvores. A razão, para ser bem franco, é porque a música, assim como todas as outras artes, se limita às emoções e não impulsiona ninguém a tomar as decisões que envolvem sacrifícios. Infelizmente, porém, todos nós precisamos tomar sérias decisões na vida se queremos agradar a Deus e herdar o Reino dos Céus: “Assim, pois, todo aquele dentre vós que não renuncia [Gr. αποτάσσω (apotásso) v. dar adeus, abandonar, se despedir] a tudo [Gr. πας (pas) adj. tudo, de todo o tipo] quanto possui [Gr. υπάρχω (ipar-rro) v. ter, ser, possuir], não tem como ser meu discípulo [Gr. μαθητής (mathitís) s.m. aprendiz, discípulo, aluno, seguidor]” (Luc 14:33). Os irmãos e irmãs que Jesus disse que não os conhecia, não renunciaram ao que possuíam, pois se fosse o caso Jesus os veria como amigos e os chamaria pelos nomes (João 15:15). Não permitam que este horrível final ocorra com vocês. Não se deixem enganar por nenhuma mensagem, de nenhum falso mestre. Não se deixem levar pelas multidões. No final cada um de nós enfrentará a sós o nosso juiz face a face, e não seremos perguntados se ajudamos as pessoas, se construímos igrejas, ou se cantamos louvores, mas sim se obedecemos. É a partir da obediência que todos as outras coisas que agradam a Deus naturalmente ocorrem: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus” (Mat 7:23). Espero te ver no céu.
 

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