A Terra, o Céu e o Inferno: Estudo nº 5: A Morte Eterna

Foto de um vulcão em erupcão Estudo Bíblico (Parte 5) Série: A Terra, o Céu e o Inferno. Estudo Nº 5: A Morte Eterna por Markus DaSilva

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Estudo Bíblico Sobre a Terra, o Céu e o Inferno. Parte 5: A Morte Eterna

A morte é um processo único, universal, inevitável e que consiste de três fases: conclusão, transição e transformação. Jesus exemplificou este processo através da sua própria missão como o Messias: “Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto” (João 12:24). Quando morremos, concluímos a fase inicial da nossa existência, que é a nossa rápida passagem por este mundo dominado pelo pecado. Entramos então por um período de transição, saindo da fase temporária e fisicamente limitada para a fase permanente com um novo tipo de corpo e sem muitas das limitações atuais (Luc 24:30-31, 39; João 20:19). Seremos transformados (1Co 15:53). Todos os seres humanos seguirão existindo após deixarem este mundo, podendo ser tanto a existência com a fonte da vida, que é Deus (vida eterna), ou a existência sem a fonte da vida (morte eterna). O nosso irmão Paulo nos escreveu sobre esse segundo grupo: “os quais sofrerão [Gr. τίνω (tíno) pagar um preço], como castigo, a perdição eterna [Gr. όλεθρον αιώνιον (olethron eônion) ruina/perdição/destruição/morte eterna], banidos da face do senhor” (2Tes 1:9). Se a vida eterna é de fato consciente e sem término, a morte eterna também o é, uma vez que Jesus nunca fez distinção quanto às suas durações, utilizando da mesma palavra para definir ambas: “E irão estes para o castigo [Gr. κόλασις (kólasis) s.f. punição, castigo] eterno [Gr. αιώνιος (eônios) adj. eterno, sem limite de duração], porém os justos, para a vida [Gr.  ζωή (zoí) s.f. a vida por completo, alma e corpo] eterna [Gr. αιώνιος (eônios) adj. eterno, sem limite de duração]” (Mat 25:46 Ver também Dan 12:2). Lembrando que o substantivo “castigo” no original [Gr. κόλασις (kólasis)] e o seu verbo-raiz “punir” [Gr. κολάζω (colazo)] também trazem consigo a ideia de tormento, dor ou agonia (ver uso em 1Jo 4:18).

“É a luz de Jesus que mantém a vida em todos os seres humanos, mesmo naqueles que o rejeitam.”

O Conceito de Morte nas Escrituras Sagradas

O conceito de morte está presente em todas as Escritura Sagradas. É primeiro mencionado apenas como um aviso; como algo ruim que ocorreria ao homem e, por extensão, à terra como um todo, se o primeiro casal optasse por um caminho contrário à vontade do seu Criador: “mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dessa não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gen 2:17). Basicamente o que o Criador disse aqui é: “Eu sou Deus, vocês não. Não é possível vocês viverem à parte de mim, pois Eu sou a única fonte de vida existente. Eu lhes dou a opção de seguir um caminho diferente do meu, de viver segundo a sua vontade e não a minha, mas saibam que ao seguirem por um outro caminho vocês estarão se distanciando de mim que sou a única fonte de vida existente e estarão cada vez mais perdendo a vida que coloquei em vocês e experimentando algo que se chama: morte”. No ato de desobedecer a Deus, comendo o fruto que o Senhor lhe disse para não comer, o homem começou a trilhar o seu próprio caminho e a se distanciar da fonte da vida. O homem começou a morrer: “Há um caminho que ao homem é agradável [Heb. יָשָׁר (yashar) seguro, direito, agradável, reto, correto], mas o fim dele conduz à morte” (Prov 14:12).

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Morte Eterna: Atingindo o Ponto de Não Retorno

Morrer eternamente é atingir o ponto de não retorno, ou ponto irreversível, e a partir daí se distanciar para sempre da fonte da vida: Deus. Assim como experimentamos a escuridão à medida que nos distanciamos da única lâmpada acesa em um longo corredor. Jesus utilizou exatamente as trevas como ilustração da condição agonizante que os seres rebeldes viverão sem a presença de Deus: “Então, ordenou o rei aos servos: Amarrai-o de pés e mãos, e lançai-o nas trevas exteriores [Gr. σκότος το εξώτερον (skotos to eczoteron) trevas exteriores]” (Mat 22:13). Estas trevas exteriores que Jesus menciona nem de longe podem ser comparadas com a escuridão material que experimentamos aqui na terra. Quando ficamos sem luz e nos vemos em um local escuro, sempre esperamos que muito em breve a teremos de volta, seja porque deduzimos que alguém está trabalhando no problema, ou porque o sol, que é a maior fonte de luz do planeta, em algum momento surgirá no horizonte, dissipando assim as trevas. Ou seja, geralmente não ficamos desesperado porque vivemos uma escuridão relativamente sob controle. De uma forma ou de outra, temos a esperança que em breve a escuridão deixará de existir. As trevas exteriores a que Jesus se refere, no entanto, é destituída de qualquer esperança de ser dissipada pela luz. Para as pessoas que rejeitam o Salvador: “tem sido reservada para sempre a escuridão das trevas” (Jud 1:13); “e ali haverá choro e ranger de dentes” (Mat 22:13).

Deus é Luz

A luz a qual Cristo se refere é primariamente metafórica; embora não devemos de forma alguma descartar a possibilidade de uma escuridão física também, uma vez que os seres humanos que experimentarão a morte eterna possuem um corpo físico. Mas, essencialmente, a luz nas Santas Escrituras é a presença de Deus. Isso foi o que o apóstolo João ouviu de Jesus e nos escreveu: “E esta é a mensagem que dele ouvimos, e vos anunciamos: que Deus é luz [Gr. φώς (fós) s.n. luz, brilho], e nele não há trevas nenhuma” (1Jo 1:5). E em outro lugar, se referindo ao Filho: “Ele era a verdadeira luz que ilumina a todo homem que vem ao mundo” (João 1:9). Mantenham essas palavras na mente pois voltaremos a elas mais abaixo.

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Morrer Eternamente é Sentir a Vida Saindo de Si Por Toda a Eternidade

Quando a pessoa se converte e passa pelo novo nascimento, algo que o Espírito Santo faz na sua vida é lhe dar uma correta percepção situacional. Ou seja, o nascido de novo passa a observar as coisas ao seu redor com os olhos espirituais; ele passa a enxergar a constante participação de Deus em absolutamente tudo aquilo que ocorre neste mundo. Já o descrente vive sem que tenha uma noção da presença de Deus. Ele necessita da presença de Deus para viver, mas lhe falta a capacidade de enxergar essa verdade. Reconhecendo ou não, todo o ser humano somente experimenta a vida porque a presença de Deus permeia o universo que nos envolve. A remoção permanente dessa presença, para o homem que é um ser consciente, é a morte eterna. Imaginem que situação desesperadora, irmãos, a pessoa sentir nitidamente a vida deixando o seu corpo a todo o tempo sem nunca ter um fim? “Não me lances fora da tua presença, e não retire de mim o teu Santo Espírito [Heb. רוח הקודש (rruack kôdesh) np.div. Santo Espírito]” (Sal 51:11).

Não Existe Anistia no Juízo Final

Alguns imaginam que quando chegar o momento em que os descrentes serão enviados à morte eterna, Deus, devido à sua bondade, ficará com pena e os receberá no céu para a vida eterna. Uma espécie de anistia ampla, geral e irrestrita. O que quem pensa dessa forma desconsidera é o quanto custou a Deus providenciar uma solução para que não fosse necessário ao homem morrer eternamente (João 3:16). Se uma anistia fosse possível, porque enviar o seu único filho para sofrer o que ele sofreu? Se existisse um outro caminho, como um perdão em massa por parte de Deus, para que os açoites? A coroa de espinho? Os insultos? A vergonha da cruz? O sangue derramado? E o pior de todos os sofrimentos que foi a separação do Pai? No ápice do seu sofrimento, quando a morte estava há apenas horas para ocorrer, Jesus perguntou ao Pai se não seria possível uma outra solução para salvar os escolhidos: “Meu Pai, se é possível, passa de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres” (Mat 26:39). Não era possível, e a vontade do Pai foi feita. Na cruz, seguida do túmulo, Jesus experimentou a morte eterna que deveria ser minha, sua, e de todos os outros que o aceitaram como Salvador. Ele foi o nosso substituto. Sofreu as trevas, a vergonha e o desprezo pelos pecados que nunca cometeu. O Filho amado, que sempre foi um com o Pai, experimentou a agonia da morte final que é se distanciar de Deus: “Deus meu, Deus meu, por que me abandonastes?” (Mat 27:46; Sal 22:1). Esta verdade é conhecida no campo teológico como “Expiação substitucionária” (Isa 53:5; 2Cor 5:21; 1Pe 2:24; 3:18).

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A Luz de Jesus Mantém as Pessoas Vivas

Voltemos ao verso que mencionamos no início: “Ele era a verdadeira luz que ilumina a todo homem [Gr. άνθρωπος (ánthropos) s.m. homem, ser humano] que vem ao mundo [Gr. κόσμος (kósmos) s.m. mundo]” (João 1:9). Não nos surpreende que apenas o “apóstolo que Jesus amava” (João 13:23), João, nos tenha escrito essas incríveis palavras sobre Jesus, pois foi a ele também que o Espírito revelou que Jesus, o verbo, estava no princípio com Deus e que tudo o que foi feito, foi feito por Ele (João 1:1-3). Isto, meus queridos, significa que é a luz de Jesus que mantém a vida em todos os seres humanos, mesmo naqueles que o rejeitam. E é essa mesma luz de Cristo que será retirada daqueles que precisarão pagar eles mesmos pelos pecados cometidos, que é a morte eterna: “Eu, que sou a luz [Gr. φώς (fós) s.n. luz, brilho], vim ao mundo [Gr. κόσμος (kósmos) s.m. mundo, universo], para que todo aquele que crê [Gr. πιστεύω (pistévo) v. crer, confiar, estar persuadido] em mim não permaneça nas trevas [Gr. σκοτία (skotia) s.f. trevas, escuridão, ignorância]” (João 12:46).

Ninguém Precisa Morrer Eternamente

Amados, ninguém precisa passar pela morte eterna, absolutamente ninguém. Todo o ser humano que ainda vive, pode e deve se voltar para Cristo em arrependimento e pedir que o salve do mais terrível sofrimento que uma criatura pode passar. Este estudo foi preparado para alertar a todos sobre a verdade confirmada pelas palavras de Cristo: “Enquanto tendes a luz, crede na luz, para que vos torneis filhos da luz” (João 12:36). Ou seja, só se pode crer na luz, Jesus, enquanto a temos como seres viventes no mundo presente. Quando respirarmos pela última vez, atingiremos o ponto de não retorno (Heb 9:27), e a partir daí aguardaremos o juízo final onde os livros serão abertos; toda a verdade do coração do homem será revelada, e o seu destino decretado, conforme o Senhor nos alertou através do profeta Daniel: “E muitos dos que dormem no pó da terra [Heb. אדמה עפר (adamar afav) Lit. pó do chão] ressuscitarão, uns para a vida eterna [Heb. ל · חי עולם (rraiêi olam) Lit. vida da eternidade], e outros para vergonha e desprezo eterno [Heb. ל · חרפה ל · דראון עולם (lê revav lê dê aon olam) Lit. para vergonha e desprezo da eternidade]” (Dan 12:2; Apo 20:12). Espero te ver no céu.
 

Nesta Série de Estudos:

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Homem presidiário do pecado sexual segurando uma grade

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