A Terra, o Céu e o Inferno: Estudo nº 3: A Vida Eterna

Foto de uma moca tocando flauta Estudo Bíblico - (Parte 3) Série: A Terra, o Céu e o Inferno. Estudo Nº 3: A Vida Eterna por Markus DaSilva

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Estudo Bíblico Sobre a Terra, o Céu e o Inferno. Parte 3: A Vida Eterna

Por Markus DaSilva, Th.D.

Troquei o amor ao mundo pelo amor a Jesus por vários motivos. Esta troca, como qualquer outra, é baseada naquilo que se perde versus aquilo que se ganha e, obviamente, só é efetuada se o ganho, atual e em potencial, for superior à perda, caso contrário a troca seria desvantajosa, não faria sentido, e não seria realizada. Ou seja, eu continuaria amando o mundo e as coisas que nele há, como a maioria o faz, fora e dentro de muitas igrejas: “Eles são do mundo [Gr. κόσμος (kósmos) s.m. mundo; fig. habitantes da terra, estilo de vida ímpio], por isso falam [Gr. λαλέω (laléo) v. falar, conversar, declarar] como quem é do mundo, e o mundo os ouve [Gr. ακούω (akúo) v. ouvir, prestar atenção, entender, considerar]. Nós somos de Deus [Gr. θεός (Theós) s.m. Deus]; quem conhece [Gr. γινώσκω (guinósko) v. conhecer, saber; fig. ter relação sexual] a Deus nos ouve; quem não é de Deus não nos ouve. Assim é que conhecemos o espírito da verdade [Gr. Πνεύμα της Αληθείας (Pnevma tis alíthias) Espírito da verdade] e o espírito do erro [Gr. πνεύμα της πλάνης (pnevma tis planis) espírito do erro]” (1Jo 4:5-6).

“A maioria dos seres humanos estão neste mundo se movimentando e respirando como se vivessem, mas na realidade estão mortos”

Todos os Prazeres do Mundo Possuem um Fim

Se Deus permitir ainda descreverei em detalhes esta troca, elaborando mais quanto às suas vantagens e desvantagens, mas para este estudo gostaria apenas de mencionar a questão do caráter passageiro de tudo aquilo que o mundo oferece e de como este foi um fator determinante na minha escolha (1Jo 2:17). A minha cabeça lógica não consegue ficar satisfeita com nenhum prazer que possui um fim. Notem que eu não estou me referindo ao fim do ato, pois eu sei que uma boa parte dos prazeres no mundo podem ser repetidos, mas me refiro sim ao fim do ciclo; ou do conjunto de atos. Todos os prazeres deste planeta, sem exceção, possuem um fim e procurar reter este prazer de uma forma constante seria uma procura em vão, conforme nos disse Salomão: “Atentei para todas as obras que se e fazem debaixo do sol; e eis que tudo era vaidade; uma tentativa de capturar o vento” [Heb. ‏רְעוּת רוּחַ‎, (re’ut ruak) como tentando capturar o vento] (Ec 1:14). Salomão compara o homem que procura satisfação nas coisas deste mundo, com uma pessoa que em vão corre atrás do vento afim de capturá-lo.

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A Limitação do Homem Para Usufruir dos Prazeres do Mundo

Um exemplo do quero dizer com isso é o prazer de comer. A pessoa pode se deleitar em deliciosas refeições por anos e anos, mas chegará um dia em que lhe faltará o apetite e o mais delicioso dos pratos lhe causará náusea. Um outro exemplo seria o prazer de viajar. Também esse, um dia chegará em que a pessoa não terá disposição sequer para sair da cama, quanto mais considerar uma viagem. Vemos então que por mais atrativo que seja qualquer prazer que se possa obter aqui neste mundo, o seu valor não se encontra no fato de que existe, mas sim na capacidade da pessoa de se beneficiar da sua existência, e esta capacidade é finita, conforme explicado acima.

A Vida Eterna Sempre Foi o Grande Incentivo Para Seguir a Jesus

Quando lemos as Escrituras, podemos observar que o que Deus está sempre oferecendo aos seres humanos como incentivo para que escolham a Ele e não ao mundo é a vida eterna ao seu lado: “Porque Deus amou [Gr. αγαπάω (agapáo) v. amar] o mundo [Gr. κόσμος (kósmos) s.m. mundo; fig. habitantes da terra] de tal maneira que deu o seu Filho unigênito [Gr. υιον μονογενή (yion monoguení) Filho único], para que todo aquele que nele crê [Gr. πιστεύω (pistévo) v. crer, confiar, estar persuadido] não se perca [Gr. απόλλυμι (apólimi) v. se perder, arruinar, desperdiçar, destruir, perecer, morrer], mas tenha a vida eterna [Gr. ζωήν αιώνιον (zoin eônion) vida eterna]” (João 3:16. Ver também: Gen 5:24; Sal 49:15; Dan 12:1-3; João 5:24). Não simplesmente o viver, pois se o fosse poderíamos argumentar que já vivemos, muito obrigado, mas sim o fato de que o viver junto a Ele não possui um fim. Aliás, devo lembrar que essa era a vida que os nossos pais tinham no Éden antes de se unirem a Satanás em desobediência. O primeiro casal levava uma vida em que todos os prazeres estavam sempre disponíveis sem que existisse um ciclo e seu devido fim. Qualquer ato que gostassem poderia ser repetido infinitamente sem que nunca se preocupassem com o seu término, ou que no futuro poderiam perder a capacidade de usufruir de tal prazer, assim como ocorre no mundo atual.

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Na Vida Eterna Seguiremos Sujeitos ao Tempo

Falando de futuro, a vida eterna possui passado, presente e futuro, assim como a vida atual também o possui. Deus nos criou seres temporais e lineares, ou seja, estamos sujeitos e cientes do conceito de tempo, como também estamos limitados à ordem linear e consecutivas de eventos. Esse fato é problemático para a vida atual porque lidamos continuamente com a imperfeição e com frequência nos sentimos incapazes de melhorar a nossa qualidade de vida por não podermos interferir em nada no passado e em quase nada no futuro. É comum, por exemplo, lembrarmos de momentos agradáveis no passado, mas sermos incapazes de recriar tais momentos porque as condições e as pessoas envolvidas mudaram com o tempo. Um bom exemplo disso foi quando os judeus exilados recusaram a cantar as antigas canções de Sião: “Junto aos rios de Babilônia, ali nos assentamos e nos pusemos a chorar, recordando-nos de Sião. Nos salgueiros que há no meio dela penduramos as nossas harpas, pois ali aqueles que nos levaram cativos nos pediam canções; e os que nos atormentavam, que os alegrássemos, dizendo: Cantai-nos um dos cânticos de Sião. Mas como entoaremos o cântico do Senhor em terra estrangeira?” (Sal 137:1-4). É por isso que encontramos pessoas que estão como que presas ao passado nas suas conversas, comportamentos e às vezes até na maneira de vestir. São assim porque os dias que já passaram lhes são mais agradáveis que os dias presentes e que os dias que imaginam estão por vir.

Ser Criaturas Lineares é Algo Bom, Uma Bênção de Deus

Devo esclarecer que ser criatura linear é algo bom, de fato tudo o que Deus criou é bom (Gen 1:31; 1Tim 4:4). São as imperfeições do mundo atual, devido ao pecado, que fazem com que o tempo deixe de ser benéfico e passe a ser um problema para tantas pessoas. A vida eterna prometida por Deus retorna o tempo ao seu devido lugar, voltando a ser um dos maravilhosos presentes que nos foram dados na criação. Relembrar o passado é bom, desde que os eventos presentes não fazem com que o passado seja um local de onde não queremos sair. Assim será na vida eterna. Relembrar o passado é bom, desde que não nos cause dores que gostaríamos de esquecer. Assim será na vida eterna. A expectativa do futuro é muito boa, desde que não tenhamos qualquer motivo para temê-lo. Assim será na vida eterna. Viver o presente é maravilhoso, desde que tudo ao nosso redor contribua para o nosso bem-estar. Assim será na vida eterna: “As coisas que olhos não viram, nem ouvidos ouviram, nem penetraram o coração [Gr. καρδία (kardía) s.f. coração; fig. inclinação e desejos do homem] do homem [Gr. άνθρωπος (ánthropos) s.m. homem, ser humano], são as que Deus preparou para os que o amam” (1Cor 2:9. Ver também: Isa 64:4)

Existem Diferentes Graus de Vida

Antes de concluir, deixe-me ressaltar que existem diferentes graus de vida. Foi por isso que Jesus nos disse que não veio apenas para nos dar vida, mas sim para nos dá-la em abundância (João 10:10). A vida eterna será uma vida em abundância porque viveremos perto da fonte da vida, que é a Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo: “E ouvi uma grande voz, vinda do trono, que dizia: Eis que o tabernáculo de Deus está com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e Deus mesmo estará com eles” (Apo 21:3). Em um outro estudo desta série, escreveremos sobre o oposto, que é estar cada vez mais distante da fonte da vida; é isso o que chamamos de morte eterna. [Acesse estudo sobre a morte eterna]

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A Maioria das Pessoas Estão Mortas, Mas Pensam Que Estão Vivas

Queridos, termino este estudo repetindo uma frase que usei bem recentemente em um outro texto: Apenas a vida eterna é vida, e é eterna. Sim, simplesmente viver não me satisfaz e certamente não satisfaz a vocês. Quero viver plenamente e eternamente. A maioria dos seres humanos estão neste mundo se movimentando e respirando como se vivessem, mas na realidade estão mortos, pois sem Cristo não existe a verdadeira vida. Foi isso o que Jesus quis dizer ao responder ao homem que queria segui-lo, mas que primeiro queria enterrar um parente: “Deixa os mortos [Gr. νεκρός (nekrós) adj. morto; fig. espiritualmente morto, inativo] sepultar os seus próprios mortos” (Luc 9:60). Jesus é o único meio possível de se obter aquilo que queremos: “O ladrão [Gr. κλέπτης (kleptis) s.m. ladrão] não vem senão para roubar [Gr. κλέπτω (klépto) v. roubar, furtar], matar [Gr. θύω (thuo) v. scrificar, matar, assassinar] e destruir [Gr. απόλλυμι (apólume) v. destruir, perder desaparecer]; eu vim para que tenham vida [Gr.  ζωή (zoí) s.f. a vida por completo, alma e corpo] e a tenham em abundância [Gr. περισσός (perisós) adj. supremamente, abundantemente, acima do necessário]” (João 10:10). E em abundância não apenas no sentido de ser inteira, ou uma vida onde nada nos falte, mas também no sentido de que ela nunca terminará: “e todo aquele que vive, e crê em mim, jamais morrerá. Crê nisto?” (João 11:26). Eu creio. Espero te ver no céu.
 

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