Os Mandamentos de Jesus (Obedecendo a Jesus): Estudo Nº 3: Amar a Jesus, Odiar o Mundo

Foto de uma mulher caminhando na rua (Parte 3) Serie: Obedecendo a Jesus. Estudo Nº 3: Os Mandamentos de Jesus por Markus DaSilva

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Estudo Bíblico Sobre os Mandamentos de Jesus: Parte 3

Por Markus DaSilva, Th.D.

Quando lemos os ensinos de Jesus nos quatro evangelhos, algo que nos chama a atenção é o seu contínuo alerta de que temos que amá-lo se realmente queremos ser considerados como parte dos seus seguidores e herdarmos a vida eterna. Algo que nos chama ainda mais atenção no seu alerta é o nível de amor que ele requer de nós. Jesus não nos pede que simplesmente o amemos, como geralmente amamos as pessoas que estão ao nosso redor, algumas mais e algumas menos, não, Jesus exige de nós um nível de amor que O coloca em um patamar superior e onde apenas a divindade se encontra: “Se alguém vier a mim, e não odiar [Gr. μισέω (miséo) v. odiar, detestar] a pai [Gr. πατήρ (patír) s.m. pai (biológico)] e mãe; a mulher [Gr. γυνή (guiné) s.f. mulher, esposa] e filhos; a irmãos [Gr. αδελφός (adelfós) s.m. irmão no físico ou espiritual; fig. companheiro, colega] e irmãs; e ainda também à própria vida [Gr. ψυχή (psirrí) s.f. alma, vida, mente, individualidade], não pode ser meu discípulo [Gr. μαθητής (mathitís) s.m. aprendiz, discípulo, aluno, seguidor]” (Luc 14:26). Na realidade, esta expressão “me amar mais que…” é uma paráfrase que se encontra em várias versões da Bíblia. O motivo que fazem isto é que, se a palavra original no grego [miseo] fosse traduzida literalmente, não soaria muito bem para os ouvidos sensíveis e politicamente corretos dos nossos dias. Miseo significa “odiar” e basicamente o que este mandamento nos ensina é que quando um ser humano se torna um obstáculo entre nós e Cristo, Jesus deverá ser amado e este indivíduo odiado, ainda que seja o mais próximo dos nossos familiares.

“É desnecessário criar uma lista detalhada com todos os mandamentos de Jesus, pois basta qualquer um ler os evangelhos e ouvir as palavras que saíram da sua boca para conhecer todos eles.”

Jesus Exige um Completo Desinteresse Pela Vida Presente

Notemos também que esta condição que Jesus impôs para fazermos parte do seu rebanho inclui o mandamento de odiar [Gr. μισέω (miséo) v. odiar, ser odiado, detestar] a nossa própria vida neste mundo de pecado. Em um outro lugar, Jesus colocou esta mesma condição de forma diferente: “Quem ama [Gr. φιλέω (filéo) s.f. amizade, amor, afeto] a sua vida [Gr. ψυχή (psirrí) s.f. alma, vida, mente, individualidade], perdê-la-á; e quem neste mundo odeia [Gr. μισέω (miséo) v. odiar, ser odiado, detestar] a sua vida, guardá-la-á para a vida eterna [Gr. ζωήν αιώνιος (zoin eônion) vida eterna]” (João 12:25). Nesta passagem, vemos claramente o nível de dedicação que Jesus exige do cristão porque as duas palavras opostas, amor e ódio, são usadas em um mesmo verso [φιλέω (fileo) = amor] e [μισέω (miséo) = ódio], o que deixa as publicadoras de Bíblias sem saber muito bem o que fazer para não ofender aos seus leitores. Muito embora este não foi um problema para os autores e publicadores da paráfrase NTLH que traduziu como: “mas quem não se apega à sua vida, neste mundo, ganhará para sempre a vida verdadeira.” Ou seja, quem ler esta versão levará consigo a ideia de que podemos sim amar a este mundo e herdar a vida eterna, desde que não nos apeguemos a ele. Um ensino completamente diferente daquele que Jesus nos passou. A expressão “não se apegar” é bem diferente de odiar.

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A Correta Tradução do Verbo Grego:  Miséo

Apenas para encerrar esta parte, deixe-me dizer também que um dos mais populares comentaristas bíblicos dos nossos dias, conhecido mundialmente, também cedeu à pressão social e explicou [miséo] como “amar menos”, um absurdo e um completo desrespeito pelas santas palavras de Cristo. Se [miséo] de fato significasse “amar menos” então Davi nas suas profecias e o próprio Jesus se enganaram quando disseram que os líderes judeus O odiaram sem motivo: “Se eu entre eles não tivesse feito tais obras, quais nenhum outro fez, não teriam pecado; mas agora, não somente viram, mas também odiaram [miséo] tanto a mim como a meu Pai. Mas isto é para que se cumpra a palavra que está escrita na sua lei: Odiaram-me [miséo] sem causa” (João 15:24-25 ver também Sal 69:4 e Sal 35:19).

O Nível de Amor Que Jesus Requer de Quem Quer se Salvar

Foi necessário escrever a introdução acima para que entendamos com que seriedade e com que intensidade teremos que amar a Jesus; um amor em um nível muito superior a todos os tipos de amores que presenciamos ao nosso redor [agape, filéo, éros ou storge]. O amor a Deus, Pai, Filho e Espírito Santo, difere muito do amor que demonstramos para com qualquer pessoa ou coisa pelo fato de que este amor não nos é apresentado como uma sugestão, ou um desejo, ou um pedido, mas sim como um mandamento, ou uma ordem [Gr. εντολή (endolí) s.f. ordem, comando, regra, mandamento], cujo cumprimento ou não decidirá o nosso futuro eterno: “Respondeu-lhe Jesus: Amarás [Gr. αγαπάω (agapáo) v. amar] ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento [Gr. εν όλη τη καρδία σου και εν όλη τη ψυχή σου και εν όλη τη διανοία σου (en oli ti kardía su, ke en oli ti psirrí su, ke en oli ti diana su) Lit. com todo o coração de você, e com toda a alma de você, e com todo o entendimento de você]. Este é o grande e primeiro mandamento” (Mat 22:37-38).

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Como Conseguimos Amar a Jesus Acima de Tudo

Entre nós, simples criaturas, aprendemos que amor é algo conquistado de alguma forma e jamais poderá ser exigido. Para nós é inadmissível, por exemplo, que um rapaz diga a uma moça que ele ordena que ela o ame, caso contrário ele não se casará com ela e não a levará para morar com ele. Por mais que ela admire este rapaz, ela certamente não se interessará em relacionar-se com alguém que exige ser amado. Deus, todavia, pode fazer algo que o ser humano não pode fazer, que é colocar em nós um amor por Ele de tal forma que o que mais queremos na vida é agradá-lo em tudo aquilo que somos e fazemos: “Também o Senhor teu Deus circuncidará o teu coração, e o coração de tua descendência, a fim de que ames [Gr. αγαπάω (agapáo) v. amar] ao Senhor teu Deus de todo o teu coração e de toda a tua alma, para que vivas” (Deut 30:6). É por isto que o amor nos é apresentado em forma de mandamento: “porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade” (Fil 2:13). Ou seja, Deus na sua misericórdia nos ordena algo que Ele mesmo nos capacita a cumprir. Se alguém decide não obedecer a este mandamento, e não procura por este amor, então é porque Deus não circuncidou o seu coração e é o próprio Deus que não se interessa por este alguém. Se ele, porém, procura por Deus em humildade o Senhor permitirá que seja encontrado e o amor lhe será dado: “Buscar-me-eis [Heb. בקש (bakash) v. buscar, pedir, exigir, procurar], e me achareis [Heb. מצא (matsá) v. achar, encontrar, alcançar] quando me buscardes de todo o vosso coração [Heb. לבב (lêiváv) coração]” (Jer 29:13). Quando buscamos o Filho unigênito do Pai de todo o coração, o Espírito Santo nos fortalece para que o sigamos em verdade e não apenas em palavras (Rom 5:5; Efe 3:16; João 4:24).

Só Existe Uma Maneira de Demonstrarmos Que Amamos a Jesus

Sim devemos buscar a Jesus de todo o coração, dispostos a amá-lo acima de tudo aquilo que existe, até mesmo acima do nosso próprio viver, ou interesse, pelo mundo e pelas coisas que há no mundo (1Jo 2:15), esta é a condição para fazermos parte do seu rebanho, mas, Jesus não nos deu esta ordem [endolí] sem nos dar maiores explicações, Ele também nos esclareceu quanto a como este amor deverá ser demonstrado. Ou seja, o Senhor não nos deu a liberdade de expressarmos o nosso amor a Ele da maneira que quisermos, mas sim através de algo bem específico: “Respondeu-lhe Jesus: Se alguém me ama [Gr. αγαπάω (agapáo) v. amar], guardará [Gr. τηρέω (tiréo) v. guardar, vigiar, manter, preservar] a minha palavra [λόγος (logos) s.m. palavra, mensagem, verbo]; e meu Pai o amará, e viremos a ele, e faremos nele morada [μονή (moní) s.f. ficar juntos, estabelecer residência]. Quem não me ama, não obedece às minhas palavras; ora, a palavra que estais ouvindo [Gr. ακούω (akúo) v. ouvir, prestar atenção, entender, considerar] não é minha, mas do Pai [Gr. πατήρ (patír) s.m. Pai] que me enviou [Gr. πέμπω (pémpo) enviar, despachar]” (João 14:23-24). Bem claro. O amor a Jesus é demonstrado através de obedecermos a tudo aquilo que ele nos ensinou. Se alguém ignora as suas palavras e procura demonstrar o seu amor de alguma outra forma, não importa o quão sincero esta pessoa seja, a dura realidade é que ela está vivendo em rebeldia para com Deus e não está salva pois não creu para a salvação. Dizer que ama a Jesus, e chamá-lo de Senhor, seja em palavras, em pensamento ou nos louvores não tem nenhum valor para Deus se junto não acompanhar a obediência a tudo aquilo que saiu da boca do seu Filho amado: “E por que me chamam de Senhor [Gr. κύριος (kírios) s.m. senhor, proprietário, patrão, mestre, dono; tit.div. Jesus], Senhor, e não fazem [Gr. ποιέω (pieó) v. fazer, atuar, obedecer, praticar, executar] o que lhes digo?” (Luc 6:46).

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Os Mandamentos Enviados do Pai Através do Filho

Jesus trouxe do Pai (João 12:49-50) uma série de mandamentos especificamente direcionados para todos aqueles que fazem parte da nova aliança, uma aliança não obtida através do sangue de bois e cordeiros, tal qual era a antiga aliança que vigorou de Adão ao nascimento do Messias, mas sim com o sangue do próprio Filho unigênito do Pai: “…depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança do meu sangue” (1Co 11:25). Os mandamentos de Jesus possuem como objetivo (a) um viver completamente dedicado ao Pai; (b) um morrer para o eu; e (c) amor ao próximo. Apenas aqueles que obedecem a estes mandamentos testificam que realmente creem em Jesus e fazem parte do rebanho o qual Jesus é o Pastor: “Mas vós não credes [Gr. πιστεύω (pistévo) v. crer, confiar, estar persuadido], porque não sois das minhas ovelhas [Gr. πρόβατον (próvaton) s.n. ovelha]. As minhas ovelhas ouvem [Gr. ακούω (akúo) v. ouvir, prestar atenção, entender, considerar] a minha voz [Gr. φωνή (foní) s.f. voz, som], e eu as conheço [Gr. γινώσκω (guinósko) v. conhecer, saber; fig. ter relação sexual], e elas me seguem; eu lhes dou a vida eterna [Gr. ζωήν αιώνιον (zoin eônion) exp.idio. vida eterna], e jamais perecerão; e ninguém as arrebatará da minha mão” (João 10:26-28).

Jesus Nos Deu o Exemplo de Como Guardar os Seus Mandamentos

É importante notarmos que Jesus não nos deu nenhum mandamento o qual Ele próprio não tenha cumprido, isso ocorreu para que em tudo tivéssemos um exemplo a ser seguido se queremos verdadeiramente fazer parte da mesma família do Filho de Deus: “…aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para as vossas almas” (Mat 11:29).

Dedicação ao Pai. Jesus nos deu um perfeito exemplo de um viver cujo único interesse é fazer a vontade do Pai. Este tipo de vida é a mais elevada forma de intimidade com Deus. Este é um viver de completa independência do eu e dependência do Pai. Todo o filho de Deus que se dedicar a este tipo de vida será continuamente cercado por sua proteção e bênçãos: “Pois que tanto me amou, eu o livrarei; pô-lo-ei num alto retiro, porque ele conhece o meu nome. Quando ele me invocar, eu lhe responderei; estarei com ele na angústia, livrá-lo-ei, e o honrarei” (Sal 91:14-15).

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Morte do Eu. Não existem palavras em qualquer idioma humano para sequer começar a descrever o nível de altruísmo (oposto de egoísmo) que Jesus nos demonstrou no seu próprio viver. O nosso amado Salvador abandonou o posto mais elevado que já existiu, e que para sempre existirá, que é a sua posição de Filho único de Deus e se tornou membro da raça humana tão somente para que assim, através do seu sacrifício na cruz, pudéssemos fazer parte da sua família real. Cristo verdadeiramente e literalmente morreu para si mesmo para o benefício dos outros (Rom 5:7-8).

Amor ao Próximo. Jesus poderia ter vindo a este mundo na posição que é sua de fato: a do Filho Unigênito de Deus. Como portador da mesma essência do Pai, Jesus poderia ter vindo de tal forma que todos os seres humanos nem sequer poderiam olhar para Ele e continuar vivo. Poderia e na realidade esta será a forma que o veremos na sua próxima vinda, mas quando veio pela primeira vez o fez não como o Rei dos reis e Senhor dos senhores (Apo 19:16), mas sim como um humilde servo: “…o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos” (Mat 20:27-28).

Nos Quatro Evangelhos Encontramos os Mandamentos de Jesus

Estes três aspectos dos mandamentos de Jesus permeiam os quatro evangelhos. Tudo o que Jesus nos ensinou teve como objetivo nos restaurar à comunhão com o Pai, comunhão está que só é possível através do amor; não amor a nós mesmos, tal qual é a inclinação da carne, mas sim o amor ao Pai, ao Filho e aos nossos irmãos. Isso foi o que João quis dizer quando nos escreveu: “Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor é de Deus; e todo o que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor” (1Jo 4:7-8).

Obedecer aos Mandamentos de Jesus é Mais Importante do Que Conhecer

Queridos, é desnecessário criar uma lista detalhada com todos os mandamentos de Jesus, pois basta qualquer um ler os evangelhos e ouvir as palavras que saíram da sua boca para conhecer todos eles. Conhecer os mandamentos de Jesus, no entanto, é apenas o primeiro passo para alguém que o ama e que deseja genuinamente estar com Ele no céu. O próximo passo, e mais importante, é obedecer a tudo aquilo que nos foi dito. Para que fique bem claro que neste estudo não estamos ensinando algo apenas teórico, deixe-me dizer que esta tem sido a vida que minha esposa e eu temos procurado viver e que encorajamos de todo o coração que os nossos leitores também vivam. Abandonem todos os prazeres do mundo por amor a Jesus (Mat 16:25); se dediquem tempo integral em ter a Jesus como o maior dos seus tesouros (Luc 10:42); perdoem a todos, retornem o bem pelo mal, estejam dispostos ao sofrimento para que os outros sejam beneficiados; diante de uma escolha, prefiram o bem dos outros ao seu próprio; orem, pedindo bênçãos para quem lhe quer o mal (Mat 5:40-44). Todas estas coisas temos feito por amor a Cristo, e na sua maioria o fazemos contrário ao que queremos. Se fizéssemos apenas o que queremos, não haveria nenhuma diferença entre nós e o mundo (Mat 5:46-47), e o nosso aparente amor a Jesus seria exatamente isto, mera aparência. No entanto, é quando agimos contrário aos nossos desejos para agradar ao Pai que confirmamos a nossa posição de filhos. Já não temos muito tempo. Espero te ver no céu.
 

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