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O Sermão da Montanha (O Sermão do Monte) – Pelos Seus Frutos os Conhecereis
Mateus 7:16-18 Estudo Teológico e Comentário Bíblico Nº 74
Por Markus DaSilva
No estudo anterior desta série do Sermão da Montanha, mencionamos brevemente que Jesus utilizou de duas metáforas bem diferentes para ilustrar o problema dos falsos profetas, ou falsos mestres, na igreja: os lobos e as frutas. Ambas ilustrações foram certamente fáceis de entender pelos seus ouvintes já que uma boa parte da população da Palestina bíblica consistia de pecuaristas e agricultores, profissionais bem familiarizados com o problema dos ataques de lobos e da qualidade das frutas. A metáfora dos cordeiros e dos lobos foi usada por Jesus como um alerta para que tivéssemos muito cuidado com os falsos mestres que surgiriam no nosso meio dando a entender que são bons cristãos e que apenas querem promover o nosso bem, quando na verdade só pensam em si mesmos e estão dispostos a nos comer vivos para alcançarem os seus objetivos pessoais. Ou seja, estes falsos mestres chegam até a nós e formam amizade conosco como se fossem cordeiros como nós (Mat 7:15), mas no fundo eles não têm nada de cordeiros e não passam de aproveitadores. São lobos em pele de cordeiros.
“Se um líder não obedece a Jesus no seu viver, podemos ter certeza que todos os frutos do seu ministério serão maus frutos.”
Identificando Lobos Pelos Frutos?
Neste presente estudo o nosso foco será na maneira que Jesus nos disse ser possível identificar estes mestres. Sim, pois se eles têm a aparência de cristãos, se falam como cristãos, e se até foram colocados em posição de liderança na igreja, como podem os membros saber que eles não são aquilo que aparentam? Esta foi a resposta de Cristo: “Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros, ou figos de ervas daninhas? Assim, toda boa árvore produz bons frutos; porém uma árvore má produz frutos maus. Uma árvore boa não pode dar maus frutos; nem uma árvore má dar frutos bons” (Mat 7:16-18). Conforme mencionado mais acima, notem que Jesus associou o problema dos falsos mestres (ou falsos profetas) com os lobos, mas apresentou a solução como se fossem frutas, ou frutos. A razão é que Jesus quis deixar bem claro a atitude agressiva dos lobos: “Guardai-vos dos falsos profetas [Gr. ψευδοπροφήτης (psevdoprofítis) s.m. falso profeta], que se achegam a vós disfarçados de cordeiros [Gr. πρόβατον (próvaton) s.n. ovelha], mas interiormente são lobos [Gr. λύκος (lucos) s.m. lobos] devoradores” (Mat 7:15. Ver também: Miq 3:5; João 10:12; Atos 20:29; 2Pe 2:1). Eles não são apenas pessoas passivas que podemos simplesmente descartar, como quem descarta uma uva ou um figo amargo, não, quando eles se aproximam de nós, já possuem uma agenda e o intuito é de nos destruir para o benefício próprio. Se Jesus ficasse só nas frutas, e não utilizasse também da ilustração dos lobos devoradores o impacto do alerta não seria o mesmo.
Os Talentos dos Falsos Mestres
Todos os falsos mestres são pessoas talentosas, e este é um dos motivos que com tanta facilidade, sendo lobos, se passam por ovelhas. Com os seus semblantes meigos e jeitos afetuosos; sorridentes e risonhos quando alguém está feliz, mas de olhar preocupado e choroso quando alguém está triste, como quem diz: “Olha, se você confiar em mim, farei de tudo para aliviar a sua dor”. Este era o comportamento de Absalão, o filho rebelde e maquiavélico do rei Davi: “Sucedia também que, quando alguém se chegava a ele para lhe fazer reverência, ele estendia a mão e, pegando nele o beijava. Assim fazia Absalão a todo o Israel que vinha ao rei para juízo; desse modo Absalão furtava o coração dos homens de Israel” (2Sam 15:5-6). Quando comparamos os ensinos de Cristo com os seus ensinos, os falsos mestres do presente agem da mesma forma que Absalão agia, e assim conseguem obter milhões de seguidores fiéis, mesmo sendo tão óbvio que pregam um falso evangelho. Uma grande diferença entre Absalão e os mestres de hoje é que se o filho do rei tramava contra Davi, os falsos mestres do presente tramam contra o próprio Deus e o seu Ungido e por isso a punição deles já foi decretada por Jesus: “Toda árvore [Gr. δένδρον (dendron) s.n. árvore] que não produz bom fruto [Gr. καρπός (karpós) s.m. fruta, colheita, descendente] é cortada e lançada no fogo [Gr. πῦρ (pir) s.m. fogo]” (Mat 7:19). Mas este é o assunto para o próximo estudo da série.
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Vários Tipos de Lobos
Algo muito importante que todos nós devemos ter em mente é que nem todo o falso mestre exibe sinais óbvios de que são falsos e é por isso que Jesus nos diz que devemos observar o tipo de frutos que surgem dos seus ensinos para que assim reconheçamos a sua falsidade. Na realidade, a grande maioria dos falsos ensinos que se ouvem nos nossos dias procedem de mestres que não demonstram absolutamente nenhum sinal de serem falsos, a não ser pelos maus frutos que resultam naturalmente dos seus ensinos e exemplos de vida. O fato de Jesus ter-nos dito que devemos observar os seus frutos, também fica claro que esta é a única maneira de identificar quem de fato eles são. Ou seja, não podemos ir pela aparência física, nem pela presença de palco; não podemos ir pela facilidade de expressão, nem pelo rico vocabulário; não podemos ir pelas referências, nem pelas credenciais; não podemos ir pelo tamanho das suas igrejas, nem pela quantidade de livros publicados. Nada disso pode nos ajudar quanto a identificá-los como verdadeiros ou falsos mestres, apenas os frutos decorrentes do que ensinam: “pelos seus frutos os conhecereis”, nos disse Jesus.
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Bons Homens, Falsos Mestres
Quando falamos de falsos mestres, imediatamente pensamos nos vários charlatões descarados que conhecemos muito bem através da mídia, o qual só mesmo os mais ingênuos dos ingênuos creem possuir qualquer honestidade nos seus ministérios — Penso existir um local especial reservado para este tipo de lobo no lago de fogo ardente (Apo 21:8). Mas, infelizmente, pelo que podemos ver, quase todos os falsos mestres não são charlatões, mas são indivíduos bons e honestos, o que os tornam ainda mais perigosos, pois de forma alguma exercem a sua profissão em total conhecimento do mal que estão causando ao verdadeiro evangelho de Cristo. São homens e mulheres que por um motivo ou outro seguem pregando um evangelho de fabricação humana; um evangelho que Jesus não pregou e que não instruiu a ninguém pregar, nem nos seus dias e nem no futuro. Estes “bons” falsos mestres seguem levando milhões e milhões de pessoas a desconsiderar abertamente as palavras de Jesus, mas, ao mesmo tempo, dando a entender que os seus ensinamentos estão agradando ao Pai. Direta ou indiretamente afirmam para os seus milhões de seguidores que todos eles se salvarão sem o arrependimento, sem o abandono de pecados, sem o sacrifício pessoal, sem carregar qualquer cruz; amando e curtindo os prazeres deste mundo como sempre o fizeram. Ensinam tudo isso, mas insistindo no absurdo de que esta é a porta estreita e o caminho apertado que Jesus nos disse ser a única maneira de obtermos a vida eterna. (Mat 7:13-14). [Acesse estudo sobre a porta larga e a porta estreita]
Ouvindo Aquilo Que se Gosta
Devo deixar bem claro, no entanto, que por mais que estes falsos mestres estejam agindo contra Deus e a favor das forças do mal, eles não são os únicos culpados da grande apostasia que segue aumentando nas nossas igrejas. O próprio homem que se dispõe a ouvi-los e a segui-los o faz porque no fundo deseja ouvir aquilo que eles ensinam. O apóstolo Paulo nos escreveu sobre esta triste verdade: (2Tim 4:3). O que milhões e milhões de cristãos querem ouvir é que está tudo bem entre eles e Deus, desde que procurem frequentar alguma igreja regularmente; participem dos seus eventos sociais, se possível; cantem os seus louvores e, se não for pedir muito, separem pelo menos uns 15 minutos das suas manhãs — enquanto tomam o seu café — para ler os seus animadores devocionais em preparação para o abençoado dia que se iniciou. Isto é o que querem ouvir e que os falsos mestres com muita alegria oferecem e até competem entre si pela sedenta e entusiástica audiência.
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As Meias Verdades dos Falsos Mestres
Uma pergunta que naturalmente vem à nossa mente quando pensamos nos cristãos carnais que lotam as igrejas lideradas pelos falsos mestres é o porquê fazem isso. Se estes cristãos preferem viver segundo os prazeres da carne, por que perder tempo em igrejas? Por que comprar e ler a Bíblia sabendo que neste livro contém instruções contrárias ao estilo de vida que querem ter? Sabendo que neste livro se encontram mandamentos que se não forem obedecidos, o final de quem leu será a destruição eterna? Ah, mas é aí que entram os falsos mestres e suas obras satânicas. Estes obreiros do mal, se beneficiando dos talentos que possuem, utilizam da Bíblia nos seus ensinos de uma forma tal que cria a ilusão de que quem os ouve e os segue está agradando a Deus, quando na realidade a pessoa está agradando a si mesma e a Satanás. Seus ensinos estão repletos de meias verdades, a tática antiga e favorita do maligno (Gen 3:4-5). Não é à toa que suas igrejas estão sempre lotadas, pois eles ensinam trevas como se fossem luz, e isto é exatamente aquilo que o homem carnal deseja ouvir: “Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que põem as trevas por luz, e a luz por trevas, e o amargo por doce, e o doce por amargo! Ai dos que são sábios a seus próprios olhos, e astutos na sua própria opinião!” (Isa 5:20-21). São astutos, pensam eles, porque imaginam ter descoberto uma maneira de obter a salvação sem que seja necessário abandonar as muitas coisas que amam neste mundo. Imaginam ter um conhecimento superior àqueles que procuram obedecer a Deus sem questionar a sua santa palavra: não querem ser como crianças: “Em verdade vos digo [Gr. αμήν λέγω υμίν (amín, lego imín) exp.idio. verdadeiramente afirmo] que se não vos converterdes [Gr. στρέφομαι (stréfome) v. virar, girar, dar meio volta] e não vos fizerdes como crianças [Gr. παιδίον (pedíon) s.n. criança, criancinha; fig. pessoa inocente, simples], de modo algum entrareis no reino dos céus [Gr. βασίλειο των ουρανών (vasílio ton uranón) exp.idio. Reino dos Céus]” (Mat 18:3).
A Insistência de Cristo Sobre os Frutos
Jesus quis dar tanta ênfase no teste dos frutos que resolveu mencionar duas vezes, no versículo 16 e no 20, do capítulo 7 de Mateus: “pelos seus frutos os conhecereis”. E como se não bastasse a repetição, resolveu também dar mais detalhes sobre o que é possível e o que não é impossível ocorrer quando se trata de plantas e seus frutos: “Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros, ou figos de ervas daninhas? Assim, toda boa árvore produz bons frutos; porém uma árvore má produz frutos maus. Uma árvore boa não pode dar maus frutos; nem uma árvore má dar frutos bons” (Mat 7:16-18). É muito interessante o fato de Jesus achar necessário fazer uma explicação de algo tão óbvio. Quem não sabe que para se obter uvas no quintal a pessoa terá que plantar uma videira? E se quiser figos terá que plantar uma figueira? Qual é a pessoa tão ignorante que realmente vê a possibilidade de encontrar uvas em um espinheiro? Jesus sabia muito bem que todos os seus ouvintes não precisavam ouvir algo tão óbvio, mas, mesmo assim, falou o que falou, e esta preocupação de Jesus que entendamos o que ele falou, faz com que tenhamos ainda um maior interesse em estudar as suas palavras, pois Jesus nunca fala algo simplesmente por falar.
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Pelos Seus Frutos os Conhecereis
A razão que Jesus enfatizou tanto este ponto é porque não existe a possibilidade de falhar. Ou seja, não existe a possibilidade de um falso mestre, ou falso líder, ou falso profeta produzir algo bom no seu ministério e se esta possibilidade não existe, então podemos estar certos que se o teste dos frutos for empregado sobre os nossos mestres, sempre conseguiremos identificar quem são os verdadeiros e quem são os falsos. Este resultado natural das coisas também foi utilizado por Jesus se referindo àquilo que sai da boca do homem: “Como podeis vós falar coisas boas, sendo maus? Pois do que há em abundância no coração [Gr. καρδία (kardía) s.f. coração; fig. inclinação e desejos do homem], disso fala a boca” (Mat 12:34). Vemos então que Jesus quer tão somente que aceitemos como fato que existe uma firme conexão entre aquilo que o homem é internamente e aquilo que ele é por fora. Para conseguir os seus objetivos, o homem mau pode esconder a sua maldade por um tempo, mas não conseguirá fazê-lo para sempre. A qualquer hora, especialmente quando não for mais necessário, ele mostrará aquilo que ele é de fato.
Quais São os Maus Frutos?
Os maus frutos são os frutos da desobediência (Efe 2:2). Assim como todo aquele que obedece a Cristo naturalmente gera bons frutos em tudo aquilo que faz, assim também o homem que não obedece a Jesus naturalmente gera maus frutos onde quer que se encontre: pelos seus frutos os conhecereis. Se um líder não obedece a Jesus no seu viver, podemos ter certeza que todos os frutos do seu ministério serão maus frutos: “colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros?”. Ou seja, este líder desobediente estará liderando um grupo de pessoas desobedientes. Os seus seguidores refletirão aquilo que ouvem o seu líder ensinar e aquilo que veem o seu líder fazer. Lembremos, no entanto, que a maior parte dos seus seguidores o seguem porque se agradam daquilo que ouvem e veem. Eles estão sendo enganados não porque são inocentes, mas sim porque preferem ser enganados do que aceitar as verdades do evangelho de Cristo. Se eles não tivessem acesso à Palavra; se não soubessem o que Jesus ensinou, aí sim seriam inocentes. Se alguém afirmar que são cegos, replicarão que enxergam muito bem, e que aqueles que guardam os mandamentos de Jesus são legalistas, fariseus, bitolados e destinados ao fogo do inferno. Para eles, as trevas tornaram-se luz e a luz, trevas (Isa 5:20-21; Mat 6:3). A triste realidade é que grande parte do cristianismo atual consiste de cristãos que, mesmo conhecendo o verdadeiro evangelho de Cristo, optaram por viver de acordo com o falso evangelho do anticristo. Do anticristo? Sim, porque qualquer ensino contrário aos ensinos de Cristo é um ensino do anticristo (1Jo 2:18). [Acesse estudo sobre trevas como se fosse luz]
24 Horas Ligados a Jesus
Os maus frutos são os frutos que surgem daqueles que vivem à parte de Jesus: “Permanecei [Gr. μένω (meno) v. permanecer, ficar, continuar] em mim, e eu permanecerei em vós; como a ramo de si mesmo não pode dar fruto, se não permanecer na videira, assim também vós, se não permanecerdes em mim” (João 15:4). São maus frutos porque são frutos falsos, assim como os próprios mestres são falsos mestres. Não é possível para ninguém, mesmo para quem frequenta uma igreja regularmente por anos, possuir uma vida cheia da presença de Deus se ele quer viver para Jesus, mas também para si mesmo. Permanecer em Jesus significa viver para ele 24 horas por dia, 7 dias por semana. Tudo o que fazemos depende dele e é feito porque ele quer que façamos. Da mesma forma, tudo o que não fazemos é porque ele não quer que façamos. Esta é a única vida que gera bons frutos, porque está permanentemente agarrada à árvore, e a árvore é Cristo: “Pelos seus frutos os conhecereis”. Espero te ver no céu.
Acesse o esboço completo do Sermão da Montanha
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