O Sermão da Montanha: Estudo Nº 21: Os Mandamentos de Deus: A Religião de Homens

Paisagem de montanhas, mar e céu azul ilustrando o estudo bíblico: Serie: O Sermão da Montanha. Estudo Nº 21: Os Mandamentos de Deus: A Religião de Homens.

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O Sermão da Montanha

Mateus 5:20 Estudo Teológico Nº 21

Por Markus DaSilva, Th.D.

Neste estudo encerramos mais uma parte dos ensinos de Jesus na longa série sobre o Sermão da Montanha. Na sua função de Rabino, Jesus inicialmente esclareceu para os seus alunos [Gr. μαθητής (mathitís) s.m. aprendiz, discípulo, aluno, seguidor] qual é o verdadeiro objetivo do Messias em relação à lei de Deus: “Não suponhas [Gr. νομίζω (nomízo) v. aceitar como regra, ter como costume, supor] que vim destruir [Gr. καταλύω (katalío) v. destruir, por abaixo, dissolver] a lei ou os profetas [Gr. τον νόμον ή τους προφήτας (ton nómon i tu profítas) Lit. a lei ou os profetas]; não vim destruir, mas completar [Gr. πληρόω (pliro) v. completar, encher, lotar]” (Mat 5:17). [Acesse estudo sobre este verso] e agora o Senhor encerra esta aula inicial comparando a retidão externa e cheia de hipocrisia que os escribas e fariseus demonstravam com a verdadeira retidão exigida pelo Pai para que assim todos possamos obter a salvação e herdar o Reino: “Pois eu vos digo que, se a vossa retidão [Gr. δικαιοσύνη (dikiosíne) s.f. retidão, justiça] não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus [Gr. βασίλειο των ουρανών (vasílio ton uranón) exp.idio. Reino dos Céus]” (Mat 5:20). Esta é uma outra frase de Jesus que causa grande desconforto para os cristãos amantes deste mundo, uma vez que não existe a menor dúvida que Jesus espera que haja, não apenas retidão, mas um alto nível de retidão, naqueles que querem se salvar e serem recebidos no Reino dos Céus.

“Os escribas e fariseus não mais existem, mas a sua religião, uma religião cheia de ensinos de homens, continua firme e forte até os nossos dias.”

A Letra da Lei e o Espírito da Lei

A partir do próximo estudo, veremos que Jesus mencionará vários mandamentos contidos no Velho Testamento — seis para ser exato — contrastando a forma que cada um foi obedecido pelo povo de Deus desde os dias de Moisés e dos profetas (os antigos), com a maneira que Deus espera que os seguidores do Messias os observem. Esta diferença de perspectiva é o que chamamos de “a letra da lei [το γράμμα του νόμου (to grama tu nomu)]” versus “o espírito da lei [το πνεύμα του νόμου (to pnevma tu nomu)]”. Abordaremos esta diferença em profundidade, começando no estudo seguinte, mas por agora, queremos apenas dizer que enquanto a letra da lei se limita à consumação do pecado, o espírito da lei foca na sua raiz; enquanto a obediência pela letra se apoia na punição, a obediência pelo espírito se baseia no amor; amor a Deus e ao próximo (Mat 22:37-39). O que Jesus espera de nós é que, como pessoas abençoadas com a presença do Espírito Santo que Ele já nos enviou (João 14:16), e, portanto, plenamente capacitados, nos portemos como verdadeiros cidadãos do Reino, vivendo de acordo, não com a letra da lei, mas com o seu espírito. Se verdadeiramente — e não só de palavras — amamos ao nosso Criador e uns aos outros, estaremos consequentemente obedecendo toda a lei de Deus, Pai e Filho. Foi isso o que o apóstolo Paulo quis dizer quando nos escreveu: “Com efeito: Não adulterarás; não matarás; não furtarás; não cobiçarás; e se há algum outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. O amor não faz mal ao próximo. De modo que o amor é a totalidade da lei” (Rom 13:9-10).

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Jesus Nos Diz Que se Nós Mesmos Não Formos Retos Não Seremos Salvos

Mas, voltando ao assunto deste estudo, que é a retidão dos escolhidos do Senhor. Devo aqui esclarecer que o original grego não deixa nenhum espaço para aqueles que argumentam que basta a retidão de Jesus para se obter a graça da salvação, e de que Deus não espera, e de fato até rejeita (pasmem), qualquer retidão que venha dos seus filhos. Neste verso, o nosso amado Mestre especificamente se referiu à retidão dos discípulos [Gr. υμών η δικαιοσύνη (imon i dikiosíne) a vossa retidão], e não: [Gr. δικαιοσύνη μου (dikiosíne mu) minha retidão]. Esta verdade não deve de forma alguma surpreender a ninguém, pois as Escrituras estão repletas de passagens semelhantes: “O Senhor julga os povos; julga-me, Senhor, de acordo com a minha retidão e conforme a integridade que há em mim” (Sal 7:8. Ver também Sal 18:20; Sal 18:24; Sal 23:3; Sal 40:9; Sal 119:121; Isa 51:1; Isa 51:7; Sof 2:3; Mat 6:33; Mat 21:32; Luc 1:75). O apóstolo Pedro, que andou fisicamente com Jesus por cerca de três anos e aprendeu o evangelho diretamente dos seus lábios, também foi bem claro que Deus espera que os seus servos possuem, eles mesmos, uma retidão que seja aceitável ao Senhor: “Então Pedro, tomando a palavra, disse: Na verdade reconheço que Deus não faz acepção de pessoas; mas que lhe é aceitável aquele que, em qualquer nação, o teme e pratica a retidão” (Atos 10:34-35). De novo, notemos que Pedro não disse que Deus aceita aquele que possui ou depende da retidão de Jesus, mas sim aquele que pratica ele mesmo a retidão. Esta verdade se percebe de forma ainda mais clara quando a lemos no seu original: [Gr. εργαζόμενος δικαιοσύνην δεκτος αυτω εστίν (ergazomenos dikiosínin dektos afto estin) Lit. trabalhando a retidão aceitável a Ele está], sendo que o verbo usado pelo apóstolo e normalmente traduzido como “praticar” em português [εργάζομαι (ergazome)], possui também o significado de trabalhar, estar na ativa, levar adiante, executar ou realizar. Todos esses são termos que denotam um ato pessoal, no físico, e definitivamente não uma atitude passiva e dependente da atuação de uma outra pessoa. Tanto o Deus Pai, como o nosso amado Jesus, esperam que nos beneficiemos do Espírito Santo que o Filho pediu que nos fosse enviado (João 14:16) e caminhemos em completa retidão enquanto estivermos morando neste vale de lágrimas que é a terra. Argumentar e ensinar aos sedentos de Deus que o Senhor não se interessa pela nossa própria retidão é um abuso imperdoável das verdades do evangelho de Cristo; uma mentira diabólica e sem o menor respaldo, nem nos profetas do Senhor, e mais importante, sem nenhuma base nas palavras do nosso querido Salvador, que é o único porta-voz enviado diretamente dos céus: “Eis que uma nuvem brilhante [Gr. φωτεινός (fotinós) adj. cheio de luz, brilhante] os cobriu [Gr. επισκιάζω (episkiázo) v. lançar sombra, obscurecer]; e dela saiu uma voz [Gr. φωνή (foní) s.f. voz, som] que dizia: Este é o meu Filho amado [Gr. υιός μου ο αγαπητός (yiós mu o agapitós) Lit. Filho meu, o amado], em quem me deleito [Gr. ευδοκέω (idokéo) v. estar satisfeito com, se deleitar em, ter prazer em]; escutem [Gr. ακούω (akúo) v. ouvir, prestar atenção, entender, considerar] o que ele diz!” (Mat 17:5. Ver também: João 12:48-50. Comparar com Exo 20:19).

O Que Jesus Realmente Disse Sobre os Fariseus e a Lei de Deus no Sermão do Monte

Os líderes religiosos que Jesus menciona no Sermão do Monte não praticavam a retidão de Deus. Toda a religiosidade que eles faziam questão de exibir não passava de atos externos e sem conteúdo, feitos somente para impressionar o povo e assim fazer com que as multidões os vissem como verdadeiros representantes de Deus aqui na terra: “vós exteriormente pareceis retos aos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e de falta da lei [υποκρίσεως και ανομίας (ipokríseos ke anomías)]” (Mat 23:28). É interessante que Jesus acusa os escribas e fariseus de terem dentro de si uma atitude frente a lei de Deus exatamente oposta àquela que tantos entre os nossos líderes ensinam. Muitos pregam erroneamente que o grande pecado dos fariseus era que eles focavam demais na lei de Deus, eram legalistas e, portanto, Jesus os desaprovava. O adjetivo usado várias vezes por Jesus em relação aos fariseus [ανομίας], no entanto, significa a ausência da lei: a letra “a” (prefixo grego de negação) + “nomias” (leis), portanto anomias [ανομίας] quer dizer: sem leis. A tradução desta palavra como iniquidade, maldade ou pecado, como se vê em várias Bíblias em português e espanhol (NVIport, ARC, NVT, TAR, NAA, ARA, NTLH, TB2010, BJport, RVA, NVIesp, NTV, LBLA, RVA2015, BJesp), não expressa corretamente o verdadeiro significado daquilo que Jesus disse sobre os fariseus. Os fariseus não eram cheios da lei de Deus, mas sim vazios. Em tempo, no inglês, muitas versões respeitadas, como a ESV, LEB, NET, ISV, NLT, NKJV, CSB, NRSV, NJB e a AMP, corretamente traduziram “anomias” como [lawlessness], o que significa: sem lei.

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Já de Muito Tempo o Povo de Deus Negligencia a Retidão Que o Senhor Espera de Todos Nós

Escrevendo cerca de oito séculos antes do Sermão da Montanha e usando de palavras bem semelhantes às de Jesus, Isaías já expressava com tristeza que os judeus não viviam a retidão que Deus espera do seu povo em geral e dos seus líderes em particular. Ele via que os muitos sofrimentos da nação eram o resultado direto de um viver onde a verdadeira retidão era negligenciada e toda a religiosidade demonstrada eram preceitos humanos. Nenhuma salvação ocorreria sem um viver reto perante Deus: “Tu sais ao encontro daquele que, com alegria, pratica a retidão [Heb. צדק‎ (tsedek) s.m. retidão, justo, correto] , daqueles que se lembram de ti nos teus caminhos. Eis que te iraste, porque pecamos; há muito tempo temos estado em pecados [Heb. חטא‎ (rret) v. pecar] ; acaso seremos salvos [Heb. ישע (yashé) v. salvar, ser salvo, ser libertado]?” (Isa 64:5). E logo a seguir, no versículo seguinte, o profeta admite que aquilo que entendiam como retidão estava muito longe do que Deus espera do seu povo: “Pois todos nós somos como o imundo, e toda a nossa retidão [Heb. צדקה (tsedaká) s.f. retidão, atos justos] como trapo de imundícia” (Isa 64:6).

A religião dos escribas e fariseus era de fato uma religião de homens, e não de Deus, pois o verdadeiro adorador do Senhor ama tudo aquilo que procede de Deus e tem como o seu mais alto alvo viver de acordo com as suas instruções. De fato, o fiel servo do Senhor se alimenta das suas santas palavras, conforme Jesus nos ensinou ao citar Moisés: “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus” (Mat 4:4. Ver também Deut 8:3). Esta contínua dependência do homem da palavra que vem do Pai, para que possa viver (João 5:40; 10:10), foi ensinada de uma forma ainda mais clara quando Jesus a aplicou à sua própria vida: “Disse-lhes Jesus: A minha comida [Gr. βρώμα (vroma) s.n. comida] é fazer [Gr. ποιέω (pieó) v. fazer, atuar, obedecer, praticar, executar] a vontade [Gr. θέλημα (thélima) s.n. desejo, propósito, vontade] daquele que me enviou, e completar [Gr. τελέω (teléo) v. terminar, completar] a sua obra [Gr. έργον (érgon) s.n. ação, ato, ocupação, obra]” (João 4:34).

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Quem São os Fariseus dos Nossos Dias

Os escribas e fariseus não mais existem, mas a sua religião, uma religião cheia de ensinos de homens, continua firme e forte até os nossos dias: “Hipócritas! [Gr. υποκριτής (ipocrités) s.m. hipócritas, atores] Bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo: ‘Este povo [Gr. λαός (laós) s.m. povo, nação, multidão] me honra [Gr. τιμάω (timáo) v. honrar, estimar, valorizar]  com os lábios [Gr. στόμα (stóma) s.n. boca, conversa, lábios, palavras]; o seu coração [Gr. καρδία (kardía) s.f. coração; fig. inclinação e desejos do homem], porém, está longe [Gr. πόρρω (póro) adv. distante, longe] de mim. Em vão me adoram [Gr. σέβω (sébo) v. adorar, venerar] , ensinando doutrinas [Gr. διδασκαλια (didaskalia) s.f. ensino, doutrina, instrução] que são preceitos de homem [Gr. εντάλματα ανθρώπων (entalmata anthropon) mandamentos de homens]’” (Mat 15:7-9. Ver também: Isa 29:13)”. Mas alguém perguntará: qual é a religião que consiste de preceitos de homens? A religião puramente de homens é aquela que não vive e não ensina, nem as palavras de obediência do Pai e nem as do seu Filho, Jesus: “Aquele que tem os meus mandamentos [Gr. εντολή (endolí) s.f. ordem, comando, regra, mandamento] e os guarda [Gr. τηρέω (tiréo) v. guardar, vigiar, manter, preservar], esse é o que me ama [Gr. αγαπάω (agapáo) v. amar]; e aquele que me ama será amado de meu Pai [Gr. πατήρ (patír) s.m. Pai], e eu o amarei, e me manifestarei [Gr. εμφανίζω (enfanízo) v. revelar, aparecer, mostrar] a ele” (João 14:21); “abençoados [Gr. μακάριος (makários) adj. bem-aventurado, abençoado, bênçãos, feliz] são os que ouvem [Gr. ακούω (akúo) v. ouvir, prestar atenção, entender, considerar] a palavra de Deus e a guardam [Gr. φυλάσσω (filásso) v. guardar, estar atento, observar]” (Luc 11:28). Qualquer igreja que não prega a obediência a tudo aquilo que saiu dos lábios do Senhor está pregando algo de invenção humana: “E eles vêm a ti, como o povo costuma vir, e se assentam diante de ti como meu povo, e ouvem as tuas palavras, mas não as põe em prática” (Eze 33:31).

Nunca Questione se Deve ou Não Obedecer Aos Mandamentos de Deus. Sempre Obedeça!

Toda a lei de Deus, Pai e Filho, é eterna e nos foi dada para ser obedecida sem reclamação, sem questionamentos e sem atraso. Assim que o cristão começa a questionar se deve ou não obedecer à Deus ele já iniciou o processo de distanciamento da presença do Senhor. Quanto mais ele questiona a obediência mais ele se distancia. As dúvidas quanto à obediência a Deus nunca procedem, e nem poderiam proceder, do Espírito Santo. No instante que o cristão começa uma discussão interna sobre a obediência aos mandamentos de Deus ele pode ter certeza absoluta que aquele é o instante em que se iniciou um ataque satânico contra ele. Isto foi exatamente o que ocorreu com os nossos pais no Éden: “Então, vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, comeu, e deu a seu marido, e ele também comeu” (Gen 3:6). Se Eva tivesse valorizado o claro mandamento de Deus sobre aquela árvore, e tivesse fugido imediatamente, assim que ouviu a voz da serpente sugerindo um prazer contrário às instruções do seu Criador, nós não estaríamos na situação triste em que nos encontramos. Ela, no entanto, ponderou sobre o argumento do inimigo; questionou a lei de Deus e duvidou se de fato teria que levar as palavras do Senhor tão a sério, principalmente em se tratando de algo tão pequeno como o comer ou não de uma das muitas frutas do jardim. Infeliz é o homem que para e considera a voz da serpente. A voz da serpente é sempre agradável aos ouvidos do homem e quanto mais ele lhe dá atenção, mais ele se encanta e mais ele quer ouvir aquilo que ela tem a dizer. Feliz é o homem que aprendeu a fugir assim que ouve o primeiro som que sai da boca de Satanás (1Tim 6:11; 2Tim 2:22).

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Os Preceitos de Homens e a Hipocrisia

A religião que consiste de preceitos de homens a que Jesus se refere gera hipócritas, pois enquanto os seus adeptos professam amar a Deus eles pisam friamente em uma das coisas mais preciosas para o Senhor que são os seus mandamentos (Mar 7:13). É como o homem que com o celular na mão esquerda declara o seu amor incondicional à esposa, enquanto com a direita, ele acaricia os cabelos da amante. Dizer que ama ao Pai e ao Filho não é nada, a menos que junto à declaração de amor exista também a obediência incondicional à tudo aquilo que saiu da sua boca: “Bem-aventurados os que ouvem a palavra de Deus e a guardam” (Luc 11:28).

Os Escribas e Fariseus Não Amavam a Deus, Mas a si Mesmos

Queridos, enquanto pesquisava para este estudo do Sermão da Montanha, me deparei com inúmeros teólogos que têm a ousadia de afirmar que ao nos dizer que temos que ter uma retidão superior à dos escribas e fariseus para entrarmos no Reino dos céus, Jesus intencionalmente nos pediu por algo impossível. Estes teólogos argumentam erroneamente que em se tratando de obediência à lei de Deus os religiosos do templo eram profissionais e nós somos meros amadores, e se os escribas e fariseus não conseguiam agradar a Deus com a sua “retidão” então é perda de tempo para o cristão procurar uma vida reta e santa imaginando assim satisfazer os desejos de Deus (Mat 5:48; 1Pe 1:16). Olhem o absurdo irmãos. Primeiro, conforme já demonstrei em um outro estudo, nem Deus pai, nem o seu Filho, jamais nos pede por algo impossível de ser feito [Acessar estudo sobre quem consegue obedecer a lei de Deus]. Segundo, os escribas e fariseus apenas aparentavam amor a Deus e aos seus mandamentos, mas na realidade eram amantes de si mesmos. Assim como tantos líderes dos nossos dias, eles estavam defendendo os seus próprios interesses, como podemos ver nesta repreensão de Jesus: “Quem jurar pelo altar, isso nada é; mas quem jurar pela oferta que está sobre o altar, esse fica obrigado ao que jurou. Cegos! Qual é maior: a oferta, ou o altar que santifica a oferta?” (Mat 23:18-19).

Não Existe a Graça da Salvação Para o Homem Desobediente

Amados, fechando mais um importante bloco nesta longa série sobre o Sermão da Montanha, deixe-me deixar bem claro que não existe salvação sem a cruz. A única maneira que o homem no passado, no presente e no futuro, encontra perdão pelos seus pecados e se vê justificado perante o Pai é através do precioso sangue do Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo: Jesus (Isa 53:7; João 1:29; Efe 2:13; 1Pe 1:18-19). A cruz de Cristo é a base do cristianismo. O indivíduo que procurar obter a salvação sem a cruz, estará rejeitando o plano de salvação estabelecido pelo Criador e seguindo em um caminho que o levará à morte eterna (João 14:6). Que fique bem claro também, que o sangue do Filho unigênito de Deus não é aplicado a todos, e de uma forma frívola e barata (1Co 6:20), sem que haja qualquer requerimento por parte do Senhor, conforme frequentemente se ensina nas nossas igrejas mundanas. Mas o sangue é aplicado sim, tão somente àqueles que se arrependeram (Mat 4:17; Atos 3:19); se entregaram por completo à Jesus (Mat 10:37; Luc 14:26); e se dedicaram a uma vida de completa obediência à sua santa lei (1Jo 2:5-6). Não existe salvação para aqueles que deliberadamente rejeitam os mandamentos do Senhor:  “Quem crê [Gr. πιστεύω (pistévo) v. crer, confiar, estar persuadido] no Filho tem a vida eterna [Gr. ζωήν αιώνιον (zoin eônion) vida eterna]; o que, porém, desobedece [Gr. απειθέω (apithéo) v. desobedecer, recusar cumprir algo] ao Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece [Gr. μένω (mêno) v. morar, permanecer, reter, continuar, persistir] a ira [Gr. οργή (oryí) s.f. sent.prim. ira, raiva, indignação; sent.sec. punição, justiça] de Deus” (João 3:36). Espero te ver no céu.
 
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