Combatendo as Forças Espirituais: Estudo Nº 4: Os Ataques Sobrenaturais: Além do Que Podemos Aguentar

Foto de uma noite iluminada na cidade Estudo Biblico Serie: (Parte 4) Serie: Combatendo as Forças Espirituais. Estudo Nº 4: Os Ataques Sobrenaturais (Além do que Podemos Aguentar) [Com Áudio] por Markus DaSilva

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Estudo Bíblico Sobre a Batalha Espiritual Entre as Forças do Bem e as Forças do Mal: Parte 4

Por Markus DaSilva

Conforme explicamos em detalhes no estudo anterior, os ataques sobrenaturais das forças espirituais do mal contra o cristão se distinguem dos ataques simples não quanto ao tipo de tentação, mas sim na sua intensidade. Ou seja, via de regra, se o cristão mantém um relacionamento íntimo com o Senhor, escutando e obedecendo ao nosso amado Conselheiro, os ataques simples são relativamente fáceis de serem combatidos, conforme nos foi dito pelo nosso irmão Paulo: “Vivam pelo Espírito [Gr. πνεύμα (pnévma) s.n. Espírito (de Deus), espírito (do homem), vento, sopro], e certamente não satisfarão [Gr. τελέω (teléo) v. realizar, terminar, completar] os desejos [Gr. επιθυμία (epithimía) s.f. desejo, cobiça, concupiscência, luxúria] da carne [Gr. σάρξ (sárks) s.f. carne; fig. ser humano, natureza humana]” (Gal 5:16). Este, porém, não é o caso das provações sobrenaturais que são bem mais difíceis de entender, e de se livrar.

“Quando estamos sob um destes ataques, muitas vezes sofremos uma pressão tão esmagadora que questionamos como poderemos sobreviver à experiência.”

O Uso da Palavra Tentação e Provação no Grego

Dando uma pequena pausa, deixe-me alertar que nesta série utilizamos os termos: “tentação”, “provação” e “teste” como sinônimos. Fazemos isto porque no original Grego uma única palavra [Gr. πειρασμός (pirasmos) s.m. tentação, provação, teste] é usada. Eis alguns exemplos de usos variados de [Gr. πειρασμός]: Mat 6:13; Luc 22:28; Gal 4:14; 1Pe 4:12 e Apo 3:10.  Também sabemos muito bem que nenhuma tentação é permitida aos filhos de Deus sem que essa possua um propósito benéfico, ainda que quando estamos passando por ela geralmente não conseguimos enxergar esta realidade (Rom 8:28). Ou seja, para os escolhidos do Senhor toda a tentação é de fato um teste e uma provação, e o Senhor os livra de todas elas: “pois ainda que o justo [Heb. צדיק‎ (tsadik) adj. justo, reto, correto] venha a cair sete vezes, ele se levantará, mas os ímpios [Heb. רשע (rêsha) adj. ímpio, perverso] são levados pela miséria [Heb. רעה (rah) s.f. miséria, calamidade, desastre]” (Prov 24:16). Pedro foi tentado e caiu, mas o Senhor o levantou e o restaurou (João 21:15-25); Judas foi tentado e caiu, não se levantou e foi levado à ruina eterna (Mat 27:1-5; João 17:12). [Acesse estudo mais aprofundado sobre as palavras tentação e provação]

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A Esmagadora Intensidade dos Ataques Sobrenaturais

Mas continuando, tocaremos agora no aspecto característico do ataque sobrenatural que é a sua intensidade excessiva. Quando estamos sob um destes ataques, muitas vezes sofremos uma pressão tão esmagadora que questionamos como poderemos sobreviver à experiência. Procuramos por um escape, mas não nos parece existir um. Desesperadamente procuramos por uma solução lógica, algo que faça sentido, mas nada que vem na nossa mente nos parece viável. O motivo deste desespero, irmãos, é que soluções lógicas se baseiam em fatos. Estes ataques, porém, não são baseados em fatos, mas na mentira. Sim, na mentira, mas somos levados por estas tentações mesmo assim devido ao poder sobrenatural que os anjos — incluindo os anjos caídos — possuem sobre nós, e é por isso que os chamamos de “ataques sobrenaturais”. O que quero dizer com isto é que muito embora obviamente sabemos em que estamos sendo tentados, não existe um porquê de tanta angústia: “Estou gasto e muito abatido; meu coração geme de tanto sofrimento” (Sal 38:8).

Os Constantes Resgates de Deus

Muito embora quando passamos por uma destas tentações temos a certeza que não existe uma saída e que não aguentaremos, a realidade é que o Senhor não permite que o inimigo nos tente de tal forma que a força empregada seja além da nossa capacidade de aguentar e resistir. Digo isto por experiência própria. Todas as vezes que passei por uma destas provações, realmente houve momentos que achava impossível me livrar da prisão do inimigo. Não acreditava no que estava ocorrendo, pois de fato nada daquilo era desta terra (Efe 6:12). Me sentia como que experimentando algo que seres humanos não deveriam experimentar, como se houvesse tido um rompimento da barreira que separa o físico do espiritual e mãos invisíveis estivessem procurando me acorrentar em um local de trevas, onde não existe nenhum escape, nenhuma esperança. Mas, de repente, me vinha uma voz do alto que me dizia: “reaja, lute, clame pelo meu nome que lhe resgatarei!” E assim fiz todas as vezes. Na minha fraqueza clamei ao Senhor por misericórdia e me veio uma outra mão, superior à do diabo, que me resgatou deste meu inimigo que procurava me afogar em um oceano de desespero. O rei Davi se refere a esta mesma experiência quando nos escreveu: “Estendeu do alto a sua mão e tomou-me; tirou-me das muitas águas [Heb. מים (mimm) s.m. água, águas]. Livrou-me do meu possante inimigo [Heb. אֹיֵב (oieb) s.m. inimigo, adversário], e daqueles que me odiavam [Heb. שנא (sine) v. odiar]; porque eram fortes demais para mim. Encontraram-me no dia da minha calamidade, porém o Senhor [Heb. יהוה‎ (Yerrovah) np.div. Jeová, Javé] se fez o meu suporte. Conduziu-me para um lugar espaçoso; livrou-me [Heb. חלץ (rralátz) v. salvar, tirar, libertar, resgatar], porque tinha prazer em mim. Recompensou-me o Senhor conforme a minha retidão [Heb. צדקה (tsideká) s.f. retidão, justiça]; conforme a pureza das minhas mãos, ele me retribuiu. Porque guardei os caminhos [Heb. דרך (dêrr) s.m. caminho, direção, estrada] do Senhor, e não me apartei em rebeldia do meu Deus” (Sal 18:16-23; 2Sam 22:17-22).

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Não Somos Tentados Acima da Capacidade de Livramento

Muito embora durante um ataque sobrenatural muitas vezes temos a impressão de que nos é impossível obter uma vitória, a verdade é que conforme o nosso irmão Paulo nos escreveu, o nosso Pai jamais permitirá que os seus filhos sejam de fato tentados além da sua capacidade de resistir e no final saírem vitoriosos: “Não vos sobreveio nenhuma tentação [Gr. πειρασμός (pirasmos) s.m. tentação, provação, teste], senão humana [Gr. ανθρώπινος (anthrópinos) adj. humano]; mas fiel [Gr. πιστός (pistós) adj. fiel, verdadeiro, confiável] é Deus [Gr. θεός (Theós) s.m. Deus], o qual não deixará que sejais tentados acima do que podeis [Gr. δύναμαι (díname) v. ter poder, ser competente] resistir, antes com a tentação dará também o meio de saída, para que a possais suportar [Gr. υποφέρω (ipoféro) v. sustentar, aguentar, suportar]” (1Cor 10:13. Ver também: Sal 103:14; 2Pe 2:9 ). Paulo aqui deixa primeiramente claro que, embora os ataques venham de entidades espirituais, utilizando de armas espirituais, do nosso ponto de vista a natureza dos ataques continuam sendo de caráter físico e humano, portanto por mais que às vezes nos pareça impossível, a realidade é que como filhos de Deus temos condição de resistir e vencer todos estes ataques; embora não o façamos a sós, conforme explicaremos mais abaixo.

Como Satanás Nos Captura

Logo a seguir, aprendemos que Deus sempre nos fornece um meio de saída, ou um meio de escape. Esta é uma verdade que nos causa indescritível alívio. Obviamente só necessita de um escape a pessoa que foi capturada. Aquele que está livre não possui nada o mantendo confinado. Falaremos sobre este meio de escape também mais abaixo, mas agora deixe-me explicar como o inimigo nos captura. Para que sejamos apanhados, ele sempre utiliza de uma isca mental, algo que ele sabe que nos chamará a atenção, algo que devo alertar, não tem que ser necessariamente pecaminoso. Este algo varia de pessoa para pessoa, dependendo da circunstância de cada um, mas pode ser tanto algo agradável como desagradável, não importa, pois, o que ele procura a princípio é nos apanhar em uma espécie de hipnotismo, onde ficamos mesmerizados, imersos nos nossos pensamentos. Para ilustrar o que estou falando, se a tentação for na área financeira, a isca pode ser uma entrada de dinheiro, ou uma promoção no trabalho. Se for na área sexual, a isca pode ser cenas românticas. Se for na área de preocupações e medo, a isca pode ser uma recente mudança de supervisor no trabalho, ou uma má notícia do médico.

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A Prisão Mental se Torna Mais e Mais Longa

Satanás continuará nos enviando estas iscas mentais até que ele percebe que caímos na armadilha e começamos usar do nosso tempo meditando no assunto. Uma vez que fomos fisgados, ele nos manterá neste estado de prisão mental sempre que pode, tornando estas sessões cada vez mais frequentes e longas. É neste estágio do ataque que ele nos leva aos desejos pecaminosos. Se o cristão não conseguir escapar desta cadeia, o próximo objetivo de Satanás é sugerir coisas que o cristão possa fazer no físico, e assim levá-lo a pôr em prática aquilo que até então se limitava à imaginação: “Então esse desejo [Gr. επιθυμία (epithimía) s.f. desejo, cobiça, concupiscência, luxúria], uma vez concebido, dá à luz o pecado [Gr. αμαρτία (amartía) s.f. pecado, erro, ofensa], e o pecado, após consumado, gera a morte [Gr. θάνατος (thanatos) s.m. morte]” (Tiago 1:13-15).

Como Funciona o Escape

Falemos agora sobre o meio de escape que o nosso irmão Tiago nos escreveu. A forma que Deus nos resgata das garras do pai da mentira é através da verdade. Devemos lembrar que tudo aquilo que Satanás oferece é baseado no engano, na farsa, na ficção, na ilusão, no engodo. Se o diabo nos oferece algo que no início possui algum fragmento de verdade, é simplesmente porque assim é mais fácil nos confundir e eventualmente nos levar à mentira por completo. Sim, porque mentir é o único idioma que ele realmente conhece (João 8:44).

As Verdades de Deus Contra as Mentiras do Inimigo

Deus nos oferece a verdade como escape: “a verdade vos libertará” (João 8:32). A verdade, que é a Palavra de Deus (João 17:17), nos alerta quanto à realidade da vida. Durante estes ataques, as revelações de Deus quanto à quem somos, de onde viemos e para onde vamos, nos serve como uma espécie de água gelada no rosto; uma espécie de choque térmico que nos acorda e nos liberta do mundo fantasioso do inimigo. Sim, porque todo o indivíduo que cai na armadilha do inimigo termina descobrindo, às vezes muito tarde, que foi enganado; que tudo aquilo que lhe foi exibido, ou melhor, que tudo aquilo que lhe foi prometido, não passava de uma farsa. Este escape fornecido por Deus funciona como uma boia amarrada em uma corda que é lançada de um barco para que possamos nos agarrar a ela e assim sermos levados para terra firme. Em um outro estudo, se o Senhor permitir, falaremos dos casos em que esta boia é lançada, mas a pessoa a dispensa, preferindo se afundar cada vez mais no mundo fictício do inimigo: “Eles, porém, não quiseram escutar, viraram as costas e taparam os ouvidos, para não ouvir” (Zac 7:11) .

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O Objetivo dos Ataques Sobrenaturais

Os ataques sobrenaturais das forças espirituais do mal possuem como objetivo separar o cristão de Deus, da mesma forma que no mundo animal os lobos e as hienas quando caçam procuram separar os filhotes dos seus pais para que assim os possam capturá-los, matá-los e devorá-los com facilidade e sem o risco de se ferirem.

Queridos, concluindo este estudo e em preparação para o próximo, quando fecharemos este segmento sobre os ataques sobrenaturais das forças do mal, queremos deixar bem claro que não existe um cristão que não passe por este tipo de ataque. O que ocorre é que muitos dos nossos irmãos nem se dão conta do que está transcorrendo e simplesmente cedem à tentação deduzindo que é impossível resisti-la. De fato, junto com todo o ataque sobrenatural o inimigo insere esta ideia para que assim a sua vítima desista de lutar e não resista aos desejos de satisfazer o eu. Mas resistir ele deve! Por mais forte que seja o ataque, resistir ele deve! Por mais fraco que ele se encontre, resistir ele deve! “Resisti ao Diabo, e ele fugirá de vós” (Tiago 4:7) Espero te ver no céu.
 

Nesta Série de Estudos Bíblicos:

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Homem presidiário do pecado sexual segurando uma grade

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