O Cristão, COVID-19 e a Crise Mundial de 2020. Estudo nº 2: Salmos 1

Rapaz olhando para o horizonte em pensamento. O Cristão, COVID-19 e a Crise Mundial de 2020

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A Crise Mundial e a Ira de Deus Sobre o Seu Povo. Estudo nº 2

Por Markus DaSilva, Th.D.

Continuando esta série especial sobre a atual crise mundial, seguimos utilizando do Livro de Salmos como uma fonte de sabedoria e direção para esses dias difíceis que estamos atravessando. O nosso plano é seguir publicando e enviando aos nossos leitores estes pequenos estudos enquanto o Senhor nos permitir, pois sabemos que em dias como os atuais todo o servo de Deus é atormentado com todos os tipos de pensamentos negativos com o intuito de lhe tirar a paz que tanto precisa. O inimigo não cessa de sussurrar palavras de desânimo e temor nos nossos ouvidos com a finalidade de que esqueçamos de onde vem o nosso socorro: “Elevo os meus olhos para os montes; de onde me vem o socorro? O meu socorro vem do Senhor, que fez os céus e a terra” (Sal 121:1-2).

“O Salmos 1 ressalta as bênçãos e a proteção que obteremos se não imitarmos o comportamento dos descrentes.”

Deus Não Trata os Seus Justos da Mesma Forma Que Trata os Ímpios

Neste segundo estudo, focaremos no primeiro salmo, que intencionalmente ou não, sendo o primeiro, funciona muito bem como uma espécie de sumário para todo o livro de Salmos. Este é um salmo pequeno (apenas seis versos), mas cheio de sabedoria e verdades divinas que nos é de grande ajuda nos nossos dias de lutas. Particularmente, eu não possuo uma enorme coleção de passagens bíblicas na minha memória, como muitos possuem, mas o Salmos 1 certamente é um dos salmos que fiz questão de memorizar devido à sua utilidade para destruir os argumentos de Satanás quando ele me ataca com pensamentos de medo e desânimo. Este, afinal, é um salmo de bênçãos; este é um salmo que tem como principal objetivo nos lembrar que Deus não trata os seus justos da mesma forma que trata os ímpios; este é então um salmo de contraste, onde o rei Davi, sob a inspiração do Espírito Santo, contrasta a nossa situação neste mundo com a situação daqueles que não temem a Deus.

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A Diferença Entre o Salmos 1 e as Bem-Aventuranças

O Salmos 1 alterna dois posicionamentos do ser humano em relação a esta vida: o do justo que deseja agradar a Deus e tem o seu prazer na lei do Senhor e o do ímpio que possui como foco agradar a si mesmo, desconsidera a Deus, e até escarnece, ou zomba, dos justos do Senhor. Todo o salmo possui um tom didático, onde o salmista ressalta, utilizando de frases negativas e positivas, as bênçãos que obteremos se não imitarmos o comportamento dos descrentes: “Bem-aventurado [Heb. אשרי (ashrê) adj. feliz, abençoado] o homem [Heb. איש  (ish) s.m. homem] que não anda segundo o conselho dos ímpios [Heb. רשע (rashá) adj. ímpio, sem retidão, culpado], nem se detém no caminho dos pecadores [Heb. חטא (rratá) adj. pecador], nem se assenta na roda dos escarnecedores [Heb. ליץ (let) adj. escarnecedor, gozador, zombador, irônico]; antes tem seu prazer na lei do Senhor [Heb. תורה יהוה (têvoa Jerrôva) lei de Deus], e na sua lei medita de dia e noite. Pois será como a árvore plantada junto às correntes de águas, a qual dá o seu fruto na estação própria, e cuja folha não cai; e tudo quanto fizer prosperará [Heb. צלח  (salarr) v. prosperar]” (Sal 1:1-3). Essas palavras do rei Davi se assemelham às palavras de Jesus nas bem-aventuranças onde o Senhor também menciona qual é o comportamento que se espera das pessoas que querem ser abençoadas pelo Pai. Uma diferença, é que enquanto Jesus nos diz aquilo que devemos fazer para obtermos as bênçãos que procuramos (sermos pobres de espírito, misericordiosos, pacificadores, etc.), Davi põe mais ênfase naquilo que não devemos fazer. [Acesse série sobre as Bem-aventuranças] [Acesse série completa (79 estudos) sobre o Sermão da Montanha]

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Durante Esta Crise Mundial, Muitos Procuram a Proteção de Deus

O cristão sempre está procurando pelas bênçãos e proteção do Senhor. Na realidade, esta é a razão pela qual ele abandonou os prazeres que o mundo oferece e optou pelo caminho apertado e pela porta estreita que Jesus nos disse ser necessário escolher para sermos seus discípulos (Mat 7:13-14) e termos a Deus como Pai (Mat 7:21). O desejo da proteção de Deus obviamente se acentua durante os dias difíceis como este período de crise mundial que estamos passando. Ao vermos e ouvirmos de pessoas morrendo da atual pandemia; ao recebermos notícias de milhares de homens e mulheres perdendo os seus empregos por causa da crise financeira mundial, é apenas normal que desejamos mais que nunca as bênçãos e proteção do Senhor para nós e nossas famílias. Mas existe algo que possamos fazer para garantir esta proteção que tanto precisamos? No Salmos 1 aprendemos que sim.

A Felicidade do Ímpio é Ilusória

O Senhor inspirou o seu servo Davi a nos dizer que muito embora a grande maioria ao nosso redor possui um estilo de vida que parece lhes trazer felicidade nesta vida, a realidade é que tudo isso que procuram é ilusório, e pelo fato de buscarem satisfazer a si mesmos e não a Deus, eles serão condenados no juízo final: “Pelo que os ímpios [Heb. רשע (rashá) adj. ímpio, sem retidão, culpado] não subsistirão no juízo [Heb. משפט (mishpat) s.m. lei, julgamento, ordenanças, estatutos], nem os pecadores [Heb. חטא (rratá) adj. pecador] na congregação dos justos” (Sal 1:5. Ver também: Sal 5:5; Sal 62:12; Jer 17:10; Mat 16:27; 2Cor 5:10; Apo 22:12).

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Apenas os Justos Recebem as Bênçãos e a Proteção de Deus

O foco do salmista, no entanto, não é que simplesmente tenhamos consciência do fim dos ímpios, mas sim que, sabendo aquilo que muito em breve os aguarda, não cobicemos o seu estilo de vida levado por sua aparente felicidade (Sal 1:1; Sal 37:1; Prov 23:17; Prov 24:1). O salmista procura nos acordar para a realidade da vida, nos mostrando duas coisas garantidas que apenas os justos possuem: a primeira são as bênçãos e proteção de Deus que o justo recebe ainda hoje: “Pois será como a árvore plantada junto às correntes de águas, a qual dá o seu fruto na estação própria, e cuja folha não cai; e tudo quanto fizer prosperará” (Sal 1:3. Ver também: Mat 6:33; Mat 19:29). A segunda é a certeza da salvação: “porque o Senhor conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios conduz à ruína” (Sal 1:6. Ver também: Sal 37:39; Sal 62:1 Sal 73:17-18; Mat 25:46; João 3:36).

Mostramos que Pertencemos a Deus Vivendo Para Ele Tempo Integral

Neste período de crise mundial, é importantíssimo para o cristão aprender de uma forma bem clara, que se ele espera receber um tratamento especial de Deus para si mesmo e para a sua família, ele terá que demonstrar na prática que de fato pertence ao Senhor. Foi para este fim que Deus inspirou ao rei Davi para nos escrever que em vez de seguir o caminho dos ímpios, o justo “antes tem seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e noite” (Sal 1:2). Ou seja, o prazer do verdadeiro filho de Deus não é se manter entretido com o seu seriado favorito, ou a sua novela, ou o seu campeonato, ou o seu show, mas sim em agradar ao seu Deus. O fato de o salmista mencionar que este prazer do homem pela lei de Deus se estende pelas 24 horas do dia [Heb. יומם ולילה׃‎ (yuman vilila) de dia e de noite], elimina qualquer possibilidade de que o cristão possa manter um estilo de vida em que tanto os interesses de Deus como o seus próprios sejam satisfeitos. De dia e noite significa tempo integral para Deus. Bem simples de entender.

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Os Ensinos de Jesus São os Mesmos dos Salmos

Jesus nos ensinou o mesmo durante os anos que passou aqui conosco. Lembremos que Cristo trouxe com ele dos céus os mesmos ensinos que nos foram transmitidos através dos profetas do Antigo Testamento, incluindo os salmos. A mesma palavra do Pai dada aos antigos nos foi dada através do seu Filho: “Quem me rejeita [Gr. αθετέω (athetéo) v. rejeitar, desprezar, ignorar], e não recebe as minhas palavras [Gr. ρήμα (rima) s.n. palavra, ensino, mensagem, instrução], já tem quem o julgue [Gr. κρίνω (krino) v. julgar, condenar, decidir]; a palavra [λόγος (lógos) s.m. palavra, ensino, verbo; tit.div. Jesus] que tenho pregado, essa o julgará no último dia [Gr. τη εσχάτη ημέρα (ti esrráti iméra) exp.idio. o último dia, fim do mundo]. Porque eu não falei [Gr. λαλέω (laléo) v. falar, conversar, declarar] por mim mesmo; mas o Pai [Gr. πατήρ (patír) s.m. Pai], que me enviou [Gr. πέμπω (pémpo) v. enviar, despachar], esse me deu ordem [Gr. εντολή (endolí) s.f. ordem, comando, regra, mandamento] quanto ao que dizer e como falar. E sei que a sua ordem [endoli] é vida eterna [Gr. ζωήν αιώνιον (zoin eônion) s.f. vida; adj. eterna]. Aquilo, pois, que eu falo, falo-o exatamente como o Pai me disse [Gr. είπον (ipon) v. falar, dizer, ordenar]” (João 12:48-50). Ou seja, as palavras de Jesus deverão ser obedecidas, se queremos estar entre aqueles que recebem a contínua proteção de filhos de Deus.

Se de Fato Somos de Deus, Viveremos Para Ele

As palavras de Jesus, assim como as do rei Davi, são claras quanto à entrega total exigida por Deus: “Quem ama [Gr. φιλέω (filéo) s.f. amizade, amor, afeto] a sua vida [Gr. ψυχή (psirrí) s.f. alma, vida, mente, individualidade], perdê-la-á; e quem neste mundo odeia [Gr. μισέω (miséo) v. odiar, ser odiado, detestar] a sua vida, guarda-la-á para a vida eterna [Gr. ζωήν αιώνιος (zoin eônion) vida eterna]” (João 12:25). Não basta dizer que somos filhos de Deus e assim esperar que sejamos protegidos das calamidades que assolam o mundo; teremos que comprovar o que falamos através da maneira que vivemos. Se de fato somos de Deus, viveremos para Ele e não para nós mesmos: “Assim, pois, todo aquele dentre vós que não renuncia [Gr. αποτάσσω (apotásso) v. dar adeus, abandonar, se despedir] a tudo [Gr. πας (pas) adj. tudo, de todo o tipo] quanto possui [Gr. υπάρχω (ipar-rro) v. ter, ser, possuir], não tem como ser meu discípulo [Gr. μαθητής (mathitís) s.m. aprendiz, discípulo, aluno, seguidor]” (Luc 14:33). Espero te ver no céu.

Nesta Série de Estudos Bíblicos: