Os Mandamentos de Jesus (Obedecendo a Jesus): Estudo Nº 1: A Cegueira Espiritual

Foto de duas pessoas andando no campo (PARTE 1) SERIE: OBEDECENDO A JESUS. ESTUDO Nº 1: A CEGUEIRA ESPIRITUAL por Markus DaSilva

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Estudo Bíblico Sobre os Mandamentos de Jesus: Parte 1: A Cegueira Espiritual

Por Markus DaSilva

Sem a menor dúvida, esta será a série mais importante que já escrevemos. Somente pela graça de Deus será possível começar e terminar estes 12 estudos, considerando os temas que pensamos abordar. Portanto, logo de cara, pedimos que os milhares de irmãos e irmãs que nos leem regularmente se empenhem em oração pedindo ao Senhor que Ele abra a nossa mente para enxergarmos aquilo que for da sua vontade nos revelar para o benefício dos seus filhos e filhas que estão aqui na terra nestes últimos dias. Peçam também pela Sua proteção especial sobre nós nestas próximas semanas, à medida que escrevemos, publicamos e enviamos os estudos desta série.

“A cegueira espiritual refere-se à inabilidade, total ou parcial, de enxergar a realidade da vida. O cego espiritual apenas consegue ver o mundo físico; ele baseia as suas decisões naquilo que os sentidos do corpo são capazes de processar.”

A Igreja e o Pouco-Caso Com os Mandamentos de Jesus

A obediência às palavras de Jesus no meio cristão está se tornando algo raro nestes últimos dias. Não que este desprezo por suas palavras começou recentemente, não, mas está claro para quem tem olhos para ver e ouvidos para ouvir que atualmente este pouco-caso com as palavras de Cristo tem assumido proporções assustadoras. Ainda ontem falava com a minha querida esposa que ao pesquisar vários artigos de vários autores para um dos nossos textos precisei voltar ao período da reforma, cerca de 500 anos atrás, para encontrar um teólogo que considerasse as palavras de Jesus no sermão da montanha como ensinos que devem ser obedecidos se queremos ser salvos, e não simplesmente como bons conselhos ou mera sugestões. Ou seja, por séculos vem se criando gerações e gerações de líderes e cristãos em geral que estão completamente satisfeitos em ouvir, viver e pregar um evangelho praticamente isento da sua essência, que são as palavras de Jesus. Como se obedecer a tudo aquilo que ele nos disse fosse algo opcional. Seguem assim, mesmo conhecendo muito bem os seus constantes alertas ao contrário: “Se alguém me ama [Gr. αγαπάω (agapáo) v. amar], obedecerá [Gr. τηρέω (tiréo) v. guardar, vigiar, manter, preservar] à minha palavra [λόγος (logos) s.m. palavra, mensagem, verbo]; e meu Pai o amará, e viremos a ele, e faremos nele morada [μονή (moní) s.f. ficar juntos, estabelecer residência]. Quem não me ama, não obedece às minhas palavras; ora, a palavra que estais ouvindo [Gr. ακούω (akúo) v. ouvir, prestar atenção, entender, considerar] não é minha, mas do Pai [Gr. πατήρ (patír) s.m. Pai] que me enviou [Gr. πέμπω (pémpo) enviar, despachar]” (João 14:23-24).

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O Conceito Baixo Que Muitos Cristãos Têm das Palavras de Jesus

Nesta série, procuraremos explicar algo que jamais deveria ser preciso explicações entre as pessoas que se consideram seguidoras de Jesus, que é a necessidade de obedecermos às palavras do nosso Salvador para mostrar que realmente o amamos e assim possamos de fato fazer parte da sua família e irmos morar com ele na casa do nosso Pai (João 14:2). Esta é uma tarefa difícil, mas procuraremos mostrar em apenas 12 estudos que este conceito baixo que o cristianismo moderno tem sobre as palavras de Jesus não representa de forma alguma a maneira que os seus ouvintes as entendiam e as punham em prática quando as escutavam da própria boca de Cristo; veremos quais eram as reações e posições das pessoas que interagiram fisicamente com o nosso Mestre enquanto ele esteve aqui conosco nos ensinando. O objetivo do exercício é vermos como os seguidores de Jesus do primeiro século, especificamente os seus discípulos e apóstolos, recebiam as suas palavras e as vivenciavam no dia a dia. Um ponto de suma importância nesta abordagem é que veremos também como Jesus reagia às suas reações. Ou seja, veremos quando Jesus concordava e quando os corrigia na sua função de Rabi, que afinal significa: Mestre.

Os Primeiros Cristãos e os Mandamentos de Jesus

Os primeiros seguidores de Jesus eram homens e mulheres como nós, sujeitos às mesmas fraquezas da carne e ataques das forças do mal. Ouvir e obedecer a tudo o que Jesus lhes ensinava não era fácil, assim como não é fácil para nós e por este motivo poucos os seguiam, devido ao alto custo do discipulado (Mat 19:21-22; João 6:66). Após a ascensão de Jesus, os nossos irmãos foram providos com a ajuda indispensável do Espírito Santo, o que os capacitaram a assumirem atitudes corajosas do lado de Jesus, muitos deles pagando com a própria vida pelo privilégio de se manterem fiéis aos ensinos de Cristo, “para alcançarem uma melhor ressurreição” (Heb 11:35).

Ao termos os primeiros cristãos como exemplos, veremos de que forma podemos realmente nos beneficiar do sacrifício expiatório de Jesus e assim nos tornarmos filhos e filhas de Deus, santos e irrepreensíveis (Col 1:21-23), preparados para aquele grande dia quando então voltará e nos levará com ele, conforme a promessa: “Porque o Filho do homem [Gr. υιός του ανθρώπου (iós tu anthrópu) tit.div. Filho do Homem] há de vir na glória [Gr. δόξα (dóksa) s.f. glória, esplendor, brilho] de seu Pai, com os seus anjos; e então retribuirá [Gr. αποδίδωμι (apodídome) v. retribuir, recompensar, pagar] a cada um segundo as suas obras [Gr. πράξιν (prákssin) s.f.  práticas, obras, feitos]” (Mat 16:27).

O Homem Por Natureza Prefere Mais as Trevas do Que a Luz

De todas as coisas ruins decorrentes do pecado ter entrado neste planeta através da desobediência dos nossos primeiros pais, a cegueira espiritual foi certamente uma das maiores. Quando lemos na história as repetidas vezes que o povo de Deus se rebelou contra o Senhor em desobediência, apesar de todos os sinais miraculosos que presenciaram, ficamos pasmados em como o homem por natureza resiste caminhar com Deus, preferindo trilhar o seu próprio caminho. De fato, as trevas que levam à destruição, e não a Luz que leva à restauração, é o ambiente que naturalmente atrai todos os filhos e filhas de Adão. A menos que o homem resista a esta sua inclinação nata, ele se verá cada vez mais imerso na escuridão onde o mal predomina, e seguirá assim até que as trevas passem a ser a sua residência permanente: “E lançai o servo inútil [Gr. αχρείον δούλον (ar-rríon dúlon) servo inútil] nas trevas exteriores [Gr. σκότος το εξώτερον (skótos to eczóteron) trevas exteriores]; ali haverá choro e ranger de dentes [Gr. κλαυθμός και ο βρυγμός των οδόντων (klafthmós ke o vrigmós ton odónton) choro e ranger de dentes]” (Mat 25:30).

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Do Que se Trata a Cegueira Espiritual?

A cegueira espiritual refere-se à inabilidade, total ou parcial, de enxergar a realidade da vida. O cego espiritual apenas consegue ver o mundo físico; ele baseia as suas decisões naquilo que os sentidos do corpo são capazes de processar. Geralmente esta cegueira espiritual afeta os cristãos de uma forma parcial. Eles conseguem enxergar um pouco da realidade da vida; conseguem ver que realmente existe um Deus Pai e um Salvador, Jesus Cristo, mas resistem colocar em prática os seus ensinos, criando assim um relacionamento superficial com Deus, onde muito pouco daquilo que fazem se baseia na fé. Esta cegueira parcial acaba sendo um problema maior para o cristão do que seria se ele fosse completamente cego, uma vez que, enxergando um pouco, ele imagina não precisar de ajuda e segue caminhando, tropeçando aqui e ali, sem saber exatamente o caminho devido às trevas espirituais que o rodeia: “…e anda nas trevas, e não sabe para onde vai; porque as trevas lhe cegaram os olhos” (1Jo 2:11). Se abandonasse a sua arrogância, se humilhasse, e reconhecesse a sua deficiência visual espiritual, então clamaria ao Pai por ajuda e o Senhor lhe abriria os olhos: “…mas eis para quem olharei: para o humilde e contrito de espírito, que treme diante da minha palavra” (Isa 66:2).

A Impossibilidade de Alguém se Salvar Sem Obedecer a Cristo

Esta cegueira parcial é a razão pela qual tantos cristãos imaginam ser possível obter a salvação sem que obedeçam às palavras de Jesus, apesar de Jesus ser bem claro que isso não ocorrerá, uma vez que quem não o obedece não o ama: “Quem não me ama, não guarda as minhas palavras”. E para que não fique a menor dúvida quanto a esta verdade, Jesus nos lembra com que autoridade ele nos dá este alerta: “…ora, a palavra que estais ouvindo [Gr. ακούω (akúo) v. ouvir, prestar atenção, entender, considerar] não é minha, mas do Pai [Gr. πατήρ (patír) s.m. Pai] que me enviou [Gr. πέμπω (pémpo) enviar, despachar]” (João 14:24). Ou seja, ao enviar o Filho para salvar aqueles seres humanos que foram escolhidos e separados para a vida eterna, o Pai enviou com Ele uma série de instruções que deverão ser cumpridas como parte do processo de salvação. Esta é uma obra da graça salvadora de Deus que inclui dois pontos essenciais: o amor e a obediência ao Filho. A maneira que sabemos se fazemos parte deste pequeno rebanho ou não (Luc 12:32) é se amamos o Filho, e a maneira que demonstramos que o amamos é através da obediência aos seus mandamentos: “Aquele que tem os meus mandamentos [Gr. εντολή (endolí) s.f. ordem, comando, regra, mandamento] e os obedece [Gr. τηρέω (tiréo) v. guardar, vigiar, manter, preservar], esse é o que me ama [Gr. αγαπάω (agapáo) v. amar]; e aquele que me ama será amado de meu Pai [Gr. πατήρ (patír) s.m. Pai] , e eu o amarei, e me manifestarei [Gr. εμφανίζω (enfanízo) v. revelar, aparecer, mostrar] a ele” (João 14:21).

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A Antiga Rebeldia Contra as Instruções de Deus

Esta cegueira espiritual, no entanto, não começou com o cristianismo. Antes mesmo da vinda do Messias, o povo escolhido, a nação de Israel já demonstrava pouco-caso com as instruções que Deus enviava através dos seus profetas: “Desde o dia em que vossos pais saíram da terra do Egito, até hoje, tenho-vos enviado insistentemente todos os meus servos, os profetas, dia após dia; contudo não ligaram para mim, nem me deram ouvidos, mas tornaram-se teimosos. Fizeram pior do que seus pais” (Jer 7:25-26). Logo após os filhos e filhas de Adão serem expulsos do Jardim do Éden, a raça humana se dividiu em dois grupos: aqueles que seguiram um caminho completamente alheios a Deus e aos seus ensinos e aqueles que optaram por procurar restaurar o bom relacionamento que antes tinham com o Senhor. A este segundo grupo, o Senhor sempre providenciou as instruções necessárias para que soubessem como é possível agradá-lo.

O Povo Cristão Não Está Seguindo a Deus de Todo o Coração Como Instruído

Aqueles que optam por seguir os caminhos de Deus, no entanto, raramente o seguem de todo o coração e é por isso que Jesus nos disse que o maior dos mandamentos é: “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento [Gr. εν όλη τη καρδία σου και εν όλη τη ψυχή σου και εν όλη τη διανοία σου (en oli ti kardía su, ke en oli ti psirrí su, ke en oli ti diana su) Lit. com todo o coração de você, e com toda a alma de você, e com todo o entendimento de você]” (Mat 22:37). Este uso repetido das palavras “de todo o teu” [εν όλη τη σου (en oli ti su) Lit. com todo o de você] demonstra claramente que Deus não se satisfaz com um amor em parte, mas somente com um amor que envolve o nosso “todo”. A entrega parcial, no entanto, tem sido o que o povo de Deus procura lhe oferecer desde o início. Ouvem as suas palavras, mas apenas obedecem naquilo que lhes forem convenientes.

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O Absurdo de um Cristianismo Sem Obediência

Como um servo de Deus consegue chegar à estranha conclusão de que poderá agradá-lo sem obedecer às suas palavras por completo é um grande mistério. Obviamente, parte da explicação é a nossa propensão para satisfazer ao eu e o fato de que Satanás, conhecendo muito bem esta nossa fraqueza, insinua todos os tipos de falsos argumentos para que assim consigamos uma justificativa para agradar ao nosso eu e ao mesmo tempo crer que também estamos agradando ao Senhor: “Chegai-vos para Deus, e ele se chegará para vós. Limpai as mãos, pecadores; e, vós de mente dividida [διψυχοι (dípsyrri) Lit. dois espíritos ou duas almas], purificai os corações [Gr. καρδία (kardía) s.f. coração; fig. inclinação e desejos do homem]” (Tiago 4:8).

A Obediência a Jesus e a Intimidade Com Deus

Queridos, todo o homem ou mulher que se considera um seguidor de Jesus deverá andar em completa obediência a cada uma das palavras que saíram da sua boca. Jesus não deixou o perfeito ambiente em que se encontrava e desceu a este mundo envolto em trevas, passou por todo o sofrimento que passou, pagou um indescritível preço pelos nossos pecados, para que pisássemos nas suas palavras e depois argumentássemos que o amamos e que de alguma forma os nossos atos de desobediências fossem na realidade o que ele esperava de nós. Não, não e não! Quem verdadeiramente o ama, este também o obedece: “Aquele que tem os meus mandamentos [Gr. εντολή (endolí) s.f. ordem, comando, regra, mandamento] e os guarda [Gr. τηρέω (tiréo) v. guardar, vigiar, manter, preservar], esse é o que me ama [Gr. αγαπάω (agapáo) v. amar]; e aquele que me ama será amado de meu Pai [Gr. πατήρ (patír) s.m. Pai], e eu o amarei, e me manifestarei [Gr. εμφανίζω (enfanízo) v. revelar, aparecer, mostrar] a ele” (João 14:21). Temos muito o que falar sobre isto e, se o Senhor nos permitir, assim o faremos no decorrer desta série. Por agora, deixe-me apenas deixar bem claro que estes estudos serão escritos com o objetivo de encorajar e não de desanimar aos irmãos. Deixe-me deixar extremamente claro, que obedecer por completo às palavras do nosso amado Jesus nos traz apenas benefícios. Digo isto por experiência própria. Quando o obedecemos por completo estamos declarando a ele o nosso amor e só assim nos sentimos verdadeiramente um com o Pai, com o Filho e com o Espírito Santo. Eu lhes garanto que não existe nada melhor no universo do que sermos íntimos com o nosso amado Jesus: “e aquele que me ama será amado de meu Pai [Gr. πατήρ (patír) s.m. Pai] , e eu o amarei, e me manifestarei [Gr. εμφανίζω (enfanízo) v. revelar, aparecer, mostrar] a ele” (João 14:21). Espero te ver no céu.
 

Nesta Série de Estudos Teológicos:

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Homem presidiário do pecado sexual segurando uma grade

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